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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Considerandos, sobre fabricantes de Slot Cars

Desta vez pretendo versar a temática relativa à nossa paixão, deixando algumas considerações que reflitam as características que melhor definem cada uma das marcas que têm preenchido este nosso hobby. A totalidade das análises aqui feitas, referir-se-ão exclusivamente aos modelos de plástico e à escala 1/32, já que são díspares as características dos poucos fabricantes à escala 1/24. Se neste particular e enquanto fabricantes das duas escalas, a Carrera fabrica modelos sem quaisquer apetências competitivas e ausência de material de evolução para os mesmos e embora a Scaleauto consiga reunir estas características, não consegue acompanhar em termos competitivos as criações artesanais, onde alguns dos fabricantes se mostram especialistas de topo. Por outro lado encontraremos a BRM e TTS que se localizam num patamar muito próprio, dados os modelos em que apostam.

Inicio esta abordagem então pelo fabricante Carrera, apenas por ser aquele que mais modelos de slot distribui pelo mundo. Sim, a Carrera é o maior fabricante mundial. Carateriza esta marca, o facto da enorme resistência dos seus modelos ao impacto,  proporcionada por plásticos rígidos e grossos e ainda o extremo cuidado na reprodução dos modelos a mostrarem-se excelentes réplicas das máquinas reais, a que se somam os acabamentos de elevado nível. Claro que se tomam como características apreciadas por todos quantos oferecem uma pista às classes etárias mais jovens e sem experiência,  já que a sua quase indestrutibilidade, permitirá o exagero de acidentes, natural de quem se inicia nas primeiras gatilhadas, ao mesmo tempo que a questão estética não é também descurada. Mas a sua resistência penaliza-os nos desempenhos dinâmicos, pelo que invariavelmente acabam por ser preteridos pelos experimentados pilotos, já que o habitual excesso de pêso não permite que deles se tire partido no capítulo das competições. Quando muito, aproveitar-se-ão as suas carroçarias adaptadas a chassis de fabrico 3D, para competições específicas.No entanto, não é invulgar verem-se os clubes a aproveitar as pistas deste fabricante para as suas competições oficiais, dado tratar-se de um plástico rígido e com as calhas com afastamento superior à média dos outros fabricantes, o que facilita as corridas na hora de tirar partido dos modelos de maior dimensão, à escala 1/24. Outro ponto a considerar, será a variedade de categorias e versões com que inundam o mercado, havendo contudo um défice, quando pensamos no mundo dos ralis. Esta categoria não tem colhido a melhor atenção por parte dos seus responsáveis.Com algumas caracteristicas similares à Carrera, encontraremos a Scalextric/Superslot e ainda a Scalextric/SCX.

Ainda que ambos apresentem grande resistência aos maus tratos, nenhum deles se encontra ao nivel da Carrera nesse particular, onde deflectores aerodinâmicos sobretudo, se mostram muito mais frágeis. Mas por outro lado, a maior dinâmica de que se consegue tirar partido em ambos os casos, deve-se à utilização de plásticos mais finos, a par de motorizações também mais performantes. Mas este ganho não fará de nenhum deles máquinas ganhadoras, mesmo quando preparadas ao limite, visto existir forte concorrência no mercado actual. Mas a Scalextric/Superslot já nos habituou à edição de variada gama de modelos do agrado de enorme número de praticantes e onde sobretudo, se conseguem resultados engraçados quando adaptados com outras mecânicas, onde os chassis de fabrico 3D se encontram tão em voga. Dirá ainda respeito a este fabricante, a capacidade de, a partir de um mesmo modelo, se conseguirem algumas variantes, partindo-se da mesma base em que se alteram alguns elementos.Como sua característica ainda, poderemos mencionar o facto da reprodução de algumas máquinas históricas, de banda desenhada ou ficcionadas, a serem trazidos ao campo da realidade através desta escala, onde cativará com toda a certeza, as camadas juvenis. A reprodução de realidades inimagináveis, são também aspectos possíveis neste fabricante, como é o caso deste Volkswagen carocha que surge com a simulação de ferrugem.

