Targa Flório 1970 - Porsche 908/3 NSR

A edição de 1970 da histórica prova do Targa Flório, consagrava os Porsche 908/3, como um dos modelos de topo do automobilismo mundial, sobretudo quando o terreno se mostrava sinuoso e menos apropriado para a prática da modalidade automobilística, como era este o caso, que se desenrolava em estrada aberta.

Três destes pequenos Porsche marcaram presença inscritos pela J.W. Automotive Engineering (John Wyre Automotive), com quatro destas recentes máquinas desenvolvidas pela fábrica germânica, depois de terem já mostrado potencial para vencer provas à geral.

Com curiosas decorações apresentadas para cada um dos modelos e sob o patrocínio da Gulf para três deles, a versão 12 era entregue aos pilotos Jo Siffert/Brian Redman, o 36 a Waldegaard/Richard Attwood, o 40 a Leo Kinnunen/Pedro Rodriguez e o 20, inscrito pela Porsche KG, a subsidiária austríaca da Porsche, a Vic Elford/Hans Herrmann, com este último integrado no grupo, mas sob as côres vermelha e branca da subsidiária da Austria. Também a curiosidade de a cada um deles ter sido atribuído um naipe de cartas e assim, as copas viriam a ser atribuídas ao modelo 20, as espadas ao 36, os ouros ao 12 e os paus, ao 40.E a prova veio confirmar o potencial já anteriormente demonstrado por estes 908/3 noutras participações, vindo no final a ocupar os dois primeiros lugares da geral, para os números 12 e 40 respectivamente primeiro e segundo e ainda a quinta posição para o modelo detentor do dorsal 36. Já o modelo 20 desistiria, após acidente.

Não deixou de ser um extraordinário resultado de conjunto, sobretudo quando a concorrência se fazia pela rival Ferrari com os modelos 512S, a Alfa Romeo com os modelos T33/2 Spyder e ainda através também das versões 908/2 da mesma origem alemã.

E para a prática da modalidade slot car, podémos contar com as réplicas destas preciosas máquinas produzidas pelo fabricante italiano NSR, que fez também deles, belíssimas peças de competição de alto nível. Mas foram feitas edições especiais disponibilizados em duas caixas de cartão que contemplam cada uma delas dois modelos, correspondendo à referência SET09 1/2 os modelos 12 e 40 e à referência SET09 2/2 os modelos 20 e 36, correspondendo a cada uma delas edições limitadas a 449 exemplares.

Chegou a vez do Toblerone - NSR

O Porsche 908/3, é um dos elementos da familia germânica com imensa história e em 1973, a "Escuderia Montjuich", um team privado espanhol, apostava neste modelo já algo modificado, para atacar duas clássicas de grande importancia europeia. Foram elas as 24 Horas de Le Mans e o Targa Flório. Encontrando-se esta máquina em produção na NSR, chegou então a vez de trazer ao mundo estas duas participações de cariz mundial.

De uma assentada chegam-nos então estas duas versões, já que recorrem ambas ao mesmo esquema de pintura, divergindo depois na variedade e quantidade de lógos que preenchem as carroçarias. 

Conhecendo a filosofia da NSR, adivinhava-se que não acompanhassem as reais modificações que esta versão contemplou, como a inclusão de faróis, que passaram a estar representados por uma ficcionada pintura, que o habitaculo mantivesse a sua original forma que acomoda a possibilidade de uma só pessoa, ao invés do mais aberto, que não tivessem incluído o segundo retrovisor sobre o guarda-lama direito e muito menos, que surgisse com a secção traseira absolutamente redesenhada. Alguns destes aspectos, podem ser observados por comparação com a imagem que abaixo se mostra.

No entanto, o aspecto geral encontra-se presente, sobretudo pela existência dessa ímpar combinação cromática. Pena é no entanto, que a separação das duas côres se faça na realidade pela interposição de um fino friso preto, que acabou por não ser contemplado.

Como se percebe por comparação com a imagem inferior, as duas asas verticais são na sua totalidade em bége e não bége por fora e vermelho por dentro, resultando ainda a ausência do logótipo da "Toblerone" pela parte interior das mesmas. Mas percebe-se também através da mesma imagem, a disparidade da representação da sua traseira, em que especificamente neste modelo, deixou de ser uma traseira inexistente, totalmente aberta, para ter sido completada à volta das rodas e tendo recebido na parte mais recuada, grelhas de escoamento de ar, muito mais fechada portanto. Apenas a parte central deveria ter sido mantida totalmente despida de carroçaria. 

