terça-feira, 28 de julho de 2020

Alitalia, uma temática

 Ainda que se tenha eternizado através do apoio publicitário no mundo dos ralis, a linha aérea italiana "Alitalia" foi vista no Mundial de Ralis através do apoio dado às marcas italianas Fiat e Lancia, mas terá também ficado para todo o sempre, no apoio dado por esta companhia aérea aos brutais modelos de Grupo 5 participante nos "Giro d'Itália", tanto ao Lancia Stratos como ao Lancia Beta Montecarlo.

 Duas fantásticas máquinas de Grupo 5 a que a Sideways terá prestado a devida atenção, ao reproduzi-los. E nessa linha, terá feito chegar ambos os modelos, apesar de reproduzir um Stratos absolutamente fantástico, mas um Beta, absolutamente errado, visto a marca italiana ter participado naquela clássica italiana, através de um modelo adaptado às especificidades daquela prova, tendo surgido com um capô traseiro substancialmente encurtado ao invés do clássico com que a Sideways o representou.
 Para o mundo dos ralis, chegou-nos o Stratos numa aposta da Ninco e o Fiat 131 Abarth, em mais uma das muitas preciosidades da Scalextric/SCX. E tanto uma como a outra edições, só poderão receber da nossa parte os argumentos mais elogiosos.





Isto, enquanto não nos chega um extraordinário Lamborghini também da Sideways, muito embora apoiado numa bem fundamentada imaginação.

Os Ferrari da Policar

Enquanto não chega o esperado Ferrari B2 de Formula 1, a Policar disponibilizou já alguns modelos desta marca, desde Sport Protótipos Clássicos, onde se conta já com a continuidade dos 312 PB iniciados pela Slot.It, até aos 330 P4 e 412 P e os mais recentes F40 da categoria GT.

 Tendo sido o Ferrari 330 P4 um dos mais esperados modelos, acabaria esta produção por se transformar no verdadeiro "flop" deste fabricante, dada a quantidade de erros acumulados, somados ainda à frustrante e inesperada falta de competitividade frente aos mais competitivos modelos da categoria que acabou por demonstrar.
Já o Ferrari F40 teve o mérito de dar continuidade à linhagem das versões que já se conheciam, acrescentando ainda um ou outro pormenor às versões produzidas sobre o nome de Slot.It.
 A introdução da rede na janela que se observa no modelo acima mostrado, foi uma das introduções da Policar no modelo F40, bem como a tampa de arrefecimento do radiador frontal onde se encontra o número 40, que recebe pela primeira vez, três derivas verticais.
 Então, agora são esperadas mais versões deste belo exemplar, bem como se começa já a tornar cansativa a espera do desejado Ferrari 312 B2 de Formula 1.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Os novos Scalextric/SCX - que futuro?

