sábado, 28 de maio de 2016

As imprecisões de um fabricante de prestígio. Ford GT40 MKII

O Construtor norte americano Ford empenhou-se no ano ano de 1966, numa vitória  nas míticas 24 horas de Le Mans, o que viria a acontecer em forma de vingança sobre a Ferrari, com um histórico desfecho, já que completaria a totalidade do pódio com o modelo GT40 da oval azul.
Mas a verdadeira história havia começado uns anos antes, com o envolvimento da Ford na clássica francesa. Ao perceber a tremenda dificuldade em que se estava a tornar o pretendido êxito, acabaria por formular uma proposta de compra da Ferrari, com o objectivo único de levar de vencida a concorrência ao mesmo tempo que fazia desaparecer a maior das suas ameaças. Perante a recusa transalpina, o sabôr da vingança atingiu o mais alto teor no seio do palato da Ford.
Entregava-se então o projecto GT40 a Carroll Shelby, um profundo conhecedor das máquinas de competição, que tornaria esta versão num modelo de êxito nos anos subsequentes e que se iniciaria justamente com esta tremenda vitória na clássica de 1966, mas também com a glória a ser conseguida no mesmo ano em Daytona, o seu mais predilecto território.
 Foram já vários os fabricantes a versar esta temática no mundo dos slot cars, mas foi para mim muito grato ver a chegada destes exemplares pela mão do fabricante italiano Slot.It. Tratando-se de um dos fabricantes que melhor consegue conciliar o binómio reprodução/competitividade, isto no capítulo da velocidade, é sempre com bons olhos que se recebe uma nova criação oriunda desta marca italiana, o que no presente caso, não se trata propriamente de uma novidade tão recente assim.
Como praticante da modalidade mas sobretudo como fervoroso e apaixonado coleccionador de modelos de slot, dou primazia à qualidade da reprodução de cada modelo, até ao mais ínfimo pormenor. E sabendo que a perfeição é coisa inexistente, haverá sempre algo em que nos agarremos para penalizar o que quer que seja.
E do trinómio de Ford's que completaram o pódio em 1966, a Slot.It brindara-nos já com o vencedor dessa edição, o modelo preto com o dorsal 2. Mais recentemente, fez-nos chegar o modelo que acabaria no terceiro degrau, um GT40 dourado e com o dorsal 5.
E serve a chegada deste agora como pretexto , para uma análise sobre alguns pormenores deste carro e que em minha opinião não se encontrarão tão bem conseguidos.
E poderemos iniciar esta abordagem, pela secção frontal deste histórico modelo da Ford. Embora não muito perceptível na imagem de baixo, as duas tomadas de ar para os travões e que se situam entre a grande boca central para o radiador frontal e os faróis inferiores, encontram-se claramente sobre-dotadas. Exageradas em largura, mas também pouco pronunciadas no seu arredondamento inferior.
Mais grave parece-me no entanto, a forma como é rematada a abertura do capôt frontal, lugar onde se escondia a roda suplente que na altura era obrigatória e que permite ao mesmo tempo a circulação e escoamento do ar que faz o arrefecimento da água do radiador. Na sua representação, esta surge na zona em que existe a pequena lâmina vertical, com um remate absolutamente rectilíneo, quando na verdade deveria apresentar uma curvatura, ainda mais pronunciada do que a da própria frente do modelo. A imagem de baixo permite ver-se como de facto esse pormenor do pequeno capôt é de facto arredondado e não recto como surge no mini-modelo.
A fotografia inferior permite não só observar essa incorrecção de pormenor, mas também o erro de pintura na decoração rosa que embeleza a sua frente. Essa faixa decorativa, não acompanha paralelamente a parte interior dos faróis de cima, tal como se encontra na miniatura. E no que refere à pintura, também esta faixa juntamente com o fino friso branco, deveriam descer bem mais, até  ao limite mais frontal da carroçaria.

