domingo, 24 de fevereiro de 2019

Mc'Laren M6A chega ao mercado - Thunder Slot

 Chegou já às bancas a nova produção do fabricante Thunder Slot. Trata-se do Mc'Laren M6A, um modelo que não terá tido no seu currículo os melhores palmarés, mas que ainda assim conseguiu marcar o panorama das Can-Am da sua época.
 Editadas simultâneamente, chegaram-nos uma versão de Laguna Seca de 1967 e pilotada pelo próprio construtor, Bruce Mc'Laren e outra, participante em 1968 pilotada por Lothar Motschenbacher em Bridgehampton, no mesmo campeonato Can-Am. Trata-se pois de um modelo especificamente desenvolvido para a série Can-Am, onde a ausência de faróis é uma das especificidades daqueles modelos.
Uma das críticas por mim adiantadas a este fabricante na recriação deste Mc'Laren, prendia-se com a utilização das mesmas jantes utilizadas nos Lola T70. Felizmente, nos modelos editados excluíram-se as citadas jantes, para dar lugar a algo que pelo menos tenta corresponder à realidade. Mas infelizmente, estas tentam ser uma grosseira imitação que quase nada tem em comum com o que deveria ter sido apresentado neste modelo.
 Outros erros aconteceram nesta reprodução, mas obviamente, umas são mesmo propositadas. É o caso da altura da parte central do capôt traseiro, que deveria apresentar uma substancial diminuição de altura, mas se esta se tivesse mostrado fiel, a sua comercialização só poderia ter acontecido se o mesmo se encontrasse desprovido de motorização, ou então, com recurso a micro motores. Mas se esta se entende, já a inexistência da pequena lâmina vertical que deveria ter existido na secção frontal, mesmo atrás do número e no limite da saída de ar do radiador frontal, já não se entende. A imagem que acima se disponibiliza, permite essa observação.
 Também a metade inferior da lateral deveria ter apresentado um desenho mais arredondado. No entanto, a sua reprodução apresenta-se como uma parede demasiado vertical, surgindo o arredondamento já mesmo no limite mais inferior. Mas também aqui se percebe a verdadeira razão, já que em caso de reprodução exacta, comprometeria a existência de um berço de motor com suspensões laterais.
Mas não posso deixar de assumir que este modelo me surpreendeu em beleza, visto nunca o ter conseguido admirar da mesma maneira, através das imagens de apresentação do mesmo, feitas pelo próprio fabricante. Com uma carroçaria de cotas avantajadas em largura e linhas suaves, acaba por permitir deveras um sóbrio e elegante conjunto de linhas agradáveis, esteticamente.
 E no panorama da competição, haverá nele características que o sustentem como um dos adversários à altura de arrebatar vitórias?
Sabendo-se que na actualidade, na categoria dos Sport Protótipos Clássicos, os modelos deste fabricante se têm mostrado como o alvo a abater, sobretudo na versão Spyder do Lola T70, poderemos fazer para já, um pequeno comparativo teórico.


 E chamados cada um deles à balança, regista-se que por pouco o recém-chegado é batido pela versão Spyder dos Lola o que acaba por valêr a manutenção a este, da alcunha do ultra-leve desta categoria.

 E se os dois modelos Lola repartem o chassis, o que permitia facilmente perceber qual dos dois seria o melhor e no que se constactou a seu tempo pertencer esse título à versão descapotada, relativamente ao Mc'Laren dotado de chassis próprio, será necessário esperar pelo confronto em pista para que tiremos conclusões acertadas e façamos um julgamento isento.


 Mas se os os modelos nos chegam às mãos com uma largura de eixo frontal igual, a verdade é que se nos Lola esta se encontra com a sua medida máxima, no Mc'Laren esta poderá ser aumentada, pois a largura da sua carroçaria assim o permite. Poderá este aspecto transformar-se nalguma vantagem, se bem que nunca tivéssemos sentido défice de comportamento ou comprometimento de comportamento nos Lola, por essa razão.
 A imagem inferior permite observar-se o quanto mais o eixo frontal poderá beneficiar de aumento na sua largura. E encontrando-se mais folgado, claro que as afinações ficarão também mais facilitadas.

