segunda-feira, 6 de abril de 2020

Black Arrow, uma ponderação sobre os modelos

 O pontapé de saída da Black Arrow aconteceu através do Aston Martin DBR9 que acabaria por surpreender o mundo, não só pelo seu surgimento, mas pela pequena maravilha que nos disponibilizava.
 Apostando em desenvolvimentos mecânicos próprios, parecia ter chegado para se guerrear cara-a-cara com os mais desenvolvidos conceitos da altura.
O seu revolucionário chassis parecia o ideal para pistas de superfície abrasiva, como é o caso das pistas Ninco onde se pratica a modalidade na maioria dos clubes, sobretudo espanhóis. E de facto, os rasgos existentes no chassis, beneficiam a flexibilidade do conjunto, complementado ainda com um novo conceito de regulação do aperto das molas das suspensões, com torres de novo desenho que se coadunam de forma mais prática e eficaz à sua regulação, sem necessidade de se abrir a miniatura.
 O desenvolvimento da carroçaria teve também em vista, o rebaixamento possível da mesma, de forma a que o centro de gravidade do conjunto ficasse o mais próximo possível da superfície da pista. E esse trabalho nota-se, quando posto este modelo, entre as produções da SCX e da Superslot.
Depois veio o Ferrari F458 GT3 Itália, que embora apostando exactamente nos mesmos conceitos mecânicos, arrasaria completamente as performances demonstradas pelo Aston Martin. E se o primeiro já se havia mostrado surpreendente, este veio para se posicionar no topo dos topos.
 E a versão tripulada pelo conhecido "VR46", era o primeiro a chegar ao mercado montado, já que a primeira edição só se encontrava disponível em kit.




 O único kit com que me aventurei deste modelo, teve por base esta imagem que aqui disponibilizo, não o tendo copiado na íntegra, apenas por não ter disponível em decalque o número, servindo-me então das bolas dos números, à imagem do que surge no primeiro Ferrari F40 chegado ao mercado, pelas produções Slot.It.





Tendo-se este modelo da Ferrari mostrado competentíssimo no campo dos modelos GT, a Black Arrow elevou-nos as expectativas quando editou o Lamborghini Murcielago. As primeiras séries eram igualmente chegadas em kit, sendo que a primeira, era referente à versão de apresentação deste modelo, para as competições.
 Conhecida esta versão por "Black Bull", não colhe na sua decoração qualquer exuberância cromática, recorrendo a um antracite metalizado e recorrendo a poucos elementos decorativos.
 Mas a Black Arrow piorou este modelo que anunciou como sendo de edição limitada na qualidade da folha de decalques, apesar de perfeitas ao nível de design e das côres. Bom , a nível das côres estas estão correctas, apenas enquanto os decalques se mantiverem na folha, porque após a colocação na carroçaria da côr adequada, algumas delas desaparecem completamente. Algo absolutamente intolerável e que provocou em mim desânimo tal, que cheguei ao ponto de não o conseguir sequer finalizar. Uma imprecisão sem desculpa, num fabricante que acaba por "borrar a escrita" num pormenor quase insignificante. É que uma máquina destas só se justifica nesta côr, por absoluta necessidade de reprodução da réplica que os decalques propõem. Caso contrário, iria para um tom que realçasse as belas linhas deste magnífico modelo que se encontra também, muito bem reproduzido.
Os dizeres "Reiter Engeneering" que se vêem à frente na imagem de baixo, tornam-se absolutamente imperceptíveis no mini-modelo, conforme se atesta na imagem superior, o mesmo acontecendo com as côres vermelha e amarela, do logótipo "R-SV"que surge sobre o farol do lado esquerdo.
 Lateralmente acontece o mesmo, mas aqui um pouco mais estranho. Deveria surgir a cinzento "REITER e GT1". Acontece que se o GT1 ainda aparece, o REITER, esse lá se foi. O mesmo acontece com a côr vermelha do "R" e ainda com o amarelo do "SV" da sigla "R-SV". No mini-modelo apenas se vê bem a amarelo a designação "LP 610" e a cinzento "GT1". Tudo o resto acaba por se tornar transparente e invisível, o que leva a quase uma impossibilidade da sua observação.
Outro aspecto de reparo, são as três janelas de formato hexagonal existentes sobre o capô traseiro. Nesta versão de apresentação, estes surgem translúcidos mas num azul claro específico. Infelizmente são fornecidos como vidros de transparência habitual, sem qualquer coloração.
 A imagem inferior mostra os tais vidros, sujeitos a uma experiência de coloração, com recurso a plástico tipo celofane, mas que não resultaria na perfeição admissível. Quanto aos decalques existentes na traseira, simplesmente invisíveis...