Quanto à Scalextric/SCX, trata-se do fabricante mais polivalente relativamente à quantidade de categorias que consegue trazer-nos.Provavelmente o mais ambicioso e criativo de todos os fabricantes existentes e que à imagem dos dois anteriormente abordados, tratam-se de mini-modelos capazes de aguentar maus tratos. A sua quase desnecessária manutenção nos modelos actuais, deve deixar a concorrência em pulgas.A ausência de fios condutores que transportam a corrente eléctrica da pista até ao motor, é sem dúvida uma mais valia quando se tratam de aprendizes na arte de brincar com este tipo de carrinhos. Já os expert vão preferindo abulir este sistema por substituição de convencionais cabos eléctricos.Para além de por vezes representarem a evolução de que alguns modelos terão sido alvo ao longo do seu percurso de existência, algo que muito poucos fabricantes se dignam realizar, é apanágio da Scalextric/SCX apresentar de quando em vez, revolucionárias criações. Relembre-se que é da sua autoria a criação da tracção às quatro rodas e respectiva evolução, braços do patilhão basculantes, assim como também e  ainda, a introdução das suspensões nesta modalidade.Não são esquecidas as várias vertentes da velocidade e respectivas categorias, incluindo clássicos,  bem como o mesmo vai acontecendo no mundo dos ralis. Mas distingue-se também este fabricante dos dois anteriormente abordados, por ser possivel aproveitar alguns dos seus modelos para a competição mais séria, alguns deles capazes surpreendentemente, ombrear com algumas criações das melhores produções feitas no mundo. São os casos dos ralis para modelos clássicos, ou até na modalidade dos TT, dependendo do tipo de piso em que ocorrerem as provas.Desenvolveram até uma série específica pensada na competição pura, introduzindo mesmo conceitos inexistentes, como o travão à cremalheira, no caso dos modelos da velocidade, proporcionado pela deslocação longitudinal do seu berço do motor. Para os ralis, um novo chassis com tracção integral por veio tanto à frente como atrás e ajudado por um braço basculante para o patilhão. Em ambas as modalidades, as carroçarias mostram-se bastante aligeiradas, tendo também recebido motorizações de altas prestações. Existiu ainda dentro deste mesmo conceito, uma série para os modelos NASCAR.

Noutros casos pouco mais servirão do que preencher o nosso ego e memórias, mas seja como fôr, é também uma abordagem que fica preenchida e que é bem vinda.Das modalidades em voga hoje em dia, encontra-se o Rally Cross, e não terá também essa modalidade sido esquecida, com a edição dos fantásticos Audi. Ainda  os americanos terão sido namorados, com a edição das belas máquinas do campeonato Nascar.

Grandes marcas e modelos a Scalextric/SCX nos tem trazido ao longo dos anos, absorvendo todo o tipo de categorias possíveis. Afinal, uma ambição que não os tem colocado no topo do slot de competição, mas posiciona-os num segmento de interesse que desperta muitos praticantes.Estivemos a referir três fabricantes que poderemos afirmar sem correr risco de engano, que se encontram na categoria dos carrinhos conhecidos no meio por RTR, ou seja, prontos a correr, na tradução de Ready To Run. Outro aspecto que deverá ser referido e comum aos três,  é o seu valôr. Qualquer deles acaba por ser um belo compromisso, pois não necessitam de mais investimento inicial para que possamos desde logo começar a usufruir da sua condução e por um custo base muito razoável.



Fly é o nome de fabricantes sobre o qual mais me custa formular considerações. Tendo por mim sido uma marca quase endeusada, dadas as extraordinárias recriações que se dignaram a seu tempo oferecer-nos, acabariam mais tarde por me motivar um sentimento absolutamente contrário.


O deslumbramento veio através de tudo, do seu brilhantismo enquanto maquetas, até ás séries especiais, com algumas delas a atingirem valorizações absolutamente escandalosas e verdadeiramente inatingíveis para mim.


Os desempenhos mecânicos seriam já o ponto mais fraco, mas a fraca qualidade da concorrência, ajudava a disfarçar este aspecto menos conseguido. Depois, em tempos actuais, chegou a constactação de que afinal, hoje não servem mesmo para nada. Até o deslumbramento das suas carroçarias acabou abafado, dado o tremendo avanço que toda a concorrência foi assumindo.