 Tratando-se de modelos de inegável interesse, a Scalextric/SCX tem feito as suas certeiras apostas para pôr no mercado, daquilo que os "slotistas" mais precisam.
 O Mercedes AMG GT3 será um desses exemplos a podermos trazer à baila, dada a sua juventude enquanto modelo nas competições actuais. Mas o que nos importa agora trazer ao correr da pena, será a verdadeira valia das apostas deste fabricante. De conceitos explorados à margem da generalidade dos restantes fabricantes, importa perceber até que ponto estes, serão capazes de se tornar apelativos e trazer a reboque os interesses dos praticantes da modalidade.
A quebra de alguma da qualidade que sobressaía nas suas criações, parece estar a transformar-se numa realidade, como por exemplo a falta de qualidade das suas pinturas, o que parece até ir ao encontro do que tem vindo paralelamente a acontecer com os modelos da Slot.It/Policar. E no caso do Mercedes agora mostrado, acontece que a côr azul surge em várias partes da carroçaria com mais brilho do que noutras, o que poderá ser suficiente para o afastamento de alguns dos apaixonados pela modalidade/colecções, sobretudo quando por parte da concorrência se conseguem vêr obras de alto nível.
 Mas mecanicamente poderemos estar a entrar num patamar sem retorno. Parte dos seus próprios conceitos foram mantidos, como a utilização de um berço basculante que acopla tanto o motor como o eixo de tracção, mas que agora se opta pela nova motorização de caixa pequena com a referência "SCX-FR42". Trata-se de um motor que sendo de caixa pequena, se afasta de todo o tipo de motores equivalentes, dos outros fabricantes. Uma cabeça de motor própria, sustenta os carvões cravados em chapas de grande fragilidade, que se por acidente se deformarem, com facilidade se conclui que será o fim do mesmo. O jogo de suspensão que deste conceito se consegue, é dado pela força das molas do motor que fazem ao mesmo tempo a passagem da corrente eléctrica das chapas do chassis, até ao motor. Ainda que tenha o seu interesse, encontra-se este jogo de basculação limitado, uma vez que não permite regulação de acordo com as necessidades. É aquilo e nada mais. E assim sendo, poderia até o motor ser um belo elemento mecânico, mas o sistema de suspensão descrito, limita em tudo as potencialidades competitivas, frente a uma concorrência muito desenvolvida e presentemente muito apostada em resultados competitivos. As novas produções prescindem também de eixo para as rodas frontais. Ao invés disso, estas encontram-se acopladas a uns suportes plásticos que encaixam no próprio chassis. Mas o que fica a funcionar como eixo, por ser também em plástico, sofrerá prematuramente de desgaste com a inevitabilidade de se virem a soltar as rodas, para além de oferecer alguma resistência ao rolamento, enquanto novos.

 O mesmo poderá ser apontado ao Lancia Fulvia HF, à excepção da ausência de berço basculante para o motor. Uma côr neste caso sem qualquer brilho, que se agradece na côr preta do capô, mas que já nos revolta quando apreciamos a restante carroçaria.
 Um patilhão à moda antiga dotado de palhetas de dupla superfície e a molejar por influência das palhetas do chassis que transportam a corrente até ao motor, rodas da frente a girar em eixos plásticos e um motor de caixa pequena, caracterizam também esta nova criação da Scalextric/SCX.
 Repartindo com a restante gama o motor "SCX-FR42", ficamos para já sem saber da valia desta engenharia, mas deixa-nos curiosos quanto às suas performances. Mas a primeira das más sensações que nos deixa esta máquina, é a exagerada dimensão das jantes que equipa este ícon do automobilismo mundial, sendo mesmo este representante transalpino, o vencedor do Rali de Monte Carlo no ano de 1972. A reduzida aposta em elementos cromados, acabam por proporcionar o empobrecimento de um modelo que até se encontra razoavelmente bem reproduzido.
 Mas quando comparado com o mesmo modelo recriado pela AutoArt, percebemos o quanto a versão espanhola fica a perder. Valha-lhe a real probabilidade de em termos dinâmicos, ficar uns furos bem acima.
 Se a dimensão das jantes é desajustada, a falta de brilho na pintura o penaliza, acrescemos ainda a falta de rigôr na reprodução dos elementos publicitários e decorativos, sobretudo quando comparado com a criação do fabricante rival. A ganhar ficará talvez mecânicamente, mas ainda na reprodução dos capacetes do piloto e pendura, tanto mais que o modelo da AutoArt, nem contempla a presença do pendura.
 Mas com que bombas do mesmo fabricante poderemos comparar este Lancia?
Parece-me justa a sua comparação, sobretudo com os Alpine Renault A110. Mas talvez nem todos. Isto porque as primeiras série se viram equipadas com motores de caixa grande da série anterior e as rodas da frente se servem ainda de eixo.
 Portanto, a justiça far-se-à certamente com os Alpine que repartem os mesmos conceitos mecânicos, como a versão com que Michele Mouton participou no Monte Carlo (imagem inferior). Detectam-se os da primeira dos da segunda série, através do ponto negro existente no centro das jantes da frente

 Pena não terem para o Lancia, optado por jantes de mais reduzida dimensão, pois teria certamente ficado mais competitivo e capaz de se debater de igual, com o mais velhinho Alpine. Assim, não creio que se proporcionem batalhas equilibradas entre estes dois fantásticos representantes de ícones mundiais dos ralis.

