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sábado, 11 de abril de 2020

O Ferrari da BBR

O reconhecido fabricante de modelos estáticos BBR, chegou também a aventurar-se no mundo dos slot car. E deste modelo foram editados dois modelos apenas, este e outro com que o sobrinho do Ayrton Senna participou no troféu destinado a estes Ferrari F430 Challenge.
 O modelo acabaria por não vingar no seio da modalidade talvez mais pelo exagero das dimensões com que surgiu.
 Somadas as fracas performances ditadas por quem teve o privilégio de o experimentar, terá visto marcada uma sentença imediata.
 Uma pena, porque há imagem do que acontece nas suas produções estáticas, também aqui nos encontramos perante um modelo muito bem reproduzido.
 Dos acabamentos o mesmo poderá ser dito, já que não surgem pormenores de relevo, a comentar pela negativa.
 Pena não terem recorrido a redes reais como forma de aligeiramento, tendo sido substituídas pela sua simulação, em plástico.

Ainda o Opel Manta, agora 4X4

  Terão já percebido que entre mim e o Opel Manta da Avant Slot, existe uma ligação próxima, muito por culpa da minha paixoneta pelas provas maratona. Isto porque este modelo foi também um dos participantes do Dakar em várias edições. Mas como a Avant Slot não consegue dar o salto para nenhuma destas versões "Dakarianas", acabei eu por fazer a minha própria obra caseira.
 Uma vez que a MSC/Scaleauto disponibilizou um chassis plástico regulável em comprimento e dotado de tracção integral com características universais, parti de um destes chassis e uma carroçaria do Opel Manta da Avant Slot, para fazer o meu próprio TT.
 Mini, Peugeot 205, 406, Prosche 959 e Range Rover, foram modelos que repartiram este mesmo chassis, o que mostra a sua polivalência. Como tal, deveria também ser um bom princípio para o meu protótipo.



O trabalho de adaptação encontra-se algo simplificado, pois o pilar de fixação traseiro da carroçaria, coincide com o apoio das furações do próprio chassis, onde necessita apenas que se faça um furo central. Houve então necessidade de fazer apenas um adaptador para a frente. Depois de regulado o comprimento entre eixos de maneira a que se ajustasse essa medida com o comprimento entre as cavas das rodas, criei um suporte de fixação aos pilares da carroçaria com o comprimento necessário até à furação do chassis. Esse suporte serviu ainda pela parte de cima, como base para suporte de algum lastro, de forma a que nos saltos, a frente do modelo tenha tendência para cair o mais rápido possível.
 As únicas alterações necessárias na carroçaria, prendem-se com o as cavas das rodas frontais, onde há necessidade de se cortar um pouco de maneira a aumentar o diâmetro das mesmas e na placa porta pilotos do habitáculo, onde será obrigatório fazerem-se dois furos redondos, de forma a que os amortecedores traseiros possam desempenhar as suas funções. Tirando isso, nada mais há a fazer. Um trabalho bem simples, para um resultado final extraordinário.
Quanto à preparação do chassis, este requer algum trabalho. Tratando-se de chassis plásticos e que por consequência disso, extremamente leves para a melhor das práticas da modalidade TT, não se consegue deles retirar o melhor rendimento, sem que haja a tarefa de os fazer engordar. Isso faz-se através de recurso a lastros, que vão sendo feitos e adicionados à medida, até um limite que normalmente os regulamentos estipulam. Por outro lado, excesso de peso poderá também ser prejudicial para as mecânicas, sobretudo o motor. A imagem que acima se mostra não corresponde ao chassis montado no Opel deste artigo, mas sim do Porsche 959 que acabaria mesmo por conseguir o título de Campeão Nacional de Espanha, na categoria destinada aos modelos deste fabricante. Por essa razão, neste chassis mostra-se a tracção frontal a ser feita por elástico e a de trás por correia dentada. No caso deste Manta, esta passou as ser feita também por correia dentada ao eixo frontal, o que lhe confere uma característica dinâmica incomparavelmente mais eficaz. Também o braço basculante que sustenta o patilhão passou a ser mais comprido, proporcionado por uma frente da carroçaria mais longa, facilitando substancialmente a altura e amplitude dos saltos. Além disso, qualquer deles usufrui também de uma pequena mola no patilhão que reduz de alguma maneira os impactos aquando das quedas.

 O trabalho das suspensões tem também de ser revisto, através da adaptação de molas com vista ao aumento da eficácia nos sinuosos terrenos a que sujeitaremos estas prodigiosas máquinas, bem como as jantes e pneus, mais apropriados às necessidades específicas do mundo dos Todo Terreno.