Mais me entristece, quando a sua política de inutilidade se tem mantido, continuando a apoiar-se eternamente para as novas recriações, em moldes e conceitos por si tidos, que vêm já do passado século.


De uma fútil utilidade, poderão ganhar algum brilhantismo quando aproveitadas as suas carroçarias apoiadas noutros conceitos mecânicos de outras origens, já que tudo o resto poderá bem ser descartado, com motorizações que nada valem, pneus de borracha de qualidade duvidosa e chassis completamente básicos e dum plástico que já ninguém usa.
Mas na verdade nem tudo é tão redutor pela negativa, já que acabámos por vêr chegar até nós, alguns modelos ou versões que de outra forma seriam provavelmente impossíveis de os vêr desfilar frente aos nossos olhos.


Acabaram por ser reproduzidos dois Chevron que militaram em campeonatos portugueses, mais própriamente na prova de resistência de 3H, numa tradição que ocorria no longínquo ultramar, em terras de Moçambique e na sua capital da altura, Lourenço Marques.
Apesar da aparente recusa em se partir no presente para o patamar seguinte, a verdade é que no passado já o haviam feito e bem, com as séries Fly Racing.

Abandonadas porém essas apostas na competição, parece ser já tempo de serem um pouco mais ambiciosos e perceberem que o terreno lhes foge debaixo dos pés, muito embora tenhamos já visto este fabricante em piores lençóis do que aqueles que vivem presentemente.
Mas é verdade, o seu primeiro modelo clássico, o Ferrari 512S, teve o condão de despertar praticantes através do brilhantismo e glamour das suas linhas aliado à capacidade de fabrico que a Fly em tempo apropriado, tão bem nos soube trazer.
Não tivesse sido a ligação quase umbilical que me prende e penso que hoje, nem poderia olhar para este fabricante de modelos de slot, que mais não deveria ser do que fabricante de modelos estáticos de colecção.


A série "Fly Racing" abrangeu vários modelos e várias evoluções, cada uma delas com prometedor potencial.

Estranho também os pneus e a sua muito duvidosa qualidade, que ao longo dos anos, começavam a libertar um líquido oleoso, ao mesmo tempo que passavam a um estado verdadeiamente sólido.
Se o primeiro modelo deste fabricante foi o Dodge Viper branco que a imagem mostra, este acabaria por sofrer evoluções e veríamos chegar o Viper de Ni Amorim e também o de Pedro Lamy. Já o Saleen, é o carro que foi campeão de Espanha de GT's em 2002, tendo tido aos seus comandos Pedro Matos Chaves e Miguel Ramos.

O interior desta última evolução do Viper, encontra-se primorosamente detalhado.
Por fim, dizer que será quase incompreensível o facto de se manterem ainda hoje incluídos neste nicho de carrinhos eléctricos, já que naturalmente os seus fracos desempenhos os poriam fora do natural interesse que estes deveriam despertar.

Passemos então agora para a Avant Slot. Trata-se de um fabricante espanhol com algumas boas produções, tanto no campo dos ralis, como dos Todo Terreno, onde conseguiram também abrilhantar o mundo dos slot car, quando introduziram os camiões de dois motores, em que um se destinava a traccionar o eixo traseiro e o outro, o dianteiro. Introduziram também a inovação dos três eixos e as suas seis rodas motrizes. Não tem conseguido sustentar as suas apostas, pois as suas inovações apoiam-se em projectos frágeis, sentenciados à nascença pelo fracasso, isto sobretudo no campo dos camiões. Não terão por isso sido muito bem sucedidos, mas valeu a intenção e a inovação.
Tem passado esta marca por altos e baixos no seu percurso, encontrando-se na actualidade numa fase de salutar progresso.
Quanto à restante gama dos TT's onde se enquadra apenas o Mitsibishi, pode-se afirmar que foi uma aposta ganha, ao ponto de ter sido na maioria dos regulamentos, banido de participar na categoria dos modelos "tirados de caixa". Essa obrigação posiciná-los-ía como alternativa, no mesmo patanar dos modelos artesanais, o que o devotou a um prematuro fracasso.
No mundo dos ralis, nunca conseguiu este fabricante supremacia convincente, contudo, a eficácia dos seus modelos fazia-se notar.
No capítulo dos ralis tiveram tanto os modelos de tracção traseira, como integral e terá sido no caso destes últimos, que mais se fizeram sobressair as suas glórias. 

