Uma vez que a MSC/Scaleauto disponibilizou um chassis plástico regulável em comprimento e dotado de tracção integral com características universais, parti de um destes chassis e uma carroçaria do Opel Manta da Avant Slot, para fazer o meu próprio TT.
Mini, Peugeot 205, 406, Prosche 959 e Range Rover, foram modelos que repartiram este mesmo chassis, o que mostra a sua polivalência. Como tal, deveria também ser um bom princípio para o meu protótipo.
O trabalho de adaptação encontra-se algo simplificado, pois o pilar de fixação traseiro da carroçaria, coincide com o apoio das furações do próprio chassis, onde necessita apenas que se faça um furo central. Houve então necessidade de fazer apenas um adaptador para a frente. Depois de regulado o comprimento entre eixos de maneira a que se ajustasse essa medida com o comprimento entre as cavas das rodas, criei um suporte de fixação aos pilares da carroçaria com o comprimento necessário até à furação do chassis. Esse suporte serviu ainda pela parte de cima, como base para suporte de algum lastro, de forma a que nos saltos, a frente do modelo tenha tendência para cair o mais rápido possível.
As únicas alterações necessárias na carroçaria, prendem-se com o as cavas das rodas frontais, onde há necessidade de se cortar um pouco de maneira a aumentar o diâmetro das mesmas e na placa porta pilotos do habitáculo, onde será obrigatório fazerem-se dois furos redondos, de forma a que os amortecedores traseiros possam desempenhar as suas funções. Tirando isso, nada mais há a fazer. Um trabalho bem simples, para um resultado final extraordinário.
Quanto à preparação do chassis, este requer algum trabalho. Tratando-se de chassis plásticos e que por consequência disso, extremamente leves para a melhor das práticas da modalidade TT, não se consegue deles retirar o melhor rendimento, sem que haja a tarefa de os fazer engordar. Isso faz-se através de recurso a lastros, que vão sendo feitos e adicionados à medida, até um limite que normalmente os regulamentos estipulam. Por outro lado, excesso de peso poderá também ser prejudicial para as mecânicas, sobretudo o motor. A imagem que acima se mostra não corresponde ao chassis montado no Opel deste artigo, mas sim do Porsche 959 que acabaria mesmo por conseguir o título de Campeão Nacional de Espanha, na categoria destinada aos modelos deste fabricante. Por essa razão, neste chassis mostra-se a tracção frontal a ser feita por elástico e a de trás por correia dentada. No caso deste Manta, esta passou as ser feita também por correia dentada ao eixo frontal, o que lhe confere uma característica dinâmica incomparavelmente mais eficaz. Também o braço basculante que sustenta o patilhão passou a ser mais comprido, proporcionado por uma frente da carroçaria mais longa, facilitando substancialmente a altura e amplitude dos saltos. Além disso, qualquer deles usufrui também de uma pequena mola no patilhão que reduz de alguma maneira os impactos aquando das quedas.
A imagem inferior não mostra ainda a tracção frontal a ser feita por correia dentada, mas é uma evidente necessidade, com o inevitável ganho de eficácia.
Mas atenção, não se iludam, um modelo assim preparado passará a integrar o grupo T3 das provas de TT, ou seja, das mais portentosas máquinas que poderemos encontrar neste mundo em que tudo se admite e por isso, um carrinho assim preparado não teria qualquer hipótese de lutar frente a estas verdadeiras bestas, pelas posições cimeiras, mas garanto que proporciona um gozo de pilotagem indescritível. Fiquei muito contente com o meu e pode até ser que um dia, lá surja um qualquer grupo onde possa ser integrado.
Outra chamada de atenção, prende-se com a qualidade destes chassis. Se existiram chassis como o que apliquei neste Opel que aguentam toda a pancada, surgiram séries que partiam ao mínimo aperto de regulação dos chassis. Portanto, há necessidade de alguma sorte no que respeita à sua qualidade.