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sexta-feira, 24 de julho de 2020

Os novos Scalextric/SCX - que futuro?

 Tratando-se de modelos de inegável interesse, a Scalextric/SCX tem feito as suas certeiras apostas para pôr no mercado, daquilo que os "slotistas" mais precisam.
 O Mercedes AMG GT3 será um desses exemplos a podermos trazer à baila, dada a sua juventude enquanto modelo nas competições actuais. Mas o que nos importa agora trazer ao correr da pena, será a verdadeira valia das apostas deste fabricante. De conceitos explorados à margem da generalidade dos restantes fabricantes, importa perceber até que ponto estes, serão capazes de se tornar apelativos e trazer a reboque os interesses dos praticantes da modalidade.
A quebra de alguma da qualidade que sobressaía nas suas criações, parece estar a transformar-se numa realidade, como por exemplo a falta de qualidade das suas pinturas, o que parece até ir ao encontro do que tem vindo paralelamente a acontecer com os modelos da Slot.It/Policar. E no caso do Mercedes agora mostrado, acontece que a côr azul surge em várias partes da carroçaria com mais brilho do que noutras, o que poderá ser suficiente para o afastamento de alguns dos apaixonados pela modalidade/colecções, sobretudo quando por parte da concorrência se conseguem vêr obras de alto nível.
 Mas mecanicamente poderemos estar a entrar num patamar sem retorno. Parte dos seus próprios conceitos foram mantidos, como a utilização de um berço basculante que acopla tanto o motor como o eixo de tracção, mas que agora se opta pela nova motorização de caixa pequena com a referência "SCX-FR42". Trata-se de um motor que sendo de caixa pequena, se afasta de todo o tipo de motores equivalentes, dos outros fabricantes. Uma cabeça de motor própria, sustenta os carvões cravados em chapas de grande fragilidade, que se por acidente se deformarem, com facilidade se conclui que será o fim do mesmo. O jogo de suspensão que deste conceito se consegue, é dado pela força das molas do motor que fazem ao mesmo tempo a passagem da corrente eléctrica das chapas do chassis, até ao motor. Ainda que tenha o seu interesse, encontra-se este jogo de basculação limitado, uma vez que não permite regulação de acordo com as necessidades. É aquilo e nada mais. E assim sendo, poderia até o motor ser um belo elemento mecânico, mas o sistema de suspensão descrito, limita em tudo as potencialidades competitivas, frente a uma concorrência muito desenvolvida e presentemente muito apostada em resultados competitivos. As novas produções prescindem também de eixo para as rodas frontais. Ao invés disso, estas encontram-se acopladas a uns suportes plásticos que encaixam no próprio chassis. Mas o que fica a funcionar como eixo, por ser também em plástico, sofrerá prematuramente de desgaste com a inevitabilidade de se virem a soltar as rodas, para além de oferecer alguma resistência ao rolamento, enquanto novos.

 O mesmo poderá ser apontado ao Lancia Fulvia HF, à excepção da ausência de berço basculante para o motor. Uma côr neste caso sem qualquer brilho, que se agradece na côr preta do capô, mas que já nos revolta quando apreciamos a restante carroçaria.
 Um patilhão à moda antiga dotado de palhetas de dupla superfície e a molejar por influência das palhetas do chassis que transportam a corrente até ao motor, rodas da frente a girar em eixos plásticos e um motor de caixa pequena, caracterizam também esta nova criação da Scalextric/SCX.
 Repartindo com a restante gama o motor "SCX-FR42", ficamos para já sem saber da valia desta engenharia, mas deixa-nos curiosos quanto às suas performances. Mas a primeira das más sensações que nos deixa esta máquina, é a exagerada dimensão das jantes que equipa este ícon do automobilismo mundial, sendo mesmo este representante transalpino, o vencedor do Rali de Monte Carlo no ano de 1972. A reduzida aposta em elementos cromados, acabam por proporcionar o empobrecimento de um modelo que até se encontra razoavelmente bem reproduzido.
 Mas quando comparado com o mesmo modelo recriado pela AutoArt, percebemos o quanto a versão espanhola fica a perder. Valha-lhe a real probabilidade de em termos dinâmicos, ficar uns furos bem acima.
 Se a dimensão das jantes é desajustada, a falta de brilho na pintura o penaliza, acrescemos ainda a falta de rigôr na reprodução dos elementos publicitários e decorativos, sobretudo quando comparado com a criação do fabricante rival. A ganhar ficará talvez mecânicamente, mas ainda na reprodução dos capacetes do piloto e pendura, tanto mais que o modelo da AutoArt, nem contempla a presença do pendura.
 Mas com que bombas do mesmo fabricante poderemos comparar este Lancia?
Parece-me justa a sua comparação, sobretudo com os Alpine Renault A110. Mas talvez nem todos. Isto porque as primeiras série se viram equipadas com motores de caixa grande da série anterior e as rodas da frente se servem ainda de eixo.
 Portanto, a justiça far-se-à certamente com os Alpine que repartem os mesmos conceitos mecânicos, como a versão com que Michele Mouton participou no Monte Carlo (imagem inferior). Detectam-se os da primeira dos da segunda série, através do ponto negro existente no centro das jantes da frente