No campo da velocidade aventuraram-se também, se bem que a maior aposta recaíra nos modelos protótipos. Apresentariam chassis com um berço que sugeria alguma revolução. Dotados de um berço de motor munido de lâminas laterais em substituição das mais comuns molas para fazer de suspensão, estas eram reguladas na sua dureza através do aperto/desaperto dos pernos de que se encontravam dotados. Na prática, pouco efeito ou eficácia dali resultava, pelo que o sistema acabaria por resultar em fracasso e talvez a causa do quase abandono da produção dos modelos desta categoria. Lembrar que adoptariam pela primeira fez semi-eixos à frente, com a possibilidade de se conseguir por essa razão, criar camber nas rodas dianteiras. Acabaria no entanto por ser esta solução,  privilégio único do modelo "Pescarolo".
Referir que a Avant Slot editaria ainda alguns modelos de série limitada, que se caracterizam pela totalidade da côr negra baça, representando modelos de testes de cada uma das marcas.
Em termos de balanço, dizer que tratando-se de modelos de custo elevado, não preencherão os melhores requisitos dinâmicos e consequentemente, pouca fiabilidade competitiva. Um custo/compromisso não muito competitivo, que se tornava num verdadeiro desafio para quem neles apostava. Em termos de maqueta/escala, garantidamente que se invertem as apreciações.
No geral muito boas reproduções, com uma pintura e decoração a todos os níveis, do melhor que se vê na actualidade.
A nova gama de "Jeep's" e de camiões que se proposeram trazer recentemente ao mercado, ainda sem qualquer avaliação dinâmica.

Uma antiga marca existente nos longínquos anos da década de 1960, a Monogram, foi absorvida pela MRRC, existindo ainda hoje, mas agora com este último nome.
Se nos seus primórdios, Monogram era sinónimo de alto rendimento, hoje, MRRC não tem o mesmo significado.
É verdade que os antigos conceitos, baseados em chassis metálicos, foram revistos. Mas se existem casos em que, apesar de substanciamente diferentes os chassis são ainda mantidos em ligas metálicas e vendidos em kit, carroçarias há que se mantiveram absolutamente inalteradas e igualmente vendidas em kit.


O Ferrari 250 GTO de 1964 é um dos casos passíveis de amostragem, para que se percebam as diferenças de quando a marca era Monogram e como é na actualidade, já sob o nome de MRRC. Se repartem a mesma carroçaria, os seus chassis e conceitos mecânicos mostram-se absolutamente díspares.
Mas a sua mais actual política remeteu as suas produções para os plásticos, de onde saíram curiosidades em que outros não apostaram, a par de outras mais generalistas e interpretadas por variados fabricantes.
Hoje a MRRC integra-se nas produções de custos contidos, o que os posiciona no mundo dos modelos de slot para puro lazer, deleite visual ou puro entretenimento familiar, em pistinhas caseiras.

Já a marca Revell, estamos habituados a associá-la aos extraordinários kit's, de infindáveis temáticas. Mas na verdade, os slot car fazem também parte dos seus catálogos.

Também à imagem da MRRC, Carrera e Scalextric/Superslot, para pouco mais se prestarão do que umas boas e divertidas corridinhas caseiras entre amigos, dado o seu limitado estado de desenvolvimento para mais ambiciosos desempenhos.
Mas modelos há que ficamos com pena de não se encontrarem dotados de maior eficiência dinâmica, porque se encontram excepcionalmente bem reproduzidos e que não bastando, preenchem também muitos dos nossos imaginários, sobretudo dos anos 60 e 70 do passado século.


