Mas os dezassete nomes inscritos permitiram um recheado parque de bonitos e bem preparados modelos clássicos, que viriam uma vez mais a permitir um desenrolar de prova de elevado gabarito.
Um variado parque de belas máquinas, onde se registavam fabricantes de variadas proveniências e também de uma bonita gama de modelos.
Rui Mota apostava desta vez por troca com o Mc'Laren com que iniciara o campeonato, no Porsche 908/3 da NSR, mas a grelha inicial mostrava que a maioria das apostas dos concorrentes recaía nas fabulosas recriações da Thunder Slot, máquinas onde se apoiavam tanto Bruno Magalhães como Carlos Afonso neste regresso às competições. Mas se a presença de Bruno Magalhães se fazia logo de início na coorida, era necessário esperar pelas últimas entradas em pista para perceber-mos o ritmo com que Carlos Afonso nos impressionaria.
Carlos Afonso e Bruno Magalhães, dois regressos muito bem vindos.
Fomos também brindados com a presença de um verdadeiro ícone dos automóveis verdadeiros da cidade berço, que terá marcado o mundo automóvel com as suas verdadeiras competências mecânicas.
E iniciada a prova Rui Mota assume de imediato o comando, muito embora quatro pilotos tenham marcado o mesmo registo, com Filipe Carreiro a mostrar-se como o mais sério opositor, seguido de Bruno Magalhães e Filipe Vinagreiro. Se de Filipe Carreiro e Filipe Vinagreiro já se esperava árdua luta como poderosos adversários na guerra pela vitória, a inicial incógnita que Bruno Magalhães poderia deixar pela longa ausência das competições, esfumava-se, já que trazia à tona toda a sua já conhecida garra e elevada competitividade enquanto piloto. Seguiam-se-lhes com o registo de vinte e uma voltas Miguel Guerreiro e Ricardo Moura, dois pilotos que também pautam as suas presenças por elevado espírito de combatividade, pelo que era necessário continuar a contar com eles até ao baixar da bandeira. Miguel Antunes registava menos uma volta ocupando a sétima posição, mas era André Ferreira quem verdadeiramente perdia o combóio, ao conseguir apenas realizar dezassete voltas.
E à saída de Rui Mota correspondia a entrada de Fernando Coelho, um piloto que tem também ele deixado marcas de enorme valia. Mas não iria neste seu arranque além do sexto lugar, numa calha em que Filipe Carreiro perde a segunda posição para Bruno Magalhães. Mas Filipe Vinagreiro muito embora tivesse conseguido a manutenção no quarto posto, vê a sua posição perigada pela aproximação de Ricardo Moura que consegue chegar a quinto da geral com o mesmo número de voltas. Enquanto isso, Miguel Guerreiro desce de quinto para sétimo, numa prova que não lhe iria correr de feição e que veria agora Miguel Antunes à distância de menos de uma volta. A fechar, continuava André Ferreira na nona posição.
A terceira calha mostra as sérias intenções com que Bruno Magalhães encarava este regresso, imprimindo ritmo verdadeiramente forte e que o levava a registos por volta que assim o comprovavam. No entanto, o assalto ao primeiro lugar não fora ainda consumado. Filipe Carreiro que se encontrava também já nas calhas virtuais, mantinha o terceiro lugar graças aos seus excelentes desempenhos enquanto se havia mantido em pista. Ricardo Moura assumia o quarto lugar por troca com Filipe Vinagreiro, com este último a demonstrar um invulgar ritmo abaixo do seu habitual. Também Fernando Coelho aproveita a maior ineficiência por que estava a passar Miguel Guerreira e rouba-lhe a sétima posição. A entrada de Damião Castro trazia também algumas elevadas expectativas, mas um Ford P68 menos eficiente, não lhe permitia ir além de uma posição à frente André Ferreira que continuava como lanterna vermelha desta tabela de classificação.