 Pena não terem para o Lancia, optado por jantes de mais reduzida dimensão, pois teria certamente ficado mais competitivo e capaz de se debater de igual, com o mais velhinho Alpine. Assim, não creio que se proporcionem batalhas equilibradas entre estes dois fantásticos representantes de ícones mundiais dos ralis.

E como sempre, também se encontra dotado de sistema de luzes, mas claro, à moda da SCX, que se apagam assim que deixemos de lhe fornecer a corrente eléctrica para o fazer mover.
 E entre AutoArt e Scalextric/SCX, encontramo-nos perante um modelo pleno de brilhantismo, côr correcta, frisos cromados e logótipos perfeitos e outro, algo amorfo no geral, com falta de côr e brilho, grande ausência de elementos cromados e dotado de jantes desproporcionadas, mas que talvez consiga sobressair no capítulo competitivo.
A imagem inferior permite-nos observar a grande diferença das jantes, entre ambos.



 As traseiras bem demonstram a falta de realismo da versão da SCX, onde nem a tampa lateral do depósito de combustível original foi representado e o grande cuidado aplicado pela AutoArt na reprodução desta secção do modelo.

 E tudo isto nos leva a questionar até que ponto a Scalextric/SCX se encontrará no bom caminho. Nem boas réplicas, nem muito provavelmente uma dinâmica ao nível do que se desejará. Portanto, parece-me nesta fase conturbada do slot mundial em que vingar se torna cada vez mais difícil, em que lugar se quererá posicionar este fabricante que muito aprecio, mas que aposta numa política de produção que muito francamente me parece decadente. Valer-lhe-ão algumas das suas suigéneris apostas em modelos pouco vulgares e cuja dinâmica se poderá impôr pela falta de concorrência, ou apenas, funcionarão como grandes máquinas no nicho das competições caseiras.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

As duas primeiras máquinas pensadas para os ralis - Scalextric/SCX

 Uma vez mais o mérito vai direitinho para o fabricante espanhol, Scalextric/SCX.
 Estamos a falar no capítulo dos modelos orientados para fazer especificamente ralis e também aqui, terá pertencido a este fabricante a iniciativa de revolucionar este mundo.
 O primeiro modelo a inserir o revolucionário sistema de tracção integral e à semelhança do acontecido no mundo real, também pertenceria ao Audi Quattro, a que se seguiria o Ford RS 200.
 Nenhum fabricante havia ainda abordado o sistema de tracção às quatro rodas, no caso, mais especificamente, aos dois eixos. E surpreendia a Scalextric com a edição do Audi Quattro , em que a tracção se transferia para o eixo dianteiro a partir do eixo motriz traseiro que se serve do convencional ataque entre pinhão/cremalheira, fazendo-se depois a transferência da potência, pela passagem de um elástico em polias integradas nas jantes, das rodas traseiras para as dianteiras.
 Não causa já hoje qualquer espanto este tipo de tracção de que se servem ainda inúmeros modelos de Todo Terreno, apesar de se servirem de mais complexos e desenvolvidos meios, mas constituíu no ano de 1984 uma autêntica revolução.
 Contudo, o sistema não demonstrava total eficácia, surgindo em 1987 o Ford RS 200 pensado em melhorar o sistema, ao que se viu potenciado através da adopção de dois elásticos ao invés do único do Audi, passando também estes agora a trabalhar totalmente por dentro do chassis. No Audi, isto acontecia com a passagem por dentro e por fora do mesmo, o que comprometia a tracção sobretudo quando os ralis eram pensados em fazerem-se com recurso a farinhas. Aí, os elásticos perdiam completamente o atrito desejado.
 Estando no caso do Ford RS 200 mais protegidos e em dose dupla, teóricamente o poder de tracção melhoraria, mas o resultado encontrou-se ainda aquém do pretendido.