E como sempre, também se encontra dotado de sistema de luzes, mas claro, à moda da SCX, que se apagam assim que deixemos de lhe fornecer a corrente eléctrica para o fazer mover.
 E entre AutoArt e Scalextric/SCX, encontramo-nos perante um modelo pleno de brilhantismo, côr correcta, frisos cromados e logótipos perfeitos e outro, algo amorfo no geral, com falta de côr e brilho, grande ausência de elementos cromados e dotado de jantes desproporcionadas, mas que talvez consiga sobressair no capítulo competitivo.
A imagem inferior permite-nos observar a grande diferença das jantes, entre ambos.



 As traseiras bem demonstram a falta de realismo da versão da SCX, onde nem a tampa lateral do depósito de combustível original foi representado e o grande cuidado aplicado pela AutoArt na reprodução desta secção do modelo.

 E tudo isto nos leva a questionar até que ponto a Scalextric/SCX se encontrará no bom caminho. Nem boas réplicas, nem muito provavelmente uma dinâmica ao nível do que se desejará. Portanto, parece-me nesta fase conturbada do slot mundial em que vingar se torna cada vez mais difícil, em que lugar se quererá posicionar este fabricante que muito aprecio, mas que aposta numa política de produção que muito francamente me parece decadente. Valer-lhe-ão algumas das suas suigéneris apostas em modelos pouco vulgares e cuja dinâmica se poderá impôr pela falta de concorrência, ou apenas, funcionarão como grandes máquinas no nicho das competições caseiras.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Frente a frente, Ferrari 330 P4 VS Ferrari 412 P - Policar


Editado faz já algum tempo, acabaria o Ferrari 412 P da Policar por ser alvo de recolha de algumas unidades chegadas ao mercado, por ter este fabricante considerado encontrarem-se as suas reproduções abaixo do seu patamar de exigência, relativamente à qualidade dos seus produtos.
Aguarda-se pois pela revisão  que mereceu esta decisão, para aquilatar até que ponto se terá justificado o público pedido de desculpa aos potenciais interessados no modelo.

