quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

BMW 3.20 Gr.5 - Qual o melhor?

 O belo BMW 3.20 de Grupo 5, foi escolha de dois fabricantes com estatuto reconhecidos no universo dos slot cars. Contudo, o conceito orientador de cada um destes dois fabricantes, é díspar e enquanto a Revell produz modelos preferencialmente vocacionados para utilizações caseiras e amadoras, a Sideways, vocaciona os seus modelos quase exclusivamente para o mundo da competição e que normalmente assume a génese da grande maioria dos clubes, numa ambiência muitas vezes quase assumida como sendo profissional.
De edição já com alguns anos, o modelo da Revell era já sobejamente conhecido. A Sideways propôs-nos muito recentemente este mesmo modelo, constituindo portanto, uma novidade. E o primeiro impacto que sentimos ao observar esta recente produção, é estar-mos perante um modelo demasiado quadradão. E quanto mais o comparar-mos com o seu rival de estante, mais firme se torna esta nossa inicial convicção. E embora não tenhamos como confirmar as medidas do modelo real e depois escaladas para confirmar as reais cotas que deveriam ter, é com firme convicção que assumo como exageradas as medidas apresentadas pelo recém-chegado 3.20.
Percebe-se na imagem de cima, o quanto mais largo é o modelo da direita, de origem Sideways e quanto a mim, erradamente.
A finura dos pormenores na versão da Revell fazem-se notar e sobressair. Uma grelha de invejável requinte ornamentada com faróis e piscas de qualidade e reprodução superiora, conferem-lhe uma qualidade suprema. Apenas mencionar que a cobertura branca dos dois faróis mais interiores, deveriam proporcionar-lhes uma maior dimensão.
Pelo contrário, a Sideways apresenta esses pormenores com desagradável acabamento e duma pobreza que se desejava inexistente, sobretudo num fabricante que atingiu já um patamar a quem se exige muita mais qualidade. No entanto, a verde alface, surgem as coberturas dos faróis numa dimensão bem mais correcta.

Também as côres do logótipo da "Jagermeister" no circulo que circunda o veado, surgem com interpretação diferente. Na imagem de cima (Revell), optou-se correctamente pelo castanho, enquanto na imagem de baixo (Sideways) se pode vêr que a opção recaíu no preto.

No que respeita às traseiras do 3.20, o mesmo acontece. Absolutamente brilhante a reprodução da Revell (modelo da direita), enquanto a Sideways nos apresenta um conjunto de farolins absolutamente paupérrimos. Contudo, em ambos os casos parece-me apresentarem-se um tudo nada mais altos do que deveriam na realidade ser.

O aileron deveria ser cromado, tal como a Revell o representou e não cinzento tal como se observa na versão da Sideways.
O deflector aerodinâmico existente na extremidade posterior da capota, é outro dos pormenores em que a Sideways falha redondamente. Em forma de tábua com duas pronunciadas vincas nas extremidades e que servem de ancoragem nos pilares da capota, proporcionam um efeito demasiado negativo nesta reprodução. Pelo contrário, uma reprodução muito mais realista na versão da Revell, mantendo uma distância constante entre este acessório e a própria capota, com as partes terminais de ancoragem nos pilares, a fazer-se de forma ténue e arredondada. No entanto, em ambos os casos ficará a faltar um pequeno apoio central existente neste apêndice e que serve de fixação na capota.

Lateralmente este modelo conta com uma vinca que se prolonga a meia altura do carro, passando pelos dois guarda-lama e contemplando também a porta e onde deveria existir um pequeno desnível entre a parte de cima e a de baixo, apenas nas portas. Os guarda-lama deveriam contemplar apenas um ligeiro vinco.
Aqui, em nenhum dos casos a opção foi a correcta. Isto porque, se a Revell assumiu esse desnível em toda a sua extensão, isto é, nas portas onde estará correcto, mas igualmente nos guarda-lama, o que está incorrecto, a Sideways apostou apenas num vinco que apanha a totalidade da sua extensão, o que estará incorrecto nas portas, pois deveriam contemplar o pequeno desnível.


A reprodução das jantes será a parte menos conseguida por parte da Revell, com um desenho mal conseguido e dimensão incorrecta
E quanto à versão da Sideways, acontecem incorrecções que a mim me desagradam de sobremaneira. A primeira prende-se com o desenho da cava da roda posterior e onde na reprodução quase acompanha o formato arredondado da roda. Se reparar-mos melhor, poderemos verificar que na parte mais recuada, a cava vai-se afastando cada vez mais da roda, não acompanhando esta. A segunda, sendo esta bem mais grave, prende-se com a linha de cintura do modelo e que passa acima dos alargamentos das rodas da frente. Na imagem do modelo real, percebe-se que se trata duma linha horizontal que vem desde a porta, até junto do pisca, local onde apresenta uma ténue e quase imperceptível curvatura descendente. A linha superior do capôt é que vem num plano descendente desde o alinhamento do pára-brisas até quase se unir à linha de cintura, já na zona do pisca. Repare-se agora na imagem de baixo, da reprodução deste exemplar bávaro. As duas linhas, a de cintura e a superior do capôt, assumem uma abrupta curvatura descendente logo após e em simultâneo com a zona do guarda-lama alargado onde começa a curvatura igualmente descendente para o spoiler frontal.  Este defeito proporciona um visual ridículo que merecia muito mais e melhor trabalho, num modelo com enorme significado dentro da BMW.

Ao nível do prolongamento vertical do eixo frontal, o BMW da Sideways é de 1,75mm mais largo

E atrás, a diferença cifra-se nos 3,05mm.

Mas nem tudo está mau no modelo Sideways. As suas jantes mostram-se de qualidade muito superior, tanto ao nível de qualidade como de reprodução.


A reprodução das jantes no modelo da Revell não se mostram tão interessantes.
E como conclusão, poderemos adiantar que se se compreende a ligeira deformação proporcionada na carroçaria da Sideways como forma de o apróximar da restante linha da sua produção, torna-se incompreensível a imprecisão nas linhas de um tão belo, interessante e quase pioneiro modelo dos brutais Gr.5 que marcaram uma era da competição automóvel, associado ainda a uma igualmente incompreensível falta de requinte de um sem número de pormenores. Uma pena tanta asneira e que poderá ser abafada apenas, se este se mostrar tão competitivo em pista, quanto o desejável.

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