 Estas duas imagens mostram como a tracção se faz em cada um deles. No caso do Ford RS 200 aqui mostrado, existia a opção de aquisição do mini-modelo equipado também com o inovador sistema de luzes, por leds atrás e uma pequena lâmpada na frente, que espalhava a luminosidade por expansão pelo plástico, até aos próprios faróis.
Mas dado o resultado não se ter mostrado ao nível do pretendido, surgia no ano de 1988 o Porsche 959 que tornava a revolucionar, com um novo sistema de tracção integral.
 Este era agora conseguido pela adopção do desenvolvimento do motor RX4, que através do prolongamento do veio do motor para a frente, permitia a inclusão de dois pinhões de ataque, fazendo-se agora a tracção total por intermédio de pinhão/cremalheira nos dois eixos. Nascia o motor com a referência RX5 que acabaria por equipar em exclusivo este modelo. Estava encontrada agora a tracção integral permanente e a 100%, em todas as situações.
 Outros motores surgiriam sob o mesmo conceito, apenas para que se conseguisse cumprir a diferente distância entre eixos que cada modelo apresentava.
E assim se escreveu mais um capítulo do precioso percurso de um fabricante que tem teimado em persistir à tona da água, apesar de todas as vicissitudes por que tem passado.

Reedições da Scalextric/SCX - Série "Vintage"

 Das edições de 1973 da Scalextric, fazia parte um Formula 1 futurista, o Sigma, um modelo que não veria as pistas e não passaria de um exercício de estilo, diga-se de passagem, muito bem conseguido.
 Mas se esta criação não chegaria às pistas de asfalto não passando sequer da sua apresentação durante um salão automóvel, acabaria no entanto por vêr-se na escala 1/32, inserido nas pistas de plástico da Scalextric. Teve a sua época e seria relembrado volvidos vinte e nove anos nas séries de reedições iniciadas neste fabricante em 1990 sob a sigla de "Vintage", através da reedição do Seat 600 TC.
 A reedição deste Sigma acabaria por ser aprimorada através de alguns detalhes na pintura, o piloto acabaria por receber um capacete mais de acordo com a sua época e proporcionaria o fabricante neste modelo, o ressurgimento do famoso motor aberto com a referência 5001, com a exclusão do mais recente RX4, um motor de caixa fechada.

 Desta vez os escapes surgem na côr branca, algo característico nos motores da Ferrari e que através de um brutal V12 também equipava este avançado Formula 1.
 E comparando as duas versões, percebe-se o quanto esta reedição veio enriquecida, a começar logo pela própria decoração condizente com a versão da sua apresentação ao mundo.

 Além disso, faz-se acompanhar de um certificado de garantia numerado e correspondente ao mesmo número gravado no chassis da miniatura.

 De entre outros modelos que mereceram a integração na série Vintage, encontramos também o Chevrolet Corvette Dragster, cuja sua primeira edição ocorreria no ano de 1975. Neste caso foi necessário esperar-se vinte e oito anos, para ressurgir era imponente reedição.
 Se o Sigma é o único modelo a ser editado numa caixa de lata, neste caso , o Corvette foi vendido numa requintada caixa de cartão.
 As melhorias passaram também pela anulação dos decalques por substituição de pintura a duas côres e a representação de labaredas na sua frente, à imagem do que acontecia já com as versões originais.

 Também aqui se inseria o antigo motor 5001, uma opção abandonada fazia já alguns anos.

 Mas foi no ano de 1990 que tudo se iniciaria com a edição deste Seat 600 TC, a reprodução de um dos mais raros e cobiçados modelos deste fabricante e que via a sua primeira edição surgir em 1966.
 Embora com o mesmo chassis do modelo original, a verdade é que se encontra neste caso equipado com o motor de caixa fechada e que equiparia ainda uma série de modelos reeditados que se lhe seguiriam.
 O número da série que surge no certificado, encontra-se e muito bem, gravado também nos próprios  chassis de todos os modelos desta série Vintage.

 O Chaparral 2E foi outro dos mini-bólides reeditado em 1997, depois da sua primeira edição ter ocorrido em 1969, volvidos portanto, vinte e oito anos.
 Também aqui os motores não são familiares, já que a versão original se encontra equipada de motor aberto e a sua nova versão, com motor de caixa fechada.
 As características faixas que surgiam no aileron não foram consideradas, mostrando-se esta reedição mais próxima dos modelos reais, até na sua côr branca pela qual se optaria na série Vintage.

