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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

O quase Stratosférico Lancia

Decorreu no ano de 2019 o Campeonato Luso Galaico, que reunia num salutar espírito de convívio e competição, clubes do norte de Portugal e da Galiza. Uma das categorias contempladas, era destinada aos fantásticos modelos da Sideways, de Grupo 5. Mas, dando oportunidade a modelos que se integram numa espécie de "segunda divisão" desta categoria, eram pela organização excluídas as mais portentosas máquinas desta categoria, excluíndo-se portanto, máquinas como os BMW M1 e 3.20, Ford Mustang e Capri, ficando então aberto à totalidade da gama de Porsche's, Ferrai BB e Lancias Beta Montecarlo e Stratos.
A minha equipa acabaria por apostar no Lancia Stratos, adaptando-o a um traçado desenhado com calhas Ninco, tendo-se revisto a totalidade da mecânica para aquele confronto. Tudo o que era original acabaria por dar lugar a material de origem Slot.It, munindo-o ainda de suspensões no berço do motor, mas tendo sempre em vista na sua preparação, contrariar a natural tendência que este modelo demonstrou em levantar a frente nas acelerações mais brutas, sem que se recorresse a lastros para o efeito. Poderia ter-se ido um pouco mais além, caso se tivesse optado pelo chassis azul, mais macio, que permitiria absorver um pouco mais as vibrações que estas pistas proporcionam, assim como se poderia também ter ganho algo no peso, com a substituição do cockpit por outro de lexan. No entanto e apesar disso, o carro acabaria por se mostrar surpreendentemente estável e magnífico.
Para surpresa de todos, acabaríamos por ser os únicos a acreditar no potencial desta máquina que agrada a poucos e que é desprezado por muitos. O Lancia Beta Montecarlo era aquele em que mais se apostava, com dez equipas a fazerem fé no seu potencial, seguido por cinco Porsche 935/78 (Moby Dick) e dois Porsche 935/77, não se tendo visto nenhum Ferrari 512 BB, nem nenhum Porsche 935 K2. Mas lá se encontrava o solitário Lancia Stratos, pronto para surpreender sobretudo "nuestros hermanos", já que desabafavam que nunca haviam conseguido pôr nenhum destes modelos com desempenho que valesse a aposta nele.


Mas o seu vivo andamento veio demonstrar o imenso potencial que dele se consegue tirar, tendo no final sido apenas batido por um estratosférico, este sim,  Porsche Moby Dick, para verdadeiro e desolado espanto dos nossos vizinhos de fronteira, que não conseguiriam ir além da terceira posição final, apesar do tremendo esforço por eles tido, no sentido de não se deixarem vexar por este sapo endiabrado em que  nunca haviam acreditado.

E no final, o surpreendente segundo degrau haveria de pertencer-lhe, no que parece ter sido uma surpresa generalizada.

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