As duas imagens que se seguem a preto e branco, juntamente com a imagem que acima se mostra, servem para melhor observar-mos a pequena tomada de ar central existente sobre o capôt traseiro e o erro de terminação das paredes laterais do mesmo capôt, ao nível das cavas das rodas. As suas reproduções surgem incorrectas e enquanto a tomada de ar surge totalmente em plástico transparente ao mesmo tempo que exageradamente alta e larga. as paredes laterais deveriam surgir absolutamente alinhadas na vertical e não com ligeira inclinação para dentro, acabando por permitir verem-se na vista traseira, os pneus.
 Percebe-se aqui que afinal, esta tampa transparente, fixa-se ao capôt por paredes verticais na côr da carroçaria, ao mesmo tempo que deveria surgir substancialmente mais estreita e baixa. Consegue também ver-se que surgem na capota, na parte central e mais recuada, duas fileiras de cinco pequenas grelhas de arejamento do habitáculo. Mas assim não acontece na miniatura deste GT40, surgindo outro tipo de representação para o mesmo efeito.
Também os pilotos iluminadores dos números laterais, ficaram esquecidos.
E se a secção traseira surge correctamente representada, plana e com a parte central rematada com uma rede, de onde surgem ao centro os dois escapes, mais exteriormente, surgem de cada lado dois farolins traseiros, em que na realidade existe um friso cromado a rematar os plásticos de côr vermelha. Na versão à escala, esses frisos são inexistentes, num imperdoável lapso.
Mas um dos aspectos para mim mais chocantes, prende-se com a dimensão das rodas. Claramente dotado na realidade de pneus traseiros de maiores dimensões, tanto em largura como em altura, a Slot.It teima em não acertar com esta representação, apresentando pneus de igual diâmetro à frente e atrás. E quanto a mim, se na miniatura surgem pneus exageradamente largos à frente, já atrás os pneus surgem substancialmente mais baixos do que o que seria necessário.
Mas no geral, temos a certeza de estar perante a melhor das representações até agora chegadas ao mundo dos slot cars, passando estes pormenores, estou disso certo, despercebido à grande maioria dos aficionados da modalidade.
E agora, para que a trilogia fique completa, aguardemos que a Slot.It acabe mais dia menos dia, por nos fazer chegar o segundo classificado desta histórica edição de Le Mans.
E depois, à imagem do que aconteceu com os Alfa Romeo 33/3 do Targa Flório de 1971, que seja editada uma caixa em edição limitada em que seja possível fazer repousar estes três magníficos. Quiçá até, também com o homem da bandeirinha.....

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Slotlandia - Modelos do DTM

 A feira internacional Slotlandia que decorreu recentemente, serviu para mostrar as últimas criações e tendências que vão nortear as criações futuras dos fabricantes de modelos de slot.
Não eram no entanto novidade para nós, os modelo Alfa Romeo 155 VV6 TI que militaram na primeira geração do campeonato DTM e que a Slot.It uma vez mais expôs ao mundo.
 Sabe-se contudo, que para além deste italiano de gema se encontra para seguir na lista, o Opel Calibra. Mas nesta feira não se mostrava o desenvolvimento deste último, ficando nós portanto, sem saber qual o estado de desenvolvimento a que terá chegado já.

 Mas do Alfa, poderemos já formular opiniões no que respeita à maqueta em si, já que nos eram mostradas duas das versões que militaram naquele competitivo campeonato. E parecem-nos muito bem reproduzidos, mas ao que tudo indica e embora se tratassem de modelos 4x4 e que o fabricante andou ainda a desenvolver este modelo para o dotar justamente com este tipo de tracção, a verdade é que quando nos chegar às mãos, tratar-se-ão de modelos banais de tracção exclusivamente traseira, talvez porque a sua eficiência seja comprovadamente mais eficaz, com o convencional sistema de tracção.
 Mas a surpresa surge quando se mostram modelos de todo inesperados
 Com o nome Policar associado, numa clara produção Slot.It, surgiram o Ford Sierra Cosworth e ainda o BMW M3 na sua primeira versão. Tratar-se-à duma mais que séria aposta nesta "pré-histórica" categoria dos modelos DTM? Certamente que sim, ficando a dúvida apenas com que nome de fabricante surgirão no mercado.

 E na minha opinião, uma aposta bem conseguida, pois os modelos que ali militaram, para além do generalizado interesse que causa nos praticantes dos slot cars, permitem também uma inúmera quantidade de versões. Ficam agora a faltar, os não menos interessantes Mercedes-Benz.