 A imagem inferior não mostra ainda a tracção frontal a ser feita por correia dentada, mas é uma evidente necessidade, com o inevitável ganho de eficácia.
Mas atenção, não se iludam, um modelo assim preparado passará a integrar o grupo T3 das provas de TT, ou seja, das mais portentosas máquinas que poderemos encontrar neste mundo em que tudo se admite e  por isso, um carrinho assim preparado não teria qualquer hipótese de lutar frente a estas verdadeiras bestas, pelas posições cimeiras, mas garanto que proporciona um gozo de pilotagem indescritível. Fiquei muito contente com o meu e pode até ser que um dia, lá surja um qualquer grupo onde possa ser integrado.
Outra chamada de atenção, prende-se com a qualidade destes chassis. Se existiram chassis como o que apliquei neste Opel que aguentam toda a pancada, surgiram séries que partiam ao mínimo aperto de regulação dos chassis. Portanto, há necessidade de alguma sorte no que respeita à sua qualidade.

Opel Manta 400 interpretado pela Sloter e Avant Slot

 O Opel Manta 400 da Avant Slot foi já aqui mostrado variadíssimas vezes, por ter sido um dos carros de rali melhor representados em termos de maqueta. Extraordinariamente bem reproduzido, pouco ou nada haverá a apontar como defeito nesse particular.

  Mas a Avant Slot utilizou-o em duas fases, que não sabemos identificar com precisão, e isto por falta de testes apenas, se se terá tratado duma evolução, ou se pelo contrário, terá representado um passo à retaguarda.
Tendo sido mantidas as carroçarias, a parte objecto de reestruturação foi a referente à mecânica que passou a ser absolutamente distinta. O chassis absolutamente novo, passou a ser equipado de berço, ao invés da primeira série, que se escusava a esse acessório. Mas agora de série, a opção do fabricante passou a ser de berço para motor em posição inline. Mas o que perdeu definitivamente foi o braço basculante do patilhão. Tratando-se de um carro preferencialmente definido para o mundo dos ralis e pesados os prós e contras, são sérias as dúvidas relativas a qual das duas opções se tornará vantajosa. A motorização de série foi também alterada, mas essa revela-se de menor importância, pois serão raros os casos em que na preparação esse órgão é mantido. Portanto, da minha parte a dúvida persistirá, mas haverá certamente quem já tenha tirado a melhor das conclusões.
Mas alguns anos antes desta extraordinária peça de colecção ter chegado ao mercado, já a Sloter havia surpreendido o mundo pela positiva, ao aventurar-se na sua estreia deste mesmo modelo carregado de novidades.


Primeiro porque havia já há muito sido um cobiçado modelo por parte de muitos dos praticantes da modalidade e segundo, porque o conceito mecânico pela qual se optava, surpreendia também. Tratava-se de um revolucionário chassis que acoplava um motor de origem SCX/Scalextric da sua série "Pro Speed" em posição anglewinder, no que constituía por si só uma bela opção. Aqui esteve o grande problema de todo este conceito. Isto porque afinal se servia duma cremalheira de concepção convencional para motores inline. Não tivera sido este erro e estou em crer que o seu êxito teria atingido outro patamar. O patilhão era montado num braço basculante, o que perfazia todo um conjunto prometedor.
 A própria carroçaria terá sido na época muito bem acolhida, porque na ausência de termo de comparação, assumia o papel de perfeição. Claro que a chegada da versão Avant Slot, traria à tona uma infinidade de incorrecções que nos parecem até, hoje, grosseiras.
 A imagem inferior mostra o chassis e o conceito aplicado naqueles modelos, que com alguma habilidade, engenho e opções de acessórios, se fazia ultrapassar de alguma maneira o problema constatado com a cremalheira.
 A falta de peso passou a ser um problema da qual estes Manta padeciam e que se revelava premente resolver, assim que se conseguiam pôr no ponto ideal para a competição, pelo que era habitual recorrer-se à montagem de lastros repartidos por várias localizações do chassis.
Mas afinal, dois bons exemplares que marcarão para sempre a história da modalidade e dos slot cars.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Um Grupo B que não teve direito a êxito

 A Avant Slot trouxe até aos terrenos da modalidade, um dos mais bonitos modelos nascidos para o extinto Grupo B.
 Mas as suas características seriam derrubadas pela estratégica entrada dos modelos de tracção integral, numa iniciativa inovadora trazida pela Audi para o mundo dos ralis.
 Mas para a modalidade dos slot car irá ser sempre um carro de beleza admirável, ainda que não se consiga juntar também as desejadas características que fizessem dele uma máquina ganhadora.

 Mas oi Manta 400 acabaria por não passar despercebido ao fabricante Avant Slot, que chegou a editar algumas das decorações que militaram em vários campeonatos europeus. Aqui, um desses exemplos, que chegou a ser tripulado por Carlos Sainz.


 Uma versão decorada com as côres da "Marlboro, um patrocinador que funciona sempre bem, seja qual fôr o modelo.


 Também o Manta que se distinguiu em algumas participações irlandesas, acabaria por ser editado.

Mas para minha frustração, nenhum dos modelos participantes no Paris-Dakar terá sido objecto de edição por parte deste fabricante.
  Poderei acalentar esperanças?