O Mini trazido para o mundo dos slot cars em 1970 era alvo da sua reedição em 2001, trinta e um anos depois de nos terem feitos as delícias com este pequerrucho dotado de características dinâmicas que surpreendiam na época.
 Esta criação acabaria por sofrer uma melhoria significativa, com a introdução de uma grelha na capota  preenchida com de dois pneus suplentes e ainda pela placa identificativa do rali, numa clara aproximação à versão vencedora do Rali de Monte Carlo no ano de 1967. Além disso, o grupo óptico da grelha foi complementado com mais dois faróis extra.
  O motor de caixa fechada continuou a fazer parte nesta reedição.

 O Jaguar-E Type foi o terceiro elemento a fazer a sua aparição. Editado num bonito verde, a fazer justiça ao conhecido verde inglês, terá sido muito bem acolhida a sua chegada integrada nesta série. Embora com uma edição em número elevado de exemplares, 8000, terá ido ao encontro dos gostos de grande número de aficionados desta marca espanhola.

 Exibindo uma brilhante silhueta, qualquer coleccionador se orgulhará de possuir um destes modelos nas suas colecções.

O Porsche 917 foi outro dos modelos escolhidos para enriquecer esta série. Entraria na linha de reproduções da Scalextric em 1972 com a referência C-46 e reapareceria nesta série Vintage em 1998, 26 anos após a estreia nos catálogos da marca.
Mas esta reedição que pretendia representar a primeira versão do Porsche a vencer em de Le Mans, ficaria muito aquém da merecida imagem desse modelo, desde a própria côr, até ás características faixas brancas que decoravam este ícone da Porsche.
Com a referência 6017, era o sétimo modelo a integrar a série, depois das edições do Seat 600 TC, do Mercedes 250 SL, do Jaguar E Type, Seat 850 Coupe, Ford GT e do Chaparral.

 Esta série seria fechada com a edição de uma das melhores prendas que a Scalextric poderia ter oferecido aos seus fãs. Trata-se do Mitsubishi Pajero TTe ocorreria no ano de 2007, através de um modelo de extremo significado, apenas porque representa o fim de linha das produções TT no seio da Scalextric, decorria o ano de 1993. Embora sob outra filosofia, esta série acabaria por renascer mais tarde, mas a verdade é que esta edição não poderá ser considerada uma reedição, pelo facto de não ter chegado a seu tempo a ser editada.
 O que marca o interesse deste modelo, centra-se na filosofia dos novos sócios desta empresa no ano de 1993, após o desaparecimento do fabricante Exin. Decidiriam pela não edição desta novidade, numa altura em que se sabia encontrarem-se prontos para os fazer chegar ao mercado. Por essa razão, ficaria um amargo de boca por entre todos quantos o esperavam na época. Mas a Scalextric ciente dessa realidade, acabaria por inteligentemente mimar os seus fãs, fazendo-o chegar ao mercado integrado nesta série, proporcionando assim imensa alegria nesse grupo de apaixonados praticantes/coleccionadores.
 Complementaria esta edição através do seu lançamento fornecido numa caixa igual às da série TT da época, apesar de tudo salvaguardado dentro de uma muito mais resistente embalagem de acrílico. Esta reedição seria contudo subdividida em duas séries, já que existiu esta versão representando um dos participantes do Dakar, o aqui mostrado e um segundo modelo, totalmente vermelho, mas muito mais representativo da criação ocorrida na altura em que seria dada a sentença de morte à sua chegada ao mercado.
 Mas pelo caminho foram ainda reeditados muitos outros, como o Mercedes 250 SL editado em 1967, o Ford GT de 1968, o Ferrari GT-330, o Seat 850 Coupé e ainda o Mc'Laren F1 todos
 de 1969, o Tyrrel P34 F1 de 1977 reeditado no ano 2000, Honda F1 de 1968, o Alpine Renault 2000 Turbo "Banco Ocidental", numa cópia exacta da edição com a referência 4054 ocorrida no ano de 1980, também uma segunda edição do Seat 600 TC na côr amarela, o BRM editado em 1968, o Austin Healey de 1964, o Tyrrell F1 editado em 1973 e ainda o Mc'Laren F1 de 1969.
Trata-se pois de uma extensa série em que valerá a pena apostar-se, pelo requinte dedicado aos conhecidos modelos da Scalextric e que na sua grande maioria terão chegado aos nossos dias, em muito fraca qualidade. Portanto, será através destas reedições que poderemos com alguma qualidade, usufruir desses verdadeiros históricos da Scalextric.