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sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Cartrix e algumas séries especiais

 Sendo a Cartrix um fabricante com apostas próprias, dedicadas ao mundo da Formula 1 das décadas de 50 e 60 e capazes de se manter por essas escolhas, distanciada dos interesses da grande maioria da sua potencial concorrência, vai conseguindo por isso a edição de séries especiais por conta de algumas organizações de "Foros" que vão ocorrendo por território espanhol.
 No "Foro Slot Madrid" de 2014, a opção comemorativa recairia no Lancia D50 tripulado por Luigi Villoresi no Grande Prémio do Mónaco em 1955.
Trata-se de um modelo marcante daquelas épocas do desporto automóvel motorizado, pela integração no desenho da sua carroçaria, de dois depósitos laterais e distintos, uma novidade que contribuía não só para um desenho invulgar, mas que colhia também benefícios dinâmicos pela distribuição de pesos. Esta edição haveria de ser produzida por este fabricante, numa série limitada a 400 exemplares.
 No ano de 2016 e no mesmo Foro Slot Madrid, a escolha recairia na réplica do Mercedes-Benz W196 conduzido por Piero Taruffi no Grande Prémio de Inglaterra do ano de 1955.  Trata-se de uma edição reduzida a apenas 200 unidades, o que a levará a uma valorização ao longo dos anos, sobretudo por se tratar ainda de um dos modelos mais apreciados pelos coleccionadores deste fabricante.
 No presente ano de 2019, o "Foro Slot Barcelona" optava para modelo comemorativo, pelo Alfa Romeo 158 (Alfetta) com que Juan Manuel Fangio se sagraria vencedor do Grande Prémio de Espanha, decorria o ano de 1951.
 Neste modelo de linha extremamente bela, a Cartrix conseguiu criar o efeito de mudança de côr da cromagem de escape, que acontece normalmente pelas elevadas temperaturas que ocorrem à saída do motor. Um ligeiro amarelecimento da cromagem nessa zona do escape, proporciona um realismo muito bem conseguido.
 Esta edição teve como número limite as 500 unidades e acreditamos que por ser uma versão vencedora de uma prova "caseira" do Campeonato do Mundo de Formula 1, que venha a não chegar para as encomendas.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Um grupo C que não poderia faltar - Porsche Kremer CK5 - Flyslot

 Embora o verdadeiro ícone dos modelos de Grupo C seja sem qualquer dúvida o Porsche 956/962, o regulamento destes carros levou construtores e preparadores a devotar todos os conhecimentos que haviam assimilado na competição, sobretudo os conhecimentos adquiridos nos poderosos modelos de Grupo 5, nestes novos protótipos que tinham em vista um campeonato do mundo de resistência, onde não faltavam as provas de longa duração, como as 24 Horas de Le Mans.
Por essa razão era abortado o desenvolvimento dos Porsche 935 que ía já na versão K4 por parte dos irmãos Kremer, para se dedicarem ao seu próprio projecto de Grupo C, mas onde não faltou todo o apoio da própria Porsche no fornecimento das parte mecânica, tendo este desenvolvimento acontecido sobre o mesmo chassis do Porsche 936, mas agora modificado. A designação assumida, acaba por ser a continuidade das siglas tidas nos 935, onde se acrescentou a letra "C", numa clara alusão ao Grupo C. Passou então a designar-se por Porsche Kremer CK5, naquele que era sem dúvida um arrojado projecto, de um modelo cuja carroçaria denota uma singular fluidez aerodinâmicas das suas linhas.
 O seu êxito contudo, não se aproximaria dos conseguidos pelos modelos da marca mãe, mas para a história ficaria este belo carro que sofreu também ao longo da sua curta vida, algumas evoluções de pormenor. E porque ficou para a história, através da Flyslot podemos hoje eternizar e usufruir para o mundo dos slot car, esta verdadeira preciosidade do desporto motorizado. Mas infelizmente e como é já habitual, as criações deste fabricante encontram-se mais devotadas à estante, do que própriamente ao desfrute nas pistas para os quais são criados.
 Mas enquanto modelo, alguns erros são detectados por força exclusiva da não correspondência entre as provas que representam e a versão reproduzida. Isto porque a carroçaria sofreu evoluções e estaria correcta caso tivessem sido retratadas outras participações, que não estas pela qual a Flyslot acabaria por optar. Será o caso do formato das cavas das rodas que surgem completamente redondas e a acompanhar o formato das mesmas, o que viria a acontecer mais tarde, mas que não é exactamente o que acontece com as versões editadas. Também a quantidade de grelhas de arejamento  que surgem na parte superior da carroçaria, não é o correcto. E se nos abstivermos destes pormenores, encontramos uma carroçaria correctíssima, pelo que só nos poderá merecer os maiores elogios.
Pior encontra-se a reprodução das faixas azul e vermelha da versão de Le Mans do ano de 1981, onde para além de posicionamento incorrecto, peca ainda por se encontrar incompleta. Estas deveriam surgir também na extremidade direita da retaguarda, no suporte do aileron, mas na versão em miniatura simplesmente ficaram esquecidas.
 Falhou também a placa da prova, que se situa lateralmente entre a porta e o número 5.

