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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

O Ford Capri


Quando a Ford desenhou o modelo Capri, talvez não tivesse imaginado o quanto importante viria a ser para a marca. Tido como uma espécie de Mustang para a Europa, as suas linhas captaram logo a atenção dos que procuravam linhas desportivas para o seu modelo do dia-a-dia, numa espécie de novo estatuto ao volante.
Mas o seu êxito iria muito além das ambições dos proprietários citadinos, quando a Ford descobriu nele potencialidades para o desporto motorizado. E das suas produções mais musculadas, como foram as versões 3000 e 2600, nasceriam modelos que acabariam por preencher belas páginas da história deste gigante norte americano. Mas acabaria por ser com base no motor 2600, que nasceriam os primeiros desenvolvimentos do Capri para o desporto automóvel, conseguindo com ele sucessos de relevante importância. Mas enquanto o seu irmão mais novo, o Escort, se via mais adaptado ao mundo dos ralis, neste caso as suas aptidões maravilhavam-nos na vertente da velocidade e das provas de resistência.

E embora este pedaço de história do desporto automóvel escrito pelos Capri tenha escapado à maioria dos fabricantes de slot car, a Slot Racing Company, acabou por nos fazer chegar esta verdadeira preciosidade. De linhas bem conseguidas, reproduziu quase na perfeição e com dignos acabamentos, várias versões, mas também acompanhou as pequenas alterações que foram surgindo neste modelo.
Em baixo podemos observar a traseira de três modelos da primeira série, onde num deles existem dois bocais de depósito na tampa da bagageira, noutro um iluminador do número e num terceiro, desprovido de qualquer pormenor. Isto demonstra o cuidado do fabricante na reprodução dos pequenos pormenores, algo que não merece o mesmo respeito da parte de muitos outros fabricantes.
 E quando o bocal do depósito de combustível se encontra no local original, este fabricante respeita escrupulosamente a sua localização, respeitando também nestes casos a tampa da bagageira sem qualquer perfuração.
 Mas quando os bocais se situam na tampa da bagageira, os originais bocais surgem com tampas fixas
 Mas também as grelhas da frente respeitam a existência de faróis redondos duplos ou simples e de formato rectangular.
 Mas a Ford confere uma nova imagem de pormenor em 1973 a este modelo, hoje designado por "reestyling", tendo ficado conhecido por "Capríssimo". As diferenças são pequenas mas a versão desenvolvida pela Ford para a competição, apresenta aspectos bem distintos entre este agora chegado e que receberia a designação de 2600 LV e o anteriormente designado por 2600 RS.

A carroçaria receberia alargamentos de novo desenho ao nível das suas vias, permitindo assim que estas fossem mais largas e o spoiler frontal passaria a integrar a própria carroçaria, ao invés da anterior pala independente.
 As alterações introduzidas pela Ford nesta versão, não escapariam também à SRC.
 A grelha frontal que integra faróis redondos duplos, recebia inicialmente um contorno cromado que circundava ambos os faróis. Na segunda versão, este contorno passou a circunscrever cada um dos faróis redondos.

A secção traseira foi também alvo de um pequeno retoque.
 Os stops de formato rectangular inicialmente, passaram a ser quase quadrados com a adopção de uma espécie de stops duplos em altura. Embora continuando rectangulares, a sua altura aumentou significativamente, o que acabou por lhe conferir um novo e mais preenchido visual.

 Os novos alargamentos da carroçaria, permitiram uma abertura junto à porta nos guarda-lama frontais para escoamento do ar das cavas das rodas e também nos de trás, mas aqui, à frente como tomada de ar para arrefecimento dos travões e atrás, igualmente para escoamento de ar.
Também novamente a SRC cumpriu plenamente com o estritamente necessário para nos encontrar-mos perante uma miniatura extraordinariamente bem reproduzida.

 Os chassis de ambos encontram-se perfeitamente ajustados a cada uma das carroçarias, visto estas não corresponderem em largura às mesmas cotas.
A imagem inferior permite-nos observar como não só as vias alargaram entre as duas versões, como também a largura dos pneus passou a ser mais avantajada.