A GOM foi um simpático fabricante ao qual só lhe terei prestado o merecido reconhecimento, quando um amigo, Francisco Biachi, me terá posto nas mãos e a título de empréstimo para a realização de um rali, um Alfa Romeo GTV.
Maravilhado será o melhor adjectivo para qualificar o estado em que me senti, com aquela participação. Nada me levaria a suspeitar a delícia que aqueles modelos são. Claro que depois daquela experiência, não terei descansado até conseguir a aquisição de um, coisa que diga-se, se terá mostrado missão quase impossível, mas que a custo, lá consegui duas dessas relíquias.
Conseguem-se hoje reproduções destes modelos, ainda que com novas decorações, pela associação da GOM com a SlotWing.
Este fabricante não terá conseguido acompanhar a luta concorrencial, acabando por sucumbir sem que tivesse antes conseguido marcar um grande percurso, mas as marcas por si deixadas, foram profundas.

Da Falcon não  se poderá também esperar muito, visto os seus projectos se aproximarem em muito, da Fly. Sem grande ambição competitiva, hoje começa a ficar marcada a sentença, quando a ambição não vai além da produção de carrinhos bonitos, atendendo à qualidade geral de grande número de fabricantes da actualidade.
Mas não deixam de se mostrar interessantes os modelos em que apostaram, com esta a fazer-se sobretudo em dois modelos, o Porsche 908/3 Turbo e os Porsche 924/944 GTR.
No caso aqui mostrado, trata-se de um conjunto com os dois Porsche 924/944 com as côres da "BOSS" e inscritos oficialmente em Le Mans, correspondendo ao número 1 o 944 LM e a participar inscrito na Classe GTP e com o número 36 o 924 Carrera GTR inscrito na Classe IMSA GTO, tendo completado a mesma respectivamente em 7° e 11° da classificação geral.
Infelizmente, nas competições à escala 1/32 não poderemos com eles contar para o mesmo brilhantismo, uma vez que a sua ineficácia dinâmica se mostra uma realidade.

Um dos mais fugazes fabricantes dos tempos mais recentes, foi a Arrow Slot. Houve apenas tempo para a edição de dois modelos, mas qualquer deles, poderemos avençar que se trataram de peças extraordinárias. Ambos vocacionados para a competição, Albert Atienza, o seu mentor, abriu com eles caminho a dois projectos.
Mecânicamente, tanto o BMW V12 LMR como o Saleen S7R, não obtiveram um percurso inicial prometedor e por isso, em nenhum dos casos atingiria a desejada meta a que se proposera Mestre Albert. Daí ter-se arrancado para uma segunda opção. Uma vez que ambas as carroçarias se mostraram ao melhor nível, reproduções extraordinárias apoiadas em plásticos de muito baixo pêso a que se associavam ainda elementos ultra leves em lexan, acabaria por se encontrar a chave do sucesso pela introdução de novos chassis. Para a segunda fase, este fabricante serviu-se de chassis bastante elaborados e altamente rendilhados, contribuindo desta forma para uma redução do pêso final da totalidade do seu conjunto. Era contudo necessário recorrer-se também a berços referência na modalidade, que são ainda os do fabricante Slot.It. Encontrara-se assim o caminho do êxito na competição. Tornaram-se absolutamente brutais e houve necessidade de deixar passar algum tempo, até que surgissem alternativas à eficácia dinâmica demonstrada nesta aposta.
Conheceram-se apenas uma versão decorada para cada um destes modelos, mas a oferta em kit acabou por ser uma solução adequada para quem neles quisesse  apostar, já que as versões completas e decoradas, apresentavam custos condizentes com os modelos mais caros da época. 

Mas acabaria este fabricante por ser absorvido pela Scaleauto, o que não será de todo estranho, uma vez que a Arrow Slot deu o passo em frente, sempre apoiada por este fabricante.

Embora extinta enquanto também fabricante de modelos de slot, deverei abordar aqui a Ninco, porque durante muitos anos acabaria por ser tida como referência, enquanto um dos melhores fabricantes existentes. Esse epíteto não era descabido, pois ainda hoje são algumas das suas produções utilizadas em termos competitivos, sobretudo no campo dos ralis clássicos e dos modelos de TT, onde nesta última categoria são muito apreciadas as suas prestações na mais baixa Classe desta modalidade.