Relativamente à versão editada ainda pela Flyslot e participante na mesma prova mas em 1983, podemos enumerar os mesmos erros, à excepção óbvia da decoração, onde não existem erros dignos de registo. Mas para os menos atentos e embora fora da habitual conjugação cromática, trata-se de um modelo da "Gulf". Alô fundamentalistas, justifica a procura?

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Antes de desaparecer, houve tempo de criar uma boa peça - Falcon Slot Car

 Falcon Slot Car, é a marca de um fabricante que teve uma existência fugaz. Ou pelo menos temos fortes indícios de que assim tenha sido. Mas houve tempo para dentro das suas variadas criações, de nos fazerem chegar um valioso set com base nos Porsche 924 oficiais que participaram em Le Mans no ano de 1981.
 Tratavam-se de carros distintos e integrados em Classes diferentes, onde o Porsche com o número 1 se encontrava inscrito como um Porsche 944 LM e integrado na Classe GTP +3.0 e o que surgia com o número 36, era inscrito como sendo um Porsche 924 Carrera GTR e fazendo parte da Classe IMSA GTO e onde o primeira se encontrava equipado com uma motorização de 2,5L Turbo I4 e o segundo, com um motor de 2,0L Turbo I4.
 E se o modelo GTP alcançaria um brilhante sétimo lugar à geral, o segundo conseguia um não menos brilhante décimo primeiro lugar, sagrando-se ambos vencedores das suas classes.
 Mas as reproduções destas preciosidades contemplam algumas falhas que não escapam aos verdadeiros apreciadores deste modelo. E o que mais choca no brilhante visual que estes modelos apresentam, é o formato das cavas das rodas, sobretudo ao nível do eixo traseiro. Estas cavas surgem na miniatura completamente redondas, o mesmo acontecendo nas cavas frontais, o que não condiz com a versão verdadeira em que sobretudo atrás e na parte superior das cavas, deveria cobrir substancialmente as rodas. Assim, estas surgem totalmente a descoberto.
 Surgem nas miniaturas e abaixo do pequeno spoiler traseiro preto que contorna o óculo traseiro, uma boca de abastecimento de fluídos, mas na realidade esta secção do carro é completamente lisa e isenta de qualquer bocal de depósito.
 O existente gancho do reboque traseiro acabou por ser mal posicionado, já que embora do lado correcto, deveriam encontrar-se integrados a meia altura do pára-choques e não abaixo destes.
 As frentes apresentam diferente aparência, o que os aproxima da realidade. Mas a verdade é que se no modelo 36 com faixa verde a sua representação se encontra correcta, no modelo 1 usou-se um subterfúgio para nos enganar. Aqui na escala 1/32, pintou-se parte da mesma frente a preto e assim se fica com a ideia da correcção da sua reprodução, mas na verdade, esta secção era mesmo diferente da do modelo 36 e por isso, a pintura negra naquele formato no modelo verdadeiro constituía na verdade uma muito maior abertura de arejamento para os radiadores e arrefecimento dos travões.

A imagem inferior é bastante elucidativa quanto a verdadeira forma das cavas das rodas e o quanto deveriam cobrir as rodas.


 O formato dos retrovisores será talvez o que mais críticas nos merece, pois não correspondem em nada, à reprodução que deveriam apresentar.




 Outra diferença de que poucos se aperceberão, prende-se com a tomada de ar existente no capôt, para ajuda da alimentação dos motores. Se na versão verde esta se encontra bem posicionada, na versão amarela, embora de formato igual, deveria encontrar-se mais avançada, mais próximo do limite frontal do capôt.



Apesar de tudo, tenho de tirar o chapéu a esta criação, já que surge com qualidade considerável e numa apresentação soberba, para além de únicos no seio dos slot car e onde inclusive nas bases de apresentação destes modelos não falta o nome do seu principal sponsor "BOSS" e ainda dos restantes mais pequenos. E apresentados numa embalagem transparente que integra ambos, formam um pack bastante curioso e já de si totalmente original. O pior de tudo, é que já não será fácil conseguir-se esta soberba peça de colecção

domingo, 18 de agosto de 2019

Escala 1/24 está de volta?

