sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Desafio aceite?

Se por um lado assistimos ao desaparecimento de grandes fabricantes de slot car, por outros, surgem umas inesperadas surpresas.
 A conhecida marca de carrinhos Hot Wheels que se deu a conhecer ao mundo sobretudo pelas suas originais e algumas delas, mesmo super originais e monstruosas criações à escala 1/64, entrou agora no mercado com a introdução de dois dos seus originais modelos, adaptados para pistas slot car, sendo também estas da sua própria e inteira criação.

 Integrando no seu chassi um já muito comum íman, torna-se assim possível que estas miniaturas também elas à escala 1/64, vençam os looping's integrados no traçado destas pistas.
 Não me parece descabido que os clubes devessem apostar um pouco neste conceito mais adaptado às tenras idades, já que uma das grandes dificuldades vividas no mundo dos slot car, é mesmo a forma de captação de gente nova para a modalidade. Seria assim um formato "by pass" a começar em modo brincadeira para um primeiro contacto entre as gentes pequeninas e um futuro não muito longínquo que se ligava até pela parte humana, ao mais sério reino da competição slot.
 O "Bone Shaker", nome dado pelo fabricante a esta sua invenção, foi um dos escolhidos para fazer parte desta novidade.
 Um patilhão simples composto por um espigão e a utilização de palhetas em formato duplo, garantem a eficiência destas miniaturas.
Não sendo caso único, não deixa este estranho mas ao mesmo tempo engraçado carro da caveira, de ser um êxito que lhe permite quase assumir o estatuto de "Estrela da companhia". A prova disso, é a quantidade de versões e variações que foram nascendo em torno deste suigeneris Hot Road.



















Um Bone Shaker  em formato de "Baja" e outro de "Monster Truck", são peças invulgares mas onde este curioso protótipo conseguiu vingar também.




O segundo modelo da pista e que acompanha o bem sucedido Bone Shaker, é o  "Straight Pipes", menos conhecido e com um percurso bastante menos conseguido, não deixando contudo de se apresentar com uma imagem que casa em estilo com o seu parceiro de pista.

E funcionando os punhos por wireless, evitam-se fios que complicam sempre as traquinices da pequenada. Também as trocas de côres pela qual se optou, permite que cada um saiba exactamente qual o punho que lhe calhou.
E posto isto, eis a questao:
"CHALLENGE ACCEPTED"?

Cartrix e algumas séries especiais

 Sendo a Cartrix um fabricante com apostas próprias, dedicadas ao mundo da Formula 1 das décadas de 50 e 60 e capazes de se manter por essas escolhas, distanciada dos interesses da grande maioria da sua potencial concorrência, vai conseguindo por isso a edição de séries especiais por conta de algumas organizações de "Foros" que vão ocorrendo por território espanhol.
 No "Foro Slot Madrid" de 2014, a opção comemorativa recairia no Lancia D50 tripulado por Luigi Villoresi no Grande Prémio do Mónaco em 1955.
Trata-se de um modelo marcante daquelas épocas do desporto automóvel motorizado, pela integração no desenho da sua carroçaria, de dois depósitos laterais e distintos, uma novidade que contribuía não só para um desenho invulgar, mas que colhia também benefícios dinâmicos pela distribuição de pesos. Esta edição haveria de ser produzida por este fabricante, numa série limitada a 400 exemplares.
 No ano de 2016 e no mesmo Foro Slot Madrid, a escolha recairia na réplica do Mercedes-Benz W196 conduzido por Piero Taruffi no Grande Prémio de Inglaterra do ano de 1955.  Trata-se de uma edição reduzida a apenas 200 unidades, o que a levará a uma valorização ao longo dos anos, sobretudo por se tratar ainda de um dos modelos mais apreciados pelos coleccionadores deste fabricante.
 No presente ano de 2019, o "Foro Slot Barcelona" optava para modelo comemorativo, pelo Alfa Romeo 158 (Alfetta) com que Juan Manuel Fangio se sagraria vencedor do Grande Prémio de Espanha, decorria o ano de 1951.
 Neste modelo de linha extremamente bela, a Cartrix conseguiu criar o efeito de mudança de côr da cromagem de escape, que acontece normalmente pelas elevadas temperaturas que ocorrem à saída do motor. Um ligeiro amarelecimento da cromagem nessa zona do escape, proporciona um realismo muito bem conseguido.
 Esta edição teve como número limite as 500 unidades e acreditamos que por ser uma versão vencedora de uma prova "caseira" do Campeonato do Mundo de Formula 1, que venha a não chegar para as encomendas.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Um grupo C que não poderia faltar - Porsche Kremer CK5 - Flyslot