 Mas a filial alemã da Ford, acrescentaria ainda mais um capítulo a estes desenvolvimentos, antes de partir para os Capri verdadeiramente selvagens. Tratou-se da versão 3100 RS e quem acabou por nos permitir o seu usufruto, foi o gigante austríaco Carrera.
 De linha bastante similar à versão LV, os alargamentos da carroçaria passariam contudo a sofrer um novo desenvolvimento, tendo também surgido uma aba ao nível da embaladeira a unir os guarda-lama, o spoiler frontal é aumentado em profundidade e recebe pela primeira vez um apêndice aerodinâmico na tampa da bagageira, de substancial dimensão
 E se nos guarda-lama frontais se manteve quase tudo como anteriormente, a tomada de ar dos guarda-lama traseiros passou a ser de maior dimensão e novo formato, ao mesmo tempo que recebe na sua parte superior, grelhas de escoamento de ar.
 Passou este novo desenvolvimento a representar uma máquina mais musculada, tanto ao nível mecânico, mas sobretudo pelo novo visual que passou a apresentar.
Mas a versão do "Capríssmo" morreria aqui no que terá sido o expoente máximo dos Capri de Grupo 2, com a introdução de uma nova carroçaria para o Capri. E deste novo nascimento, surgiriam os incontornáveis Capri de Grupo 5.
 A Ford com esta nova máquina conquistaria inúmeras vitórias e títulos. Tratavam-se de modelos altamente desenvolvidas e já apoiados em estruturas tubulares ao que se socorriam também das brutais motorizações sobrealimentadas.
 E a Sideways, uma linha paralela da Racer, não deixaria escapar a oportunidade para brilhar verdadeiramente no seio dos slot car, recriando estas brutais máquinas cuspidoras de labaredas.

 Mas se na realidade foram muito poucos os desenvolvimentos deste modelo de Grupo 5 ao nível do seu visual, também as poucas que terão havido, não escaparam a este fabricante.
A imagem inferior mostra-nos duas traseiras em que num deles e abaixo da linha dos stops, existe um recorte para melhoramento do fluxo aerodinâmico existente no plano inferior do modelo. E a Sidewais editou estas duas carroçarias, como forma de representação correcta das várias versões que foi já editando.

 Também a secção frontal mereceu semelhante atenção, embora a versão "Mampe" seja a única a ser reproduzida com um capôt-motor com novas grelhas de arejamento. Na parte central destes, existem duas lâminas de orientação do fluxo de ar que passa pelo radiador. No modelo preto, estas são de dimensão bem mais reduzida. do que nas restantes versões até nós chegadas.
 Além das grelhas diferentes, o Capri preto é também o único que não se socorre das características lâminas verticais existentes entre o capôt-motor e os guarda-lama.


 Na imagem superior conseguem vêr-se as lâminas que separam o capôt dos guarda-lama, mas no modelo de baixo, estas não existem.
E temos assim graças a três fabricantes, escrita para o mundo dos slot car, mais uma bela página da reprodução de modelos que fizeram verdadeira história.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Turismos de eleição

O mundo desportivo automóvel, proporcionou-nos algumas extraordinárias épocas, autênticos marcos da história do desporto automóvel mundial.
Dois desses protagonistas e que fizeram parte dos modelos "Turismo", foram por parte da BMW, o 3500 CSL e por parte da Ford, o Capri 3100 RS.

A BMW que ao longo dos anos foi paulatinamente conseguindo atingir as luzes da ribalta, passou por várias etapas que lhe foram permitindo preocupar a concorrência, através do seu progressivo crescendo, que através dos modelos 1800, 2000, 2002, 2800CS, 3000CS, até ao fabuloso 3500CSL alvo agora deste artigo, conseguiu desenvolver diversas tecnologias que hoje se aplicam em série ao mais comum dos automóveis.
 Por seu lado, a Ford com uma história competitiva até então bem mais recheada de êxitos no mesmo campeonato de Turismos, através dos fantásticos Anglia, Cortina, Escort e mais tarde, Capri, estes últimos explorados desde os 1600, 3000, até ao expoente máximo 3100 agora abordado, constituía o único modelo capaz de ombrear e até poder intimidar o modelo germânico nesses campeonatos.

Mas os alemães da BMW, já que os modelos da Ford eram também desenvolvidos na Alemanha, foram mais além no campo tecnológico tendo tirado grande partido da introdução da electrónica, que surpreendia toda a gente, por exemplo, com as tardias travagens proporcionadas pelo sistema ABS.
Também a fiabilidade dos BMW em provas de longa duração, acabou por ser um dos seus grandes trunfos.
A requisição de pilotos de renome e experiência comprovada, ajudou ao acumular de êxitos sobre a rival da oval, que via na fragilidade das suas mecânicas a grande questão por resolver.
E embora o modelo germânico tivesse nascido para as pista de plástico por intermédio do fabricante Fly à já alguns anos, foi muito mais recentemente que o gigante Carrera prestou atenção ao seu grande rival, Ford Capri.
Como denominador comum, a excelente reprodução que cada um deles apresenta. Duas excepcionais produções que podemos colocar lado-a-lado e reviver em memória os extraordinários duelos que chegaram a protagonizar.
Poderemos acrescentar ainda, que apesar de nenhum deles ter nascido para a competição no seu mais apurado sentido, apesar disso, a situação inverte-se. Muito mais capaz, muito mais equilibrado e proporcinando muito mais prazer, o Capri comporta-se como um carro civilizado. Ao invés, o BMW é de todo um modelo difícil.
Mas o melhor de tudo e apesar de cada um à sua maneira, estes heróis do asfalto ficaram retratados para todo o sempre, também no mundo do Slot.