segunda-feira, 10 de julho de 2023

Considerações sobre a Thunder Slot

Thunder Slot é uma marca que de todo, os amantes da modalidade "slot car" não poderão desconhecer.
Ainda que se cotando como uma das mais jovens marcas representantes dos mini-modelos eléctricos à escala 1/32, a sua passagem por este "mini-mundo" ficou já  por si marcada pelo incremento qualitativo que nos trouxe.
Se a chegada do seu primeiro modelo criou no imediato surpresa generalizada por entre os praticantes, dado o comportamento suave e tolerante do Lola T70 MK III, a via da competição confirmava já sem surpresa a enorme valia do aperfeiçoado conceito da utilização do motor de caixa pequena pocionado transversalmente num berço independente do chassis, em que se permitia a regulação de molas para o efeito de suspensão.
Partia então a Thunder Slot para a melhoria da sua aposta, quando recriava a versão Spyder desse mesmo Lola. Tirando partido dum centro de gravidade mais baixo que esta carroçaria oferecia, os resultados apareceram com grande naturalidade, provando em competição que esta nova aposta dificilmente encontraria opositor.
De facto, o posicionamento do eixo de tracção mais elevado comparativamente com as versões equivalentes (modelos Sport Protótipos Clássicos) tanto da Slot.It como da NSR, colhia dividendos. No entanto, sentia-se alguma limitação destes modelos aquando da sua preparação, visto a alargura do eixo traseiro se encontrar limitada pela largura das suas carroçarias. A necessária basculação de todo o conjunto mecânico via-se assim  comprometida, quando os pneus batiam nas cavas das rodas. Era portanto necessária muita cautela no compromisso da largura do eixo/basculação do berço do motor, conjunto este que alberga a totalidade dos componentes mecânicos.
Acertado este pormenor da preparação, estas máquinas podiam também padecer da utilização de pneus mal medidos no que se refere à sua altura, pois poderiam prematuramente começar a deixar pousar o motor na calha, com o natural prejuízo de perda de tracção. 
Mas se a chegada do novo Mc'Laren M6A não veio de todo resolver a questão da medida dos pneus, já o Elva Mc'Laren, mostrou ser a fórmula acertada. Isto porque, socorrendo-se de uma cava de rodas traseiras folgada e de formato redondo, permitia a utilização de pneus mais altos se necessário fosse, pois o jogo de basculação do órgão mecânico não se encontrava agora balizado pelas formas da carroçaria. Partindo também com esta nova carroçaria capaz de um centro de gravidade em tudo favorável, parecia este fabricante encontrar-se no caminho da procura de constantes melhorias dentro dessa categoria de modelos clássicos, mais própriamente orientada para a serie Can-Am. Até  que.....
... bem, até que as suas apostas mudaram de rumo. Pela primeira vez a Thunder Slot muda o seu foco, orientando-se "talvez", para os pony car. Nascia o Ford Shelby GT 350 de 1967. Ainda que desconhecendo as qualidades dinâmicas desta interessante máquina e da qual não me atrevo sequer a duvidar do seu excepcional desempenho, visto o excepcional histórico gravado até ao presente, pareceu-me no imediato uma aposta de duvidoso resultado comercial positivo. Uma vez que este tipo de modelos não encontra panorama competitivo em que possa ser integrado e visto a venda destes briquedos se vocacionar sobretudo à prática competitiva, não iria ser o coleccionismo a salvá-lo, apesar de muito provávelmente acolher o público alvo norte americano. Ainda assim, não nos parece suficiente, razão que obrigará a uma revisão de intenções em futuros projectos da Thunder Slot, sobretudo num momento em que cada aposta terá de ser certeira e ganha, já que esta escala 1/32 se encontra numa fase em que está a ser completamente trucidada pela 1/24.
Força Thunder Slot, o vosso trabalho merece continuidade.

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