E era chegada a vez da entrada de outro regressado rápido piloto nesta quarta calha. Mas afinal, um Lola T70 Spyder nada colaborante, deixavam-no com dezoito voltas e na décima posição, um lugar apenas à frente de André Ferreira que continuava a fechar a tabela. À frente, Bruno Magalhães continuava a sua tarefa de fazer tremer as vedetas da companhia e marcava novos registos de relevo, cimentando o segundo lugar e deixando em aberto a possibilidade de chegar ao primeiro lugar. A descansar, Filipe Carreiro e Ricardo Moura não viam nenhum dos pilotos que se mantinham em pista, a conseguirem-lhes retirar as posições. Mas Fernando Coelho ameaça Ricardo Moura, ficando agora ambos com o mesmo número de voltas. Esta pressão imposta por Fernando Coelho, levou-o a passar para a frente de Filipe Vinagreiro, com este a ver a sua prova a ir de mal a pior. Mais atrás, Miguel Antunes e Miguel Guerreiro mantinham as suas posições relativas e à frente de Damião Castro, Miguel Sousa e André Ferreira.
Na quinta calha Filipe Vinagreiro sofre de uma assentada a passagem de sexto a oitavo, vendo passá-lo tanto Miguel Antunes como Miguel Guerreiro. Nesta calha era Domingos Vinagreiro que fazia a estreia neste campeonato, mas não iria além da décima primeira posição, apenas à frente de André Ferreira, enquantoi as posições de topo se mantinham inalteradas.
Oxalá me consiga manter no pódio, parece ser a legenda que sai do cérebro de Filipe Carreiro.
Sexta calha e no que respeita às posições até ao quinto lugar, tudo se mantinha inalterado. Mas era a sexta posição agora pertença de Miguel Guerreiro, piloto que parecia querer acordar, passando para a frente de Miguel Antunes, sendo este o único registo de releve para além da entrada de António Lafuente, que não consegue também ele ir além da décima segunda posição, um lugar à frente do eterno lanterna vermelha, André Ferreira.
E era chegada a hora à sétima calha, da entrada do esperado Carlos Afonso. Embora muito rápido como sempre, não consegue nesta sua primeira participação ir além do quarto lugar, mas com um registo equivalente aos demais pilotos, pelo que a diferença se fazia por meros metros. Miguel Antunes é que descia agora à nona posição, por troca com Filipe Vinagreiro. Miguel Sousa vê-se suplantado na classificação por António Lafuente, no que começava a ser uma prova verdadeiramente desastrada.
E entrava na oitava calha José Pedro Vieira, mas o seu Mc'Laren não o deixava ir além da quinta posição. Mas o protagonismo ia todo para Carlos Afonso que passava a terceiro classificado da geral, com o mesmo registo de voltas de Filipe Carreiro. As restantes posições eram mantidas inalteradas, pelo que começava a desenhar-se enorme interesse à cabeça da tabela de classificação, já que Carlos Afonso entrava na luta e José Pedro Vieira imiscuía-se também nas posições cimeiras. E ficava também com a prova completa Bruno Magalhães, que com as 173 voltas conseguidas suplantava largamente o recorde da anterior e única prova deste campeonato até agora realizada. Restava perceber se tanto Rui Mota que ainda se mantinha à cabeça da classificação com apenas uma participação, como Carlos Afonso, iriam conseguir atingir ou suplantar este extraordinário registo.
A nona calha marcava a entrada de outro piloto que invariavelmente consegue excelentes resultados. É ele Marco Silva, mas desta vez o seu arranque não lhe permitia ir além da décima primeira posição, num desempenho absolutamente condicionado pela máquina com que alinhava desta vez. A troca do Ford P68 pelo Mc'Laren parece não ter resultado conforme o esperado. Toda a restante classificação, mantinha as posições relativas, com a interposição de Marco Silva entre Miguel Antunes, o décimo classificado e Damião Castro, agora o décimo segundo.