 Nos anos 60 do passado século, a escala 1/24 representava o top do mundo dos slot car. A decadência da modalidade não terá no entanto chegado à extinção, fruto da existência da escala 1/32, que apoiada em mais baixos custos em que apostariam marcas como a Scalextric, Polistil, Policar, Carrera, acabaria-mos por ver durante algumas décadas os slot car a sobreviver.
 Já perto do século XXI, a modalidade assistiria a um boom, através do aparecimento de novos fabricantes que trouxeram apostas vencedoras para o mercado, sendo que a grande maioria destes novos colonizadores acabariam por surgir na vizinha Espanha através da Ninco, Scaleauto/MSC e Avant Slot e da italiana Slot.It. A modalidade receberia mais tarde o contributo de uns quantos fabricantes mais, mas que também por força da conjuntura económica mundial, acabariam os menos fortes por desaparecer.
 E surgiam já no presente século as primeiras iniciativas de penetração do mercado através da regressada escala 1/24. Terá sido a Scaleauto a grande reponsável pelo incremento dessa escala, já que os até aí existentes, como a Plafit por exemplo, se confinavam a um mundo extremamente restrito. O fabricante Revo Slot embora mantendo-se ainda na escala raínha, avançava com um conceito de chassis metálico que aproxima os seus modelos da escala dos de maior dimensão, mas numa espécie de teste de mercado, já que tenta perceber a aceitação dos conceitos dos modelos maiores, mas nos mais pequenitos. Apesar das belas obras até nós chegadas pelas suas produções, o resultado parece não ter atingido os anseios desejados.

Mas apesar da timidez com que penetrou no mercado, parece-nos estar a ser o trabalho da BRM, aquele que mais frutos estará a dar e que tendo começado com alguns modelos do Grupo C, nomeadamente do campeonato IMSA, foi pulando de galho em galho com apostas que se diversificaram e que vão desde os modelos GT1 ao Troféu Megane e onde não foram até esquecidas as motos da categoria Sidecar, parece que acabariam por acertar no centro do alvo, quando através do desafio feito por um clube Norte Americano para a criação dos modelos de uma das mais queridas categorias da terra do Tio Sam, os Muscle Car e que acabaria por se estender a verdadeira passadeira vermelha.
 O êxito comercial foi imediato e acabaria por abrir a "pestana" a este fabricante, que percebia no imediato os nichos de interesse dos mercados e para onde deveriam começar a apontar as baterias. Embora se tivessem ficado neste desafio pelo Chevrolet Camaro SS e pelo Ford Boss 302 Mustang, a sua produção contemplaria várias decorações.

"Mas se o mercado Norte Americano tem as suas pérolas, o europeu tem um manancial de preciosidades" - terão os responsáveis por esta marca pensado.
Não temos por cá a nata do desporto motorizado que foi encantando e revolucionando o desporto motorizado mundial? Foram um encanto as décadas de 50, 60 e 70, onde as grelhas de partida se recheavam de fantásticas máquinas de Grupo 2 que proliferavam por toda a Europa. Pois se foi hora de disso se recordarem, não haveria então tempo a perder. E surgiam assim os primeiros encantos para os europeus, com os NSU TT e os Simca 1000, os pequenos 1300 que se guerrearam por todo o  território europeu, e que passariam assim a brilhar também nas pistas de slot.
 O encantamento foi geral, o que obrigou o fabricante a expandir o número de decorações, mas sobretudo a pensar em diversificar os modelos desta categoria. Afinal, acabaria por ser um verdadeiro tiro na muche.
Surgiriam depois outros dois verdadeiros ícones europeus, o Fiat 600 Abarth, com o seu inconfundível capôt aberto por onde saem os colectores de escape e o Mini Cooper S, modelos que brilharam através da conquista de vários títulos nas competições onde militaram.

 E estas novas apostas vieram confirmar o êxito que estes pequenos guerreiros colheram no seio dos praticantes e da modalidade.
E foi hora do arrojo dos criadores da BRM ir mais longe, acabando por nos fazer chegar uma das máquinas europeias mais marcantes de sempre, já que o seu percurso arrasta êxitos em tudo o que é desporto motorizado de quatro rodas.
 Chegou o anunciado e esperadíssimo Ford Escort MK I, um modelo que acumula paixões, anunciando-se agora outras vedetas como o Opel Kadett, BMW 2002 e Alfa Romeo 1750. E é claro que com estas máquinas encima da mesa, o poder da escala 1/24 parece ter tido um exponencial crescendo de interesse. E venham lá as prometidas máquinas e outros praticantes se juntarão para fazer relembrar corridas dos "bons velhos tempos". E porque não dizer, que belo renascer da escala 1/24...