Mas ao bom estilo da NSR, o molde inicial é para ser mantido, enganando-nos depois os olhos com pinturas. O seu espirito não se fixa na produção de "réplicas", mas pelo contrário, na criação de máquinas para a "curtição" e competição. É o espírito que os tem guiado desde a sua origem e portanto, também aqui, para ser mantido.

As mesmas críticas se apontam à versão do "Targa Flório ", pelo que o que passa a importar será a simulação da sua representação e que este, à imagem da restante gama, seja dinãmicamente algo que satisfaça o praticante.

E assim sendo, temos o nosso panorama de Porsche's 908/3 mais enriquecido com duas novas referências, pois o seu desempenho em pista já provou ser interessante.

As ficções da NSR

Por ausência de novidades, o fabricante italiano NSR prossegue a saga das suas ficções. Enquanto não nos brinda com a edição da sua futura criação, o Porsche 917/10 Can-Am, vamos assistindo à chegada de modelos conhecidos, decorados com pinturas míticas que marcaram o desporto automóvel.

E para o Porsche 908/3, serviram-se da incontornável decoração que eternizou os Porsche 917/30 do Team Penske participantes no campeonato Can-Am. Com as côres da "Sunoco", este Porsche só peca mesmo por não ter existido, porque até faz mesmo lembrar aquela portentosa máquina germânica.

Já para o Chevrolet Corvette C7-R, as côres da Martini servem para recriar duas versões, uma com base prateada e outra branca. Aqui, já me parece esta invenção menos conseguida e desinteressante.

E enquanto nos vão chegando estas edições pouco cativantes, continuamos a aguardar que haja mais desenvolvimentos sobre a sua anunciada futura criação, o Porsche 917/10 Can-Am, um modelo a avaliar pelo que foi já desvendado, muito mal reproduzido. E se mecânicamente nada trouxer de inovador, as nossas expectativas sairão goradas, visto não vir a conseguir qualquer superioridade sobre o seu antecessor, o Porsche 908/3.

Porsche 908/3 Lufthansa - NSR

 Participante nas 6 H Watkins Glen no ano de 1972, inscrito pela "Reinhold Joest" e tendo como pilotos a dupla "Jöst / Casoni", completariam a prova na quinta posição, no Porsche 908/3 que recentemente a NSR nos trouxe.
Com uma linha igual à das primeiras versões, ao que se acrescentaram as derivas verticais na extremidade traseira, mas já conhecidas através das versões "Martini" e "Tergal", fica marcado sobretudo pela decoração própria de um modelo que marcou o Campeonato Mundial de Marcas.

E porque o corpo principal do modelo não sofreu qualquer evolução por parte da NSR, erros existem que embora possam passar despercebidos, existem.
Através da imagem inferior, percebe-se a existência de umas grelhas para além das rodas traseiras e que não foram contempladas na miniatura. Mas falhou também o segundo pára-brisas que alberga no seu interior o pilar do único retrovisor  existente neste modelo, bem como o travessão do rollbar existente no arco central. Ficaram também esquecidos os autocolantes existentes no interior das derivas verticais do capôt traseiro, bem como o emblema azul junto aos números laterais, situação esta bem fácil de se ter resolvido.

 Quanto ao resto, trata-se de uma interessante máquina de competição do mundo dos slot cars, dotado de uma decoração deveras cativante.

 Agora, a par de mais umas quantas edições que serão editadas com erros, seguir-se-ão também os modelos derivados de fértil imaginação, como será o 908/3 da "Sunoco".

 Uma decoração adaptada a este 908/3 a partir da existente no 917/30.

Descubra as semelhanças - Porsche 908/3 NSR

 O Porsche 908/3 da NSR viu a luz do dia em 2018, mas foi no corrente ano que surgiu a primeira evolução deste modelo e que, através das duas derivas verticais que se estendem até ao limite posterior do capôt-motor, se consegue distinguir a versão de 1970, da de 1971.

E esta evolução chegou-nos através da reprodução do modelo que participou no ano de 1972 nas míticas 24 Horas de Le Mans, ano em que este modelo se aventura pela primeira vez nesta clássica mundial e para a qual, este modelo muito poucas características reunia. Inscrito pela equipa espanhola "Escuderia Montjuich", foi tripulado pelos pilotos "Fernandez / Torredemer / Baturone", acabando por desistir por acidente com a meta quase à vista e quando ocupava o oitavo lugar da classificação geral. Mas para isso, esta pequena barqueta viu-se modificada em vários pormenores relativamente aos restantes 908/3, como por exemplo a introdução de faróis, coisa de que se encontra este modelo originalmente desprovido.
Mas comparemos este slot car com um similar modelo estático, para percebermos como na realidade este modelo nos deveria ter sido apresentado pela NSR.