 Embora o verdadeiro ícone dos modelos de Grupo C seja sem qualquer dúvida o Porsche 956/962, o regulamento destes carros levou construtores e preparadores a devotar todos os conhecimentos que haviam assimilado na competição, sobretudo os conhecimentos adquiridos nos poderosos modelos de Grupo 5, nestes novos protótipos que tinham em vista um campeonato do mundo de resistência, onde não faltavam as provas de longa duração, como as 24 Horas de Le Mans.
Por essa razão era abortado o desenvolvimento dos Porsche 935 que ía já na versão K4 por parte dos irmãos Kremer, para se dedicarem ao seu próprio projecto de Grupo C, mas onde não faltou todo o apoio da própria Porsche no fornecimento das parte mecânica, tendo este desenvolvimento acontecido sobre o mesmo chassis do Porsche 936, mas agora modificado. A designação assumida, acaba por ser a continuidade das siglas tidas nos 935, onde se acrescentou a letra "C", numa clara alusão ao Grupo C. Passou então a designar-se por Porsche Kremer CK5, naquele que era sem dúvida um arrojado projecto, de um modelo cuja carroçaria denota uma singular fluidez aerodinâmicas das suas linhas.
 O seu êxito contudo, não se aproximaria dos conseguidos pelos modelos da marca mãe, mas para a história ficaria este belo carro que sofreu também ao longo da sua curta vida, algumas evoluções de pormenor. E porque ficou para a história, através da Flyslot podemos hoje eternizar e usufruir para o mundo dos slot car, esta verdadeira preciosidade do desporto motorizado. Mas infelizmente e como é já habitual, as criações deste fabricante encontram-se mais devotadas à estante, do que própriamente ao desfrute nas pistas para os quais são criados.
 Mas enquanto modelo, alguns erros são detectados por força exclusiva da não correspondência entre as provas que representam e a versão reproduzida. Isto porque a carroçaria sofreu evoluções e estaria correcta caso tivessem sido retratadas outras participações, que não estas pela qual a Flyslot acabaria por optar. Será o caso do formato das cavas das rodas que surgem completamente redondas e a acompanhar o formato das mesmas, o que viria a acontecer mais tarde, mas que não é exactamente o que acontece com as versões editadas. Também a quantidade de grelhas de arejamento  que surgem na parte superior da carroçaria, não é o correcto. E se nos abstivermos destes pormenores, encontramos uma carroçaria correctíssima, pelo que só nos poderá merecer os maiores elogios.
Pior encontra-se a reprodução das faixas azul e vermelha da versão de Le Mans do ano de 1981, onde para além de posicionamento incorrecto, peca ainda por se encontrar incompleta. Estas deveriam surgir também na extremidade direita da retaguarda, no suporte do aileron, mas na versão em miniatura simplesmente ficaram esquecidas.
 Falhou também a placa da prova, que se situa lateralmente entre a porta e o número 5.

Relativamente à versão editada ainda pela Flyslot e participante na mesma prova mas em 1983, podemos enumerar os mesmos erros, à excepção óbvia da decoração, onde não existem erros dignos de registo. Mas para os menos atentos e embora fora da habitual conjugação cromática, trata-se de um modelo da "Gulf". Alô fundamentalistas, justifica a procura?