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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Recordar tempos antigos com um pouco de história

 Decorria o ano de 1982 e a Scalextric/SCX apresentava os seus modelos de concepção distinta e a que chamaria gama SRS, abreviatura de "Super Racing System". Os chassis eram fabricados em PVC ligeiro, de desenho específico e universal e as carroçarias eram em lexan, que variavam de modelos e fixando-se aos chassis em número de quatro pontos, dois de cada lado. As carroçarias apresentavam a proximidade possível com a realidade, mas de formas muito pouco agradáveis. Tinham como extrema vantagem, a enorme redução de peso.
O seu patilhão resumia-se a um simples espigão e o chassis contemplava ainda um íman. Os motores de prestações elevadas que passavam agora das 15.000 rpm do motor standard 5001 para as 18.000 rpm a que se somavam pneus traseiros de borracha de maior qualidade, jantes de aperto por rosca no eixo traseiro, sendo os da frente de reduzida dimensão e fixos a uns T's que funcionavam como dobradiça, resultando num reduzido atrito por parte destas na superfície da pista.
Nalguns casos, víamos ainda estas máquinas providas de uma placa de integrado com um condensador de grande dimensão, capaz de potenciar mais ainda as prestações destas novas motorizações.
  A imagem de cima mostra-nos as peças em forma de "T" onde as rodas da frente se fixavam ao chassis. O Chassis permitia também a montagem destes "T's" em duas posições distintas.
Os motores com a referência RX 7101 substituem os mais comuns mas de igual imagem 5001 (W581-referência inglesa). Os motores de origem espanhola podiam ser vistos tanto com bobinagem amarela como verde e as duas versões, inglesa e espanhola distinguem-se pelo travessão que existe junto ao íman, sendo metálico nos motores ingleses e em plástico preto, nas versões espanholas. Também as versões espanholas se encontram equipadas com pinhões pretos, enquanto os ingleses são de latão branco.
Estes modelos chegaram a evoluir mais ainda fruto das ambições dos praticantes, onde se chegaram a ver alguns deles equipados com pneus de espuma.

 Em 1985 esta série sofre uma evolução e acabariam por ser comercializados novos modelos tanto em caixas simples, como em conjuntos onde se poderiam encontrar patilhões extra, bem como eixos munidos de cremalheiras de diferente número de dentes, podendo-se assim variar as relações.

 Esta segunda série servia-se agora de um chassis de desenho absolutamente radical. Fugia-se em absoluto ao conceito primitivo, aproveitando-se apenas o patilhão, os eixos completos posteriores e as mesmas jantes da frente. Tudo o resto era revisto, passando o chassis a receber um aspecto rendilhado e as jantes da frente eram agora fixas em triângulos que constituíam uma peça única a suportar as duas rodas.
A carroçaria fixava-se da mesma forma, existindo suportes específicos para tal e adaptáveis aos vários tipos de carroçarias. A placa porta piloto era também separável, existindo também aqui placas com piloto em posição central ou lateral.
A imagem inferior mostra um Formula 1 e um modelo de Grupo C, onde se percebe que os adaptadores surgem com tamanhos diferentes, de acordo com cada tipo de carroçaria.

  Em 1985 chega também o motor com a referência 7103 ou RX-3 também de 18.000 rpm e fio de bobinagem verde e pinhão preto e em 1988 surgia a versão 7105 ou RX-6 e posteriormente 9205 até 2001, ano da extinção da série SRS2 e tratava-se de um motor similar em características mas capaz de atingir agora as 19.000 rpm, encontrando-se munido de um veio mais estreito e pinhão dourado, o que o incompatibiliza com as anteriores cremalheiras.
 O ímane era agora fixo por parafuso, permitindo-se assim a sua fácil remoção ou simplesmente a regulação da sua altura à pista. Também passou a ser extensível o braço de fixação do patilhão.
Depois de um interregno nesta série em 1992, já que a série anterior culminaria em 1991, surge em 1993 nova remodelação desta série, que assumiria agora a designação de SRS2.

 Embora de chassis diferente da última geração, a aparência era similar. Escusavam-se no entanto agora os adaptadores de fixação à carroçaria, por estes terem passado a ser fixos no próprio chassis, assim como o habitáculo, que passou a pertencer à carroçaria. O patilhão passou a ser convencional e as rodas da frente de dimensão convencional também, passaram a ser direccionais. O motor que os equipa é o RX-6, o mais potente de todos os da série SRS.

 Teve a série SRS2 o condão de serem retomadas as carroçarias de aspecto mais reais, proporcionadas pelo seu fabrico em plástico convencional e não o lexan anteriormente utilizado.
E com a série SRS2 dava a Scalextric/SCX por extinta esta primeira experiência tida fora das produções correntes.
Constituíram a seu tempo fantásticas produções capazes de prestações invulgares, já que íam muito além das potencialidades das conhecidas e correntes edições da Scalextric, pelo que terão justificado toda a atenção despendida pelos praticantes da modalidade e amantes das competições mais exigentes. Marcaram uma época e a primeira série, a de chassis mais compacto, é hoje alvo de alguma cobiça sendo raros de encontrar em estado perfeitamente original. São pois já, modelos muito procurados pelos coleccionadores da marca.