A segunda prova do Campeonato de Grupo 5 levada a cabo pelo Guimarães Slot Club e que decorreu uma vez mais no circuito permanente Vitor Costa, contou com o regresso tanto de Domingos Vinagreiro como de Jorge Seia e ainda de André Ferreira, mas também com as ausências de Miguel Sousa, Marco Silva e André Mota.
O alinhamento dos carros na pista fez-se de acordo com a classificação de cada piloto na primeira das cinco provas que compôem este campeonato.
Mas a coisa prometia, dadas as inúmeras evoluções que a grande maioria dos pilotos conseguiu introduzir nas suas máquinas, pelo que se esperava uma prova tremendamente aguerrida por parte de grande número destes protagonistas.
E dada a partida percebia-se de imediato que a animosidade se encontrava ao rubro, vendo-se tanto Ricardo Moura como Filipe Vinagreiro a imprimirem um andamento verdadeiramente diabólico, que os levaria a estabelecer o impressionante número de 23 voltas. Se a vantagem aqui acabaria por pertencer ao primeiro, a guerra que se gerava a baixo desta dupla, mostrava que Frasco Leite também não se encontrava ali para brincadeiras, já que as 22 voltas por si conseguidas, constituem também uma belíssima marca. Os dois lugares seguintes eram ocupados pelo vencedor da jornada inaugural, Carlos Afonso e Bruno Magalhães. Com provas menos conseguidas , um pouco desastradas até, ficariam Filipe Carreiro, Albano Fernandes e Rui Mota, que ao estabelecerem apenas 20 voltas ocupariam respectivamente as sexta, sétima e oitava posições e começavam a hipotecar a possibilidade de ocupar uma posição de relevo no final da prova.
Rui Varela, um dos afastados mas apaixonados pela modalidade, acabaria por nos fazer uma bela visitinha e ali se manteve até ao final.
Para a segunda calha Rui Mota ficava-se pelas calhas virtuais e a entrada pertencia a Miguel Guerreiro, outro dos adeptos que costuma pautar as suas participações por andamento verdadeiramente atrevido, pelo que se esperava a entrada de mais um elemento a fazer estragos na classificação, mas acabaria este piloto por no final não ir além do quinto lugar, enquanto na frente, Ricardo Moura e Filipe Vinagreiro continuavam a dar espectáculo, numa fantástica guerra aberta e declarada entre ambos.
Frasco Leite via a terceira posição perigada pela aproximação de Carlos Afonso, que também via atrás de si Miguel Guerreiro, Filipe Carreiro, Albano Fernandes, Rui Mota e Bruno Magalhães, com este a baixar a último, depois de perceber que o seu BMW M1 começava a perder eficácia.
Como registo de relevo, ficavam os incríveis tempos que o cronómetro ía decorando.
Mais uma calha e Filipe Vinagreiro consegue novamente espetar as garras na concorrência, continuando a impôr uma rapidez quase inatingível, o que o levava a cimentar a primeira posição. Mas Ricardo Moura vê-se obrigado a ceder passagem a Carlos Afonso, baixando a terceiro. Também Frasco Leite a passar para as calhas virtuais, vê agora Miguel Guerreiro a posicionar-se à sua frente. Os sexto e sétimos lugares continuam pertença respectivamente de Filipe Carreiro e Albano Fernandes, seguidos de Rui Mota e Bruno Magalhães.
Quarta calha e Filipe Vinagreiro começava a acompanhar a prova, a partir do lado de fora. Chegara a sua vez de entrar para as calhas virtuais e presenciava com atenção os desempenhos tanto de Carlos Afonso como de Ricardo Moura, ambos os seus mais directos opositores. Mas nem um nem outro, que apesar de ambos a dar continuidade aos excelentes desempenhos, consegue ainda a aproximação fatal, mantendo-se a classificação até à oitava posição, inalterada. A entrada de Miguel Antunes deixa-o na nona posição, um lugar à frente de Bruno Magalhães.
Quinto arranque e percebemos que a luta entre Ricardo Moura e Carlos Afonso parece ser para se perpetuar, com o primeiro a superiorizar-se agora, enquanto a segunda mexida acontecia no oitavo posto, com a ultrapassagem de Miguel Antunes a Rui Mota. António Lafuente acabado de entrar, ocupava a décima posição, à frente Bruno Magalhães.
Estoicamente, Filipe Vinagreiro mantinha-se imune aos tremendos andamentos impostos por Ricardo Moura e Carlos Afonso, mas era agora Frasco Leite que se assumia como quarto classificado por troca com Miguel Guerreiro. Para trás, tudo como dantes até ao nono posto, lugar que era agora pertença do iniciado acabado de entrar Jorge Seia, que todos acaba por surpreender com a rapidez com que se entregou também à luta. Para trás de si, ficariam tanto Bruno Magalhães, como António Lafuente, agora último classificado.
Na sétima calha era a vez de Ricardo Moura passar para as calhas virtuais, mas Carlos Afonso entra em modo de "ataque", registando mesmo o impressionante tempo de 10,38 segundos e acaba uma vez mais por se posicionar no segundo lugar da geral, por troca com o rival Ricardo Moura. E daqui até ao décimo lugar, as classificações mantiveram-se congeladas, com a décima primeira posição a ser agora pertença do entrado Domingos Vinagreiro e a posicionar-se à frente de Bruno Magalhães e António Lafuente.