O seu percurso identifica-se por um início modesto, mas em que a sua filosofia de construção acabaria por levá-los a impôrem-se em várias vertentes, tanto da velocidade como dos rali e como ainda dos Todo Terreno, apesar da sua incapacidade enquanto fabricante inovador. Valiam-lhe a qualidade geral dos seus produtos, a sua eficácia dinâmica e também os seus preços bem dentro da média, quando analisada a sua qualidade. Os seus acabamentos, provavelmente poderão ainda hoje ser tidos como uma referência.
Em paralelo, a existência do fabrico de pistas cuja calha com uma profundidade superior, a par do maior afastamento das suas calhas, ambos os factores relativamente às pistas da Scalextric, levaria a que a grande maioria dos clubes passassem a apoiar os seus ralis em pistas desta origem, por troca com as da concorrência.
Foram também bem recebidas as pistas da sua origem para a modalidade TT, visto fazer-se notar a sua inexistência específica para a modalidade. A menor perda de contacto entre calhas, passou a ser uma mais valia.
As motorizações desenvolvidas terão marcado um novo capítulo no seio da modalidade, apresentando cada um deles especificidades e performances para os quais terão sido desenvolvidos e adequados a cada um dos tipos de modelos por si produzidos.

Tirando partido duma política muito própria e completamente alheia a interesses competitivos, encontra-se a Cartrix.
Apesar da sua actual política, o seu início não indiciaria que o seu projecto caminhace para o que hoje deles mais conhecemos. Tendo-se iniciado com o Hyundai Accent no seu catálogo, terão embarcado na onda dos ralis tão apreciada pelos nossos amigos espanhóis e de onde é também oriundo este fabricante. Ter-se-ão certamente cedo apercebido, que trilhavam algo já extremamente explorado. Daí terem abraçado outros ideais e descoberto um rumo em que aí sim, a mina se encontrava praticamente inexplorada.
Dedicando-se desde então em exclusivo aos modelos de Formula 1 dos primórdios da sua existência, com uma pequena incursão aos modelos da Formula Indy, têm-se mantido fiéis a este projecto que parece ter tido o desjado sucesso.
A década de 1950 foi a chave destes pequenos bólides a que não se lhes poderá pedir muita dinâmica, mas em que mesmo assim, tem os seus adeptos que com eles também têm podido desfrutar, imagino, de umas boas escorregadelas em pista.
Na verdade, as suas mecânicas exigem alguns cuidados e até talvez, para que se ganhe fiabilidade, tenha de se recorrer a engrenagens de outras origens. Mas é um projecto ganho, já com a reprodução de muitíssimas máquinas daquela época e com a fidelização dos seus próprios seguidores.

As miniaturas encontram-se bem reproduzidas, o que por si só já será muito positivo, enquanto os preços se mostram também aceitáveis. 

Spirit é outro nome de um fabricante desaparecido. Fizeram parte da sua lista de criações alguns modelos que fizeram as delícias dos apaixonados pela modalidade. Foram disso exemplo, os casos do Peugeot 205 Turbo 16 ou o BMW 2002. A par destes, uma extensa lista de bem vindas peças como o Volkswagen Golf, BMW 6.35 ou o Porsche 936 e respectivas evoluções, podem bem merecer, serem referidos.


Infelizmente os seus bons motores na época, não foram acompanhados de projectos à mesma altura.
Se em vários casos os desempenhos atingidos disfarçavam alguma falta de qualidade geral, noutros, o descalabro, talvez seja o adjectivo indicado para definir o fracasso de alguns deles e que acabariam por precipitar o afundanço em que acabaria este fabricante por mergulhar.

Mas percurso pior, isto porque acabaria por ter um ciclo de vida mais reduzido, aconteceria à Power Slot. Grandes projectos e de grande valia, diga-se, não viriam a ser suficientes para combater a fraca qualidade com que os adeptos acabavam por se confrontar, sobretudo no capítulo dos modelos de TT, com o seu "monstro" das areias. O brutal Hummer H1 assentou num projecto interessantíssimo e que teria tudo para se ter tornado num êxito. Mas o peso excessivo, aliado a elementos de muito pouca durabilidade, o caso das jantes será disso exemplo, acabaram por penalizar um projecto ambicioso e deveras prometedor.
Já no campo dos ralis, o seu Volkswagen Polo acabaria, após a evolução sofrida ao nível do seu chassis, por se tornar um êxito, que terá deixado em muitos, saudades.
Não terão sido vastos os campos competitivos da sua abrangência, em que se conta apenas com mais o Lola T298 que não se lhe reconhece trajecto competitivo e o Nissan 350Z, vocacionado em exclusivo para o mundo dos ralis e onde terá também gerado alguma animosidade. O verdadeiro "flop", acabaria por ser o Opel GT.