 Quanto ao eixo traseiro, o Mc'Laren beneficia originalmente de uma ligeiríssima vantagem, mas sobretudo, beneficia de uma folga entre as rodas e a carroçaria, também muito ligeiramente melhorada. Se no Lola esta se encontra absolutamente no limite, no Mc'Laren o espaço existente ajudará na basculação entre chassis e carroçaria. Será de facto uma vantagem? Teóricamente sim, mas na prática, quem preparou os Lola T70 Spyder conseguiu sempre contornar esta aparente limitação.
 De carroçaria mais larga ao nível do eixo frontal e dotado de uma carroçaria mais compacta, onde a distribuição de pesos poderá surgir melhorada, aliado a uma traseira também aqui ligeiramente mais curta, poderá indiciar que este novo modelo se virá a transformar no mais recente ídolo dos Clássicos.
 Mas é daquelas coisas, que apenas na prática poderemos aferir as verdadeiras potencialidades deste novo elemento. Para já, parece que os Deuses estão do seu lado...


 E como a Thunder Slot já nos habituou, outros modelos se lhe seguirão. Será este cujo sponsor principal é a "Sunoco"? A sua traseira apresenta uma pequena evolução, mas neste particular este fabricante já nos habituou também, que pouco ou nada liga a essas modificações....portanto, é uma interessante possibilidade a fazerem-nos chegar.


Os 50 anos do Ford Escort - Scalextric/Superslot

 1969 foi o ano em que nas linhas de montagem da Ford, o Ford Cortina cedia lugar ao novo modelo Escort, nas gamas inferiores da marca, passando os Cortina a ocupar um patamar superior. A Scalextric/Superslot aproveitou o ano de 2019, 50 anos após a chegada do Escort ao mercado mundial dos automóveis, para editar esta série especial comemorativa do feito.
 Trata-se da representação da sua versão "México", designação nascida após o êxito conseguido pelo mesmo modelo na prova maratona que teve início na cidade de Londres e via o desfecho da mesma ocorrer na cidade do México, no país com o mesmo nome. Tal feito mereceria por parte da Ford um modelo comemorativo desse fantástico êxito, baptizando-o com o nome do país que o viu consagrar-se vencedor, dotando-o de especificações técnicas distintas e atribuindo-lhe uma decoração específica, onde na parte central e inserido nas faixas laterais que percorriam o modelo desde a frente até à traseira, a palavra "México".
Na tampa acrílica desta miniatura, surge a dourado a representação dos 50 anos deste modelo que assumimos sem complexos, ter-se tratado do modelo mais emblemático de todos os tempos relacionado com o desporto motorizado. O seu ciclo de vida, permitiu-lhe gloriosos e inúmeros títulos mundiais, conseguindo ainda hoje em provas dedicadas a modelos clássicos, manter viva a sua senda de glórias.

 O modelo que terá permitido este êxito, foi também já retratado por este mesmo fabricante, numa belíssima peça de colecção-



Mas também o vencedor do mais duro rali do mundo na sua época, o Rali Safari, viu a luz do dia pelas criações ainda deste mesmo fabricante.
 Trata-se de outra extraordinária reprodução, onde a totalidade dos pormenores se encontram dignamente representados.

 Está pois de parabéns este fabricante, por nos ter conseguido trazer três das mais significativas peças ligadas a este ícone da Ford e onde para já se começa a fazer notar a ausência de alguns daqueles que se notabilizaram também, mas no reino da velocidade. Quiçá um dia destes....

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Guimarães Slot Clube - 2ª Prova Troféu Abarth NSR


Esta segunda etapa do difícil Troféu Fiat 500 Abarth que se encontra a decorrer no Guimarães Slot Clube, iniciou-se com uma entrada triunfante por parte de Filipe Carreiro, pois tratava-se do seu dia de aniversário.
 Cumprimentado e cantados que foram os parabéns por parte da totalidade dos seus compinchas de vivências, era hora de tratar de coisas mais "sérias".




Alinhados os modelos pela ordem correspondente à classificação da última prova, havia que contar com os habituais pilotos de topo que normalmente participam neste Clube de Guimarães, mas também com alguns forasteiros, como foi o caso de David Azevedo e Bruno Martins, este último por breves dias por Portugal. Também o regresso de Carlos Afonso, ajudou a que se aumentasse o interessante lote de 19 participantes.