Enquanto carro de pista perde claramente para o Ferrari, embora possamos também contar com ele como máquina altamente competitiva.
 Uma miniatura que poderia ficar interessante, mas cujos intoleráveis erros da Black Arrow me inviabilizam a sua finalização. Algo que esperamos este fabricante não cometa novamente, sob pena de começar a caír em descrédito.

Mc'Laren M23 F1, bem representado


O primeiro Mc'Laren Ford M23 de última geração de slot cars a ser produzido, chegou-nos pelas criações da Scalextric e incluído num Set representativo da rivalidade existente em pista no ano de 1976 entre Niki Lauda em Ferrari 312T2 e James Hunt no Mc'Laren.
 E enquanto maqueta, só poderemos dar os parabéns a este fabricante, pois estamos perante um delicioso Formula 1, muito bem conseguido ao nível de proporções e qualidade dos seus moldes, onde até as rodas se encontram perfeitamente proporcionadas, algo invulgar numa grande quantidade dos seus Formula 1. Atenção que fazendo este modelo parte de um Set, não é fornecido nas habituais bases, razão pela qual a que aqui vemos nas imagens, pertence a outra máquina que não este Mc'Laren.
 Mas esta versão ainda que mais recente cronológicamente do que a produção da Slot Racing Company, assume a mesma designação dos seus antecessores.
 Apenas poderemos apontar como menos interessante, o facto de em pista, não ser especialmente dotado para competições de elevado nível, funcionando mais como modelo para brincadeiras caseiras, já que há imagem das produções Carrera, também destes se pode fazer gato sapato.

 Mais recentemente chegados ao mercado são as versões trazidas pela Slot Racing Company, podendo-se já desfrutar tanto da versão "Lucky Strike" como da "Yardley".
 Encontram-se também ambos com um visual de escala e acabamento perfeitamente maravilhoso.
 Pena o facto distintivo entre ambos se focalizar apenas nas decorações. Tudo o resto se manteve. E se a maquina mais vermelha teve o piloto sul-africano Dave Charlton ao volante, o mais alaranjado vê o extraordinário neozelandês Denny Hulme.
 Se dinamicamente poderemos com estes estar melhor servidos, existe também a certeza de que as suas fragilidades terão também de ser levadas em conta. Mas qualquer das três criações se tratam de excelentes réplicas muito bem conseguidas.

50º Aniversário Scalextric

 Os 50 anos da Scalextric, foi comemorado com um Set que junta a dois modelos Ferrari, ainda um livro de excelente qualidade, com alguma da história deste fabricante.
 Sendo limitado a 7000 exemplares, não poderemos considerar que se venha a tornar uma raridade nos anos próximos.
 Mas são uma delícia as duas peças que se encontram no seu interior. Dois Ferrari, em que o mais antigo corresponde a um dos modelos com a Scalextric se aventurou no capítulo dos carrinhos eléctricos.
 O livro é também uma preciosidade. Vale a pena tê-lo, independentemente dos modelos.
 E se o modelo mais recente se encontra construído de acordo com os mais modernos preceitos, o Ferrari 248 F1 de 2006, o mais antigo, o Ferrari 375 F1 faz jus aos antigos métodos e materiais de que eram construídos nas suas primeiras edições, surgindo com uma carroçaria produzida em lata.
 A sua qualidade é divinal, o que nos leva mesmo à suspeita de que possa ser verdadeiramente construído em lata, mas a verdade é que se trata duma preciosidade, mesmo em lata, complementado ainda com uma excelente reprodução do corpulento piloto Froilan Gonzalez.



 No livro surgem imagens dessas primeiras máquinas eléctricas, mas pode-se ver também encima dele, uma dessas raras peças, onde a qualidade das linhas que pretendiam reproduzir, tinham muito que se lhes dissesse.