Mas a surpresa maior, veio mesmo da entrada deste fabricante no mundo dos GT actuais. E mostrou-se nada mais nada menos, do que o Porsche 911 de última geração
As leis do mercado vão marcando as tendências e os GT's têm sido uma das grande apostas de fabricantes rivais, sendo uma das categorias que mais tem despertado o apetite dos praticantes nos últimos tempos. Talvez a Slot.It o tivesse percebido e aí está o primeiro. Qual será o senhor que se segue?

terça-feira, 17 de maio de 2016

BMW 3.20 Gr.5 Sideways - Mais um....

 Depois do bonito BMW 3.20 de Grupo 5 com as côres da "Fruit Of The Looms", a Sideways edita o não menos bonito e interessante 3.20, agora com as côres da "Rodenstock / Würth".
Para além da decoração, este modelo difere dos anteriores pela opção de um novo aileron e ainda uma tomada de ar adicional no spoiler frontal. Todo o resto se manteve inalterado.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Uma nova temática?

 No mundo do coleccionismo, são imensos os temos a que os apaixonados se agarram. Entre elas, os patrocinadores que dão côr aos carros, são opções que muitas vezes motivam os coleccionadores. Disso são exemplos a "John Player Special", a "Gulf" ou a "Jagermeister", como casos de enorme sucesso.
 Desta vez e já com dois modelos editados, a Sideways poderá estar a dar aos amantes das colecções mais um pretexto para esse fim. O característico azul da  "Fruit Of The Looms" poderá ter recebido a partir de agora um valente incremento nesse sentido.
 Ainda que possa não oferecer uma grande quantidade de versões, este patrocinador consegue oferecer modelos de rara beleza, o que poderá fazer nascer uma nova linhagem de apaixonados por novas temáticas.

 De beleza indiscutível, os modelos sob as côres deste patrocinador parecem receber uma mais valia.



Segunda versão do BMW 3.20 Gr.5 - Sideways

 Chegou já a segunda versão dos interessantes BMW 3.20 Gr.5 de origem Sideways. E este artigo interessa particularmente, como uma chamada de atenção para pequenas diferenças entre ambas as versões e que se prendem exclusivamente com questões aerodinâmicas, num natural conjunto de evoluções ao nível da carroçaria, levadas a cabo pelo próprio construtor.
 O primeiro pormenor que aqui versaremos, refere-se à forma terminal dos alargamentos que cobrem a via anterior destes Gr.5. Inicialmente, estes acabavam junto à porta num plano quase horizontal, tal como se observa na versão côr-de-laranja. Posteriormente, estes passaram a apresentar uma curvatura descendente até ao limite anterior das portas.

 Estas duas imagens, em cima e em baixo, mostram perfeitamente como se faz a terminação destes alargamentos, em ambas as versões.
 Na imagem de baixo, percebe-se como ficou por esta razão, reduzida em altura a saída de ar posterior do interior dos guarda-lama.

 Também o spoiler frontal sofreu um novo estudo aerodinâmico, tendo-se tornado mais pronunciada a sua descida, acabando também mais em forma de cunha do que na primeira versão.

 Os ailerons foram também alvo de novo estudo. Se a base de apoio da lamina superior surge com nova forma, mais importante foi mesmo a passagem da prateleira superior que passou de um elemento só a dois, com a possibilidade de regulação independente entre cada uma delas.

 Mas a nova versão recebeu ainda um novo apêndice aerodinâmico posicionado no limite posterior da mala e sobre o aileron. Desta forma, aumentava-se mais ainda o down force na traseira desta evolução.

 Estas duas imagens mostram-nos o surgimento deste último apêndice sobre a extremidade da mala, mas mostra também uma traseira mais rendilhada ao nível dos alargamentos da via posterior, no limite traseiro. Novas saídas de ar, permitiam assim um maior escoamentos dos fluxos que se geram no interiormente dos guarda-lama, aperfeiçoando-se assim a saída de ar que ali se acumula.
Aqui ficam os registos das principais modificações correspondentes à primeira de muitas evoluções de um modelo que ao longo da sua carreira, chegou mesmo a um estado de quase falta de identificação com o modelo que lhe deu origem.