A Auto Art é um fabricante cuja filosofia adoptada, não cumpre as pretensões competitivas. De arregalar a nossa vista são algumas das suas criações, mostrando-se absolutamente notáveis em termos de maqueta.

Pormenor das jantes raiadas deste Jaguar C-Type, que denota a invulgaridade qualitativa no seio da modalidade.
Mas se são absolutamente brilhantes em cada pormenor, no campo oposto encontra-se a opção mecânica que não faz jus ao que a nossa vista nos leva a desejar.
As suas engrenagens mecânicas são perfeitas, mas equipados de motores que não desfrutam nem de disparo, nem de velocidade, nem de travagem, deitam tudo a perder, se eventualmente nos dispusessemos a orientá-los para a competição, como pincipal objectivo. Uma verdadeira pena não existir conjugação entre estes dois aspectos. Mas se a finalidade fôr a estante, então,  perfeito.

Black Arrow foi um fabricante que apesar de se ter mantido activo durante alguns anos, terá já batido com a porta definitivamente. Com um início fulgurante, o seu Aston Martin DBR9 deu no imediato que falar.
Apostada que esteve em se posicionar ao mais alto nível do capítulo competitivo, editando também inúmeros acessórios de evolução para os seus modelos, não descuraria contudo a imagem dos seus bonitos carros. Eventualmente a escala do Aston Marti estaria correcta, mas na ânsia da procura do melhor desempenho, terão cometido o erro de se excederem na pouca altura que deram à capota. Mas o certo, é que resulta visualmente e dinâmicamente encontra-se também em belíssimo nível. Daqui nasceria o alento para a reproduçao de um dos melhores GT3 que se conhecerá ainda. Avançaram com o Ferrari 458, no que constitui hoje uma verdadeira peça de colecção, tanto pela maqueta que reproduz à perfeição um dos mais bonitos modelos daquela categoria, como também por ser um verdadeiro campeão em termos dinâmicos.
Já o Lamborghini que se lhe seguiu, não terá reunido as mesmas aptidões em pista, não deixando contudo de se mostrar um excelente exemplar e regalo à vista. Pena este dasaparecimento, pois bons argumentos não lhes faltavam. Boa construção e excelentes apostas mecânicas, não mereciam um desfecho destes, tão prematuro. Os preços elevados terão ajudado certamente.

Surgiu também a Sloter, um fabricante que trouxe até nós algumas interessantes criações.
O Lola T290 foi um dos modelos bem aproveitados e bem recebidos no seio dos aficionados, tendo sido editadas variadas versões. Entre eles o sempre muito apreciado pelos portugueses, o do "Team Bip". Esta versão curiosamente foi apenas comercializada em modo digital, equipado com o sistema da Scalextric/SCX, de onde houve necessidade de se recorrer a um interior em lexan, menos aprofundado.
Outros modelos houve, como o Ferrari 312 PB, mas em caso algum poderíamos com eles contar para cantar glória nas disputadas competições  destinadas aos Sport Protótipos Clássicos.
O Zytec 05S foi o LMP1 da sua autoria, mas a maior curiosidade deste fabricante, encontra-se na reprodução dos seus Lola T70 MK III Spyder.
Comercializados numa caixa de lata e bem acomudados entre esponjas e fixos a bases pesadas, estes modelos apresentam o curioso e invulgar facto de se lhes poder tetirar o capô-motor, ficando exposta toda uma simulação das mecânicas destes carros verdadeiros.
Á vista, não existem indícios de que se tratem de modelos de slot. Não se observa uma cremalheira, um pinhão, um fio eléctrico, absolutamente nada. Numa espreitadela por baixo, Eureka, tem patilhão!
Mas na verdade, não nos poderemos deles servir para a prática para a qual terão sido vocacionados. Uma tentativa de fazer rodar o eixo de tracção, foi o suficiente para perceber imediatamente, que vale mesmo a pena ficar quietinho e deixar para esses fins, aