quinta-feira, 14 de maio de 2020

As duas primeiras máquinas pensadas para os ralis - Scalextric/SCX

 Uma vez mais o mérito vai direitinho para o fabricante espanhol, Scalextric/SCX.
 Estamos a falar no capítulo dos modelos orientados para fazer especificamente ralis e também aqui, terá pertencido a este fabricante a iniciativa de revolucionar este mundo.
 O primeiro modelo a inserir o revolucionário sistema de tracção integral e à semelhança do acontecido no mundo real, também pertenceria ao Audi Quattro, a que se seguiria o Ford RS 200.
 Nenhum fabricante havia ainda abordado o sistema de tracção às quatro rodas, no caso, mais especificamente, aos dois eixos. E surpreendia a Scalextric com a edição do Audi Quattro , em que a tracção se transferia para o eixo dianteiro a partir do eixo motriz traseiro que se serve do convencional ataque entre pinhão/cremalheira, fazendo-se depois a transferência da potência, pela passagem de um elástico em polias integradas nas jantes, das rodas traseiras para as dianteiras.
 Não causa já hoje qualquer espanto este tipo de tracção de que se servem ainda inúmeros modelos de Todo Terreno, apesar de se servirem de mais complexos e desenvolvidos meios, mas constituíu no ano de 1984 uma autêntica revolução.
 Contudo, o sistema não demonstrava total eficácia, surgindo em 1987 o Ford RS 200 pensado em melhorar o sistema, ao que se viu potenciado através da adopção de dois elásticos ao invés do único do Audi, passando também estes agora a trabalhar totalmente por dentro do chassis. No Audi, isto acontecia com a passagem por dentro e por fora do mesmo, o que comprometia a tracção sobretudo quando os ralis eram pensados em fazerem-se com recurso a farinhas. Aí, os elásticos perdiam completamente o atrito desejado.
 Estando no caso do Ford RS 200 mais protegidos e em dose dupla, teóricamente o poder de tracção melhoraria, mas o resultado encontrou-se ainda aquém do pretendido.

 Estas duas imagens mostram como a tracção se faz em cada um deles. No caso do Ford RS 200 aqui mostrado, existia a opção de aquisição do mini-modelo equipado também com o inovador sistema de luzes, por leds atrás e uma pequena lâmpada na frente, que espalhava a luminosidade por expansão pelo plástico, até aos próprios faróis.
Mas dado o resultado não se ter mostrado ao nível do pretendido, surgia no ano de 1988 o Porsche 959 que tornava a revolucionar, com um novo sistema de tracção integral.
 Este era agora conseguido pela adopção do desenvolvimento do motor RX4, que através do prolongamento do veio do motor para a frente, permitia a inclusão de dois pinhões de ataque, fazendo-se agora a tracção total por intermédio de pinhão/cremalheira nos dois eixos. Nascia o motor com a referência RX5 que acabaria por equipar em exclusivo este modelo. Estava encontrada agora a tracção integral permanente e a 100%, em todas as situações.
 Outros motores surgiriam sob o mesmo conceito, apenas para que se conseguisse cumprir a diferente distância entre eixos que cada modelo apresentava.
E assim se escreveu mais um capítulo do precioso percurso de um fabricante que tem teimado em persistir à tona da água, apesar de todas as vicissitudes por que tem passado.

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