Na oitava calha, o jogo do gato e do rato mantém-se relativamente à segunda posição, já que o comando continuava pertença de Filipe Vinagreiro, mas é agora e novamente Ricardo Moura que se impõe a Carlos Afonso. Mas Domingos Vinagreiro surge também para surpreender e assume agora o nono lugar, relegando à décima posição o rival Rui Mota. Jorge Seia vem na cola e mantém a distância atrás de Rui Mota, seguido de André Ferreira que acabara de entrar, Bruno Magalhães e António Lafuente.
E com os quatro primeiros fora da batalha, era Rui Mota que reentrava e conseguia conquistar a oitava posição, ultrapassando tanto Domingos Vinagreiro como Miguel Antunes. As restantes posições eram mantidas.
Décima manga e a surpresa vem agora de Rui Mota, que após um início que terá sido um descalabro, começa a ganhar ritmo e ascendo ao quinto lugar, com apenas menos uma volta do que Frasco Leite, obrigando Miguel Guerreiro a baixar à sexta posição. Também Miguel Antunes se consegue sobrepor a Domingos Vinagreiro, com os restantes lugares a não sofrerem alterações, para além da última posição em que se vê agora António Lafuente, por troca com Bruno Magalhães.
Na décima primeira calha reentra Filipe Vinagreiro e as expectativas recaíam agora sobre se conseguiria manter sobre os seus rivais, a supremacia exercida no início da prova. Embora com uma cadência mais lenta, a vantagem que já colhera permitia-lhe algum luxo relativamente a não ser apoquentado, o que lhe permitia manter-se no comando com vantagem soberana. Acabaria por ser uma calha em que não aconteceria qualquer troca de posições entre os concorrentes.
Com Ricardo Moura e Carlos Afonso de fora, quem se encontrava ao ataque era agora Frasco Leite, que ascendia surpreendentemente à segunda posição e a apenas duas voltas de Filipe Vinagreiro. Grande ataque perpetrado por este piloto, que normalmente acaba por ser apoquentado por inesperados acontecimentos. Mas uma volta era a diferença que unia os pilotos entre a segunda e a quinta posição, o que começava já a antecipar um empolgante final, pelo menos no que respeitava à disputa dos dois degraus mais baixos do pódio. Filipe Carreiro baixa de sétimo a nono, batido nesta calha tanto por Albano Fernandes como por Miguel Antunes. Quem acabaria por não cumprir a prova era Fernando Coelho, surpreendido com a notícia de que mais um benjamim acabara de chegar.
A reentrada de Filipe Vinagreiro, dá pelo menos para perceber as reais diferenças entre primeiro e segundo e cifrava-se nesta fase, já em três voltas. Só que agora, a segunda posição era pertença uma vez mais de Ricardo Moura, depois de Frasco Leite ter passado uma vez mais por consequências alheias, que o levariam a caír para a sétima posição e com Carlos Afonso de fora numa situação de tremenda expectativa. Desse azar colhiam dividendos, Ricardo Moura, Carlos Afonso, Rui Mota, Miguel Guerreiro e Albano Fernandes, todos eles a subirem uma posição na classificação geral. Na restante tabela, as classificações eram mantidas inalteradas, mas estavam as coisas a aquecer no topo da classificação.
Mas uma vez mais a décima quarta calha promove intensa luta entre Carlos Afonso e Ricardo Moura, com a vantagem a pertencer agora ao primeiro, o homem que com um BMW 3.20 da Sideways ganhara a prova de abertura. Rui Mota ocupava a quarta posição, adiando para a última calha a disputa pelo terceiro degrau do pódio. Frasco Leite desce à oitava posição, depois de Filipe Carreiro promover um ataque que lhe conferiu uma volta de vantagem sobre Frasco Leite. Jorge Seia já de fora, assiste ao ataque de André Ferreira que consegue forçá-lo à descida de uma posição, vendo-se agora relegado ao décimo segundo lugar.
E chegava a hora de todas as verdades, com o arranque da décima quinta calha. Filipe Vinagreiro com uma prova magistral, consegue completar a prova com uma vantagem de quatro voltas sobre Carlos Afonso que embora com o mesmo número de voltas de Ricardo Moura, consegue assegurar a segunda posição, numa calha onde o controlo dos nervos, foi soberano. Rui Mota na quarta posição, ficava já a uma volta daqueles dois. Frasco Leite consegue ainda um forcing final, ascendendo a sexto, atrás de Miguel Guerreiro. Com 166 voltas ficavam Filipe Carreiro e Albano Fernandes, seguidos com menos duas voltas, por Miguel Antunes. Seguiu-se-lhes Domingos Vinagreiro, também ele com belos desempenhos nesta jornada, seguido de dois pilotos que tiveram também eles interessante protagonismo. Refiro-me a André Ferreira e Jorge Seia, décimo primeiro e décimo segundo respectivamente, mas com o mesmo número de voltas. Bruno Magalhães acabaria na cauda da tabela, por culpa de um modelo que desastradamente não lhe proporcionava mais. António Lafuente acabaria por fechar a tabela, no décimo quarto lugar.
E no pódio, um pleno de BMW´s.
Quinta-feira próxima, haverá mais calôr humano, com os pilotos a quererem primar mais ainda nas afinações das suas máquinas.