A décima calha mostra o quanto Carlos Afonso se esforça por arrebatar a vitória através de um poderoso andamento, marcando registos de capital importância. Mas apesar da enorme competitividade demonstrada em pista, não chega ainda para suplantar nem Rui Mota nem Bruno Magalhães. A entrada de Frasco Leite levava também a crer que mais um piloto se posicionaria na guerra pela vitória final, mas uma vez mais este piloto não é bafejado pela sorte e as vinte voltas que consegue registar, não lhe permitem ir além do décimo terceiro lugar. Miguel Sousa consegue apesar de tudo e finalmente, subir uma posição, relegando António Lafuente para trás de si.
Apesar de todos os esforços assumidos por Carlos Afonso, ainda não é a décima primeira calha que define alterações à cabeça da classificação geral, no regresso de Rui Mota que consegue manter a posição de liderança, mas onde a perda de alguma da vantagem de que vinha usufruindo enquanto participante nas calhas virtuais, foi uma realidade. Mas um desempenho menos conseguido por parte de José Pedro Vieira, levam-no a perder uma posição a favôr de Ricardo Moura. Frasco Leite começa uma tarefa de recuperação e ascende duas posições, ultrapassando Marco Silva e Damião Castro, assumindo assim o décimo primeiro lugar. Daqui e até à última posição, mantiveram-se os lugares da calha anterior.
Décima segunda calha e pela primeira vez Rui Mota vê-se destronado do comando da prova, já que não conseguia manter o mesmo nível de brilhantismo assumido na abertura. Esta posição é agora uma conquista de Bruno Magalhães, mas Rui Mota vê ainda a distância encurtada entre si e Carlos Afonso. Estava agora ao rubro a disputa pelas primeiras posições, mas enquanto isso, nada mais havia a registar, já que quanto às restantes posições, tudo acabaria por se manter inalterado.
E na décima terceira calha é a vez de Carlos Afonso pregar também a rasteira a Rui Mota, relegando este para o terceiro lugar. Mas começava também uma animadora aproximação a Bruno Magalhães , o piloto que se mantinha no momento à cabeça da tabela de classificação. Encontrava-se o ambiente verdadeiramente efervescente, com os participantes a assistirem a este empolgante final de prova. Também Damião Castro recupera a posição cedida a Frasco Leite e demonstra que apesar de desactualizado, o seu P68 de origem NSR pode ainda fazer os seus estragos. E Marco Silva acabava por manter-se numa posição muito pouco habitual e pouco condizente com as suas naturais ambições.
Finalmente à décima quarta calha e última para si, Carlos Afonso consegue o regresso à posição que muito bem conhece, após um andamento verdadeiramente brilhante e onde o seu melhor tempo numa volta ficou registado nos 10,35 segundos. Por escassos metros acaba por suplantar o registo das 173 voltas e poucos metros com que Bruno Magalhães havia completado a sua prova. Faltava agora perceber se haveria alguém com capacidade de enfrentar estes dois puros velocistas. Da parte de Rui Mota a sua cadência não parecia poder alimentar-lhe esperanças, mas haveria mais alguém? Se Filipe Carreiro se posicionava a duas voltas de Rui Mota, parecia que relativamente às duas primeiras posições o resultado já se encontrava perfeitamente definido, mas para o terceiro lugar, nem por isso. Mas nesta calha, uma arreliadora avaria retira provisoriamente Frasco Leite da prova, descendo na tabela de classificação para o décimo sexto lugar, uma posição à frente de André Ferreira, piloto este que se manteve na totalidade da prova, na cauda da classificação.
Mas o final de prova prometia e na décima quinta calha, Filipe Carreiro ganha mais uma volta a Rui Mota e José Pedro Vieira consegue trocar de posição com Ricardo Moura, assumindo para si a quinta posição, enquanto os dois primeiros poderiam assumir definitivamente que as suas posições eram definitivamente intocáveis. O regresso de Frasco Leite leva-o a empreender nova recuperação e posiciona-se agora no décimo quarto lugar, atrás de Marco Silva e à frente de Miguel Sousa, este último um piloto que não conseguiu nunca desenvencilhar-se das posições da cauda da classificação.