 Muitas são as diferenças entre este e aquele que participou de facto em Le Mans. Apontemos por exemplo a questão dos faróis. Na impossibilidade de os representar efectivamente, a NSR optou pela sua representação ficticiamente tapados. Na verdade, o modelo chegou a correr dessa forma, com eles cobertos com fita, como forma de os proteger enquanto não fosse necessária a sua utilização. Mas mesmo esta representação não terá corrido bem e ficou muito aquém do correctamente desejado, pois estes estendem-se quase até ao limite inferior da carroçaria e tal como vemos na versão da NSR, estes estão muito acima dessa linha limite.

 O cockpit não foi corrigido, pois perde a sua característica linha de recorte que cobre a quase totalidade do banco esquerdo, para dar lugar a uma abertura maior e total dos dois lugares existentes. Também o característico único retrovisor deveria ter desaparecido, para surgirem dois, encontrando-se o esquerdo no limite do guarda-lama e avançado e o direito mais ao centro e bem próximo do piloto.

 Também terá sido revista a traseira, onde surgem nesta versão duas estranhas continuidades da carroçaria, uma de cada lado e de forma redonda a acompanhar o formato das rodas.

Escusado será dizer que nada disto terá sido atendido pela NSR, que se limitou a acrescentar as duas derivas verticais da traseira e acrescentado a simulação dos faróis, ainda que mal. Mas estamos habituados a esta falta de preocupação por parte do fabricante italiano, que se resume a acrescentar no mercado muitas edições sobre os moldes existentes, sem qualquer tipo de rigor nesse sentido.

 E como máquina, o que nos terá chegado então?
Trata-se de um carro muito errado mas muito apelativo, tanto pelas côres como pelo seu extraordinário acabamento.

 Quando comparado com uma das primeiras versões já disponibilizadas pelo mesmo fabricante, são sobretudo as derivas verticais da traseira a fazer a maior das distinções, mas também o arco de segurança acabou por ser revisto.

 Este deixou de ser o simples arco por trás da cabeça do piloto, para se estender até ao segundo assento, recebendo também dois tirantes, um em cada uma das extremidades do arco principal e que se estendem até ao limite da zona exterior do motor, mas ficando a faltar um terceiro tirante que se estende desde a altura da cabeça do piloto e até à base do arco do outro lado, a acabar na altura do segundo banco. Anteriormente, era apenas um tirante que se estendia desde o arco principal, até ao centro do limite exterior do motor.

 Mas mecânicamente, o motor foi também alterado. Anteriormente era o Shark 20 de 20.000 rpm a equipar o modelo, tendo agora dado lugar ao novo Shark 21.5, de 21.500 rpm, com a manutenção das 164 g-cm de atracção magnética.

 Quanto aos pesos, incrivelmente e apesar do acrescento das derivas, a balança parou exactamente no mesmo registo. Uma boa notícia...

O novo Porsche 908/3 da NSR

 Le Mans 1972, via na lista de inscritos o Porsche 908/3 que o fabricante NSR decidiu agora que fizesse parte das suas produções.

  Com as côres da "Tergal" a vestir este que se trata da primeira versão na NSR a adoptar as características derivas verticais na traseira, com que surgiu no ano de 1971, distingue-se também das mais comuns versões pela presença de um grupo óptico frontal, dada a especificidade da prova de resistência que representam as 24 Horas de Le Mans.

 Apelativa quanto baste esta nova versão, contém no entanto inúmeros erros que passarei a apontar.

A representação do grupo óptico, uma mera representação visto serem na verdade inexistentes nesta miniatura, encontram-se no entanto muito mal representados, visto na realidade situarem-se quase até ao limite inferior da carroçaria. Mas como se pode observar na imagem superior, estes surgem muito acima desse limite.

Nesta evolução do 908/3, o habitáculo passou a ser de formato arredondado, permitindo a presença de um segundo piloto, cujo regulamento assim o obrigava. Também o característico retrovisor único, daria lugar agora à presença de dois, um de cada lado e em posições desfasadas.

A secção traseira recebeu atrás das rodas (imagem inferior relativa a um modelo estático de colecção), uma espécie de guarda-lama arredondado, o que lhe confere um aspecto mais fechado.
Mas conhecemos a NSR e sabemos que não são dados a grandes modificações sobre os moldes iniciais, pelo que prevemos a partir daqui, a continuidade das incorrecções em futuras reproduções deste 908/3, aquando das versões de Le Mans. Mas pelo menos o rollbar foi revisto, ocupando agora a totalidade da largura do cockpit e surgindo dois tirantes de apoio à retaguarda.

Para mais tarde, ficam outras interessantes versões.