Transcreve-se na íntegra o texto publicado pela Policar, a justificar o sucedido:
 "Dear Friends and Customers, unfortunately despite our efforts, we have detected decoration flaws in the bodies of many CAR06b Policar Ferrari P4 models.
Our aim is to manufacture high quality models, and therefore, we have decided to pause the sales of the existing stock in order to check them thoroughly. Our distributors and resellers have been informed. If your model is not of the quality you expect from us, feel free to contact us. Please accept our apologies."
Dotados de silhueta absolutamente igual, a Policar reproduziu dois modelos da Ferrari que pela disparidade das suas designações, nada fazia prever a semelhança que os caracteriza. Tratam-se do Ferrari 412 P e do mais famoso Ferrari 330 P4, ou simplesmente, Ferrari P4.
E na verdade tratam-se de modelos cuja semelhança externa não permite facilidades na sua distinção, sendo esta caracterizada sobretudo pelas diferenças mecânicas, o que acaba por resultar em termos de diferenças à escala, em coisa nenhuma.
Numa primeira passagem de olhos pelo modelo que nos apraz agora analisar, sobressai a quase total ausência de brilho, numa pintura mais baça nuns locais do que noutros. A falta desta uniformidade revela que está posta em causa a qualidade que a Policar se regozija de procurar e que poderá ter sido uma das causas do comunicado do próprio fabricante, sem que contudo tenhamos qualquer certeza do que acabamos de escrever. 
Um dos mais negativos aspectos a apontar neste modelo, prende-se afinal com o crónico problema que afeta a quase totalidade dos modelos da Slot. It/Policar. Aponto o dedo à falta de profundidade das jantes traseiras e que hipoteca de imediato uma maior afinidade entre a recriação e os modelos reais. Este como tal, não fugiu à regra. 
Mas apesar de tudo, erro mesmo, será a ausência dos pequenos apêndices aerodinâmicos nas extremidades frontais, que começam abaixo do grupo óptico e se prolongam quase até à roda.
Quando nos dignamos perder algum tempo à "cata de diferenças" entre estes dois modelos, percebemos que entre o 412 P e o 330 P4, estas também aconteceram nas reproduções aqui trazidas, o que será merecedora de uma chamada de louvor a este fabricante, que uma vez mais nos reforça a opinião de que não se escusam a esforços no sentido de se conseguirem réplicas o mais próximo possível da realidade. A prova disso encontra-se na imagem superior, onde dentro dos círculos sobrepostos na imagem, se percebe a distinta forma das pequenas tomadas de ar. A versão amarela contempla-as de maior dimensão do que na versão vermelha. Pena, não corresponderem exactamente à realidade no caso da versão 412 P, apesar do esforço nesse sentido, já que estas se apresentam na realidade um pouco menores do que o que foram reproduzidas. E já agora, porque não foi ainda inserida a reduzida entrada de ar na parte central superior das tomadas de ar frontais? 
Também lateralmente acabam por surgir duas novas e pequenas entradas de ar, algo que já deveria ter acontecido no modelo vermelho participante em Le Man's. Infelizmente no vermelho, surge "a sua ausência". Ainda no modelo de Spa, os "cavalinhos" da Ferrari não deveriam lá encontrar-se lateralmente, encontrando-se correcto apenas, o que se encontra inserido na circunferência branca do número da frente.

Referir a correcção da capota na versão amarela, já que perdeu as deformações aí existentes na versão de Le Man's, apesar de não terem sido inseridas nessa zona, as duas dobradiças ali existentes. Também o interior que se encontra atrás do cockpit e abaixo do grande óculo traseiro, foi correctamente modificado.


Estas duas fotografias (a de cima e a de baixo) mostram a traseira do modelo em plena actuação na prova belga e percebe-se a existência de uma grelha que dissimula a existência do pneu suplente que se encontrava inserido na secção do motor. Mais acima, a imagem mostra a sua réplica à escala 1/32, onde se percebe que a Policar descartou a sua existência, representando-o tal e qual a versão de Le Mans.
E tal como acontecia já no 330 P4, teimou-se em manter também as janelas de arrefecimento do motor, existentes na parte superior do painel traseiro. A menos que estas se encontrem igualmente munidas de redes que as dissimulem e que não se torne perceptível nas imagens do modelo real. O desenho dos escapes foi também erradamente mantido. 

 Mas existe ainda a secção situada entre o pára-brisas e o radiador frontal, representada de maneira distinta entre ambos, de forma bastante simplificada na versão de Le Mans e um pouco mais rebuscada na versão de Spa. Referir que se na versão de Le Man's se encontra perfeito, o modelo amarelo necessitava ainda de um acrescento a cobrir a base do limpa-pára-brisas.

Pesados no seu estado mais virgem, constacta-se que este mais recente se apresenta 0,3gr mais leve, algo sem qualquer expressão em termos dinâmicos.
Como conclusão, afirmar que a Policar ficou aquém das expectativas dos apaixonados da Ferrari e não conseguiu tirar o melhor partido de uma das mais belas máquinas que terão existido no campo dos Sport Protótipos. E em termos dinâmicos, quem já o experimentou, percebeu que as expectativas foram igualmente goradas, não chegando às performances de algumas outras máquinas oriundas da mesma origem, Slot.It//Policar.
Uma pena a existência de tantos erros e os 412 P/330 P4, por certo não mereciam isto.
Acrescentar apenas, que este modelo 412 P terá desistido nos 1000 Km de Spa de 1967, por acidente.