Na penúltima calha José Pedro Vieira consegue subir mais um lugar, desta vez deixando atrás de si Filipe Carreiro, mas parece improvável que venha a conseguir impôr-se a Rui Mota, sobretudo quando esta acabaria por ser a sua última participação, ficando apenas dependente para subir um lugar, duma fraca prestação por parte de Rui Mota. Mas tanto Filipe Carreiro como Ricardo Moura teriam oportunidade de criar mais um pólo de atracção neste desfecho de prova que ocorreria na calha seguinte, já que ambos se encontravam em igualdade de voltas. Mas que fecho de segunda jornada se estava a preparar. Mas também Fernando Coelho que se posicionava na sétima posição a duas voltas de José Pedro Vieira, poderia assistir a algum deslize por parte tanto de Filipe Carreiro como de Ricardo Moura, podendo vir a colher disso frutos, pelo que entre quarto e sétimo lugares, algo poderia ainda a vir a acontecer. E entre Miguel Guerreiro, Filipe Vinagreiro e Miguel Antunes, nada se encontrava também definido, pelo era mais um ponto de interesse a assistir-se na calha seguinte e desfecho da jornada.
E partia-se então par um final empolgante onde tal como se esperava, as três primeiras posições não se alteraram, mas em que entre José Pedro Vieira e Filipe Carreiro se desenhou uma luta em que culminariam a batalha com o mesmo número de voltas, com a vantagem a pender a favôr do primeiro, mas onde a classificação até ao décimo lugar se fez demonstrando enorme equilíbrio, com Ricardo Moura a encabeçar uma lista de posições cuja diferença não ultrapassava uma volta entre pilotos. Damião Castro no décimo primeiro lugar é que acabaria por não conseguir andamento que o mantivesse na luta pelas melhores posições, seguido de Marco Silva, também ele muito abaixo das expectativas. As três últimas posições é que geraram também inesperado interesse, pertencendo o décimo quinto lugar a Miguel Sousa, a seguir-se-lhe André Ferreira que consegue finalmente no culminar da prova, sobrepôr-se a António Lafuente.
Como nota de fecho, enaltecer os gloriosos regressos tanto de Carlos Afonso, o vencedor, como de Bruno Magalhães, o segundo classificado, que finalmente puseram cobro a uma inusual hegemonia que vinha a ser imposta por Rui Mota durante cinco jornadas consecutivas e capazes agora de apimentar mais ainda os campeonatos que este clube vimaranense tem vindo a levar a cabo.
Ao nível dos fabricantes, parece que os modelos da Thunder Slot retomaram a sua posição de vedetas demonstrado já no transacto campeonato. Embora tenha havido uma aproximação do Porsche 908/3 da NSR, ainda assim parece que os Lola T70 Spyder se manteem como as mais poderosas máquinas deste campeonato.
O bonito Lola T70 Spyder que Carlos Afonso levou à vitória, tinha-se já mostrado como a máquina imbatível na anterior época dedicada aos modelos Sport Protótipos Clássicos. Igual modelo acabaria por ser a opção de Bruno Magalhães, cujo resultado quase surpreenderia o vencedor desta segunda jornada.
Desta vez a opção tida por Rui Mota que trocou o Mc'Laren da Slot.It vencedor da primeira prova pelo Porsche da NSR, não o levaria além do terceiro lugar.
Um campeonato que começa a mostrar enorme interesse na disputa entre cada uma das posições e onde os pilotos se começam cada vez mais a mostrar aguerridos e capazes de melhorar as performances tidas na jornada anterior.
Não perca a oportunidade de viver na primeira pessoa estas fortes emoções.