Chegou já às bancas a nova produção do fabricante
Thunder Slot. Trata-se do Mc'Laren M6A, um modelo que não terá tido no seu currículo os melhores palmarés, mas que ainda assim conseguiu marcar o panorama das Can-Am da sua época.
Editadas simultâneamente, chegaram-nos uma versão de Laguna Seca de 1967 e pilotada pelo próprio construtor, Bruce Mc'Laren e outra, participante em 1968 pilotada por Lothar Motschenbacher em Bridgehampton, no mesmo campeonato Can-Am. Trata-se pois de um modelo especificamente desenvolvido para a série Can-Am, onde a ausência de faróis é uma das especificidades daqueles modelos.
Uma das críticas por mim adiantadas a este fabricante na recriação deste Mc'Laren, prendia-se com a utilização das mesmas jantes utilizadas nos Lola T70. Felizmente, nos modelos editados excluíram-se as citadas jantes, para dar lugar a algo que pelo menos tenta corresponder à realidade. Mas infelizmente, estas tentam ser uma grosseira imitação que quase nada tem em comum com o que deveria ter sido apresentado neste modelo.
Outros erros aconteceram nesta reprodução, mas obviamente, umas são mesmo propositadas. É o caso da altura da parte central do capôt traseiro, que deveria apresentar uma substancial diminuição de altura, mas se esta se tivesse mostrado fiel, a sua comercialização só poderia ter acontecido se o mesmo se encontrasse desprovido de motorização, ou então, com recurso a micro motores. Mas se esta se entende, já a inexistência da pequena lâmina vertical que deveria ter existido na secção frontal, mesmo atrás do número e no limite da saída de ar do radiador frontal, já não se entende. A imagem que acima se disponibiliza, permite essa observação.
Também a metade inferior da lateral deveria ter apresentado um desenho mais arredondado. No entanto, a sua reprodução apresenta-se como uma parede demasiado vertical, surgindo o arredondamento já mesmo no limite mais inferior. Mas também aqui se percebe a verdadeira razão, já que em caso de reprodução exacta, comprometeria a existência de um berço de motor com suspensões laterais.
Mas não posso deixar de assumir que este modelo me surpreendeu em beleza, visto nunca o ter conseguido admirar da mesma maneira, através das imagens de apresentação do mesmo, feitas pelo próprio fabricante. Com uma carroçaria de cotas avantajadas em largura e linhas suaves, acaba por permitir deveras um sóbrio e elegante conjunto de linhas agradáveis, esteticamente.
E no panorama da competição, haverá nele características que o sustentem como um dos adversários à altura de arrebatar vitórias?
Sabendo-se que na actualidade, na categoria dos Sport Protótipos Clássicos, os modelos deste fabricante se têm mostrado como o alvo a abater, sobretudo na versão Spyder do Lola T70, poderemos fazer para já, um pequeno comparativo teórico.
E chamados cada um deles à balança, regista-se que por pouco o recém-chegado é batido pela versão Spyder dos Lola o que acaba por valêr a manutenção a este, da alcunha do ultra-leve desta categoria.
E se os dois modelos Lola repartem o chassis, o que permitia facilmente perceber qual dos dois seria o melhor e no que se constactou a seu tempo pertencer esse título à versão descapotada, relativamente ao Mc'Laren dotado de chassis próprio, será necessário esperar pelo confronto em pista para que tiremos conclusões acertadas e façamos um julgamento isento.
Mas se os os modelos nos chegam às mãos com uma largura de eixo frontal igual, a verdade é que se nos Lola esta se encontra com a sua medida máxima, no Mc'Laren esta poderá ser aumentada, pois a largura da sua carroçaria assim o permite. Poderá este aspecto transformar-se nalguma vantagem, se bem que nunca tivéssemos sentido défice de comportamento ou comprometimento de comportamento nos Lola, por essa razão.
A imagem inferior permite observar-se o quanto mais o eixo frontal poderá beneficiar de aumento na sua largura. E encontrando-se mais folgado, claro que as afinações ficarão também mais facilitadas.
Quanto ao eixo traseiro, o Mc'Laren beneficia originalmente de uma ligeiríssima vantagem, mas sobretudo, beneficia de uma folga entre as rodas e a carroçaria, também muito ligeiramente melhorada. Se no Lola esta se encontra absolutamente no limite, no Mc'Laren o espaço existente ajudará na basculação entre chassis e carroçaria. Será de facto uma vantagem? Teóricamente sim, mas na prática, quem preparou os Lola T70 Spyder conseguiu sempre contornar esta aparente limitação.
De carroçaria mais larga ao nível do eixo frontal e dotado de uma carroçaria mais compacta, onde a distribuição de pesos poderá surgir melhorada, aliado a uma traseira também aqui ligeiramente mais curta, poderá indiciar que este novo modelo se virá a transformar no mais recente ídolo dos Clássicos.
Mas é daquelas coisas, que apenas na prática poderemos aferir as verdadeiras potencialidades deste novo elemento. Para já, parece que os Deuses estão do seu lado...
E como a Thunder Slot já nos habituou, outros modelos se lhe seguirão. Será este cujo sponsor principal é a "Sunoco"? A sua traseira apresenta uma pequena evolução, mas neste particular este fabricante já nos habituou também, que pouco ou nada liga a essas modificações....portanto, é uma interessante possibilidade a fazerem-nos chegar.