 E ao fim do primeiro confronto, percebia-se imediatamente que o equilíbrio existente na primeira jornada, continuava a mostrar-se como um parâmetro a manter-se.
 O nosso "golfista" preferido, ou ciclista, ou sei lá o que é este cromo, marcou uma vez mais presença sempre com a sua boa disposição e com o "belo" visual que aqui se mostra....
Em baixo, Bruno Martins, um dos consagrados pilotos bracarenses a aproveitar a oportunidade para "matar" saudades dos carrinhos de competição.
 Carlos Afonso, um dos notáveis de Guimarães, honrou-nos também com a sua presença, marcada uma vez mais por um extraordinário desempenho.
E na luta pelas posições cimeiras, eram José Pedro Vieira, Marco Silva e Damião Castro que mais se notabilizavam, mas com Rui Mota à espreita do primeiro deslize de um destes pilotos.
Pelo contrário, na cauda da classificação encontrávamos novamente André Ferreira que uma vez mais se debatia com um 500 verdadeiramente adaptado ao mais apurado acrobata de circo. De todo inguiável, este piloto fazia das tripas coração para conseguir levar a água ao seu moinho. Também António Lafuente se debatia com dificuldades mecânicas que o impediam de se imiscuir em guerras mais interessantes.

Talvez para esquecer o desaire, António Lafuente tenha descoberto um elixir retemperador de sentimentos...



E assim que novos pilotos entravam em competição, assim se descobriam outros pretendentes ao comando da prova. Foram os casos de Bruno Magalhães que assumia de imediato o comando das operações e Miguel Guerreiro, que embora menos competente nesse particular, mostrava que não  ía dar sossego aos demais participantes. Como nota de relevo, apontamos a péssima presença de Miguel Sousa, a vêr absolutamente comprometida qualquer pretensão a uma boa classificação, quando o motor do seu 500 Abarth lhe começou a dar estranhas intermitências de potência, que o levariam a diversos e espectaculares despistes. Marco Silva perdia também o ritmo dos melhores andamentos, quando fruto do berço do motor partido, a sua máquina começou a apresentar vibrações extremas, que acabariam mesmo por levá-lo à desistência.

A entrada de Carlos Afonso acrescentava um piloto mais na luta pelas posições cimeiras, posições essas que registavam diferenças mínimas entre cada piloto, sobretudo entre a 10ª e a 3ª posições. No entanto, acabaria por ser mesmo José Pedro Vieira a levar de vencida o extenso pelotão, seguido pelo jovem piloto Bruno Magalhães. Notáveis foram as participações de Bruno Martins a dar guerra aberta a Ricardo Moura e David Azevedo que acabaria por se impôr a Filipe Carreiro. Enquanto isso, era Damião Castro que estabelecia um excelente registo ao classificar-se na terceira posição, seguido com menos uma volta, de Miguel Guerreiro e Rui Mota.
Mas a polémica instalar-se-ía no final da prova, aquando das verificações técnicas. Dados já como desclassificados ainda no decorrer da prova os pilotos Carlos Afonso, José Augusto e Miguel Sousa por razões de variada ordem, no final da prova e após verificação mais pormenorizada dos três primeiros classificados, eram dados como tecnicamente irregulares, os modelos dos dois primeiros da classificação geral. Assim, viam-se arredados da classificação final José Pedro Vieira e Bruno Magalhães, acabando por assumir o degrau mais alto do pódio Damião Castro, seguido de Miguel Guerreiro e Rui Mota, este último, o primeiro piloto a ocupar uma posição no pódio em ambas as provas já realizadas.
Tratou-se de uma prova verdadeiramente atípica tanto no decorrer da mesma pelo excesso de incidentes, como pela inacreditável quantidade de desclassificações, tanto no decorrer da prova, como no final da mesma.
Parece estar a tornar-se um campeonato verdadeiramente complicado em termos de luta por cada um dos lugares na classificação pela extrema igualdade de andamentos, como pela dificuldade de dominar estes endiabrados diabinhos dominados pelo desígnio do escorpião, como ainda, pelo que parece estar a ser difícil conseguir que os pilotos mantenham estes pequenos bólides dentro do espírito da legalidade, mas sobretudo pelo descuido de pormenores na sua preparação.
Esperemos que a próxima jornada nos permita mais agradáveis e interessantes lutas, mas sobretudo que os pilotos não sejam apoquentados pelas desagradáveis surpresas das desclassificações, no fundo, uma jornada bem mais sossegada do que estas duas primeiras provas.
O comando do mesmo acabou por ser herdado por Rui Mota, seguido de Damião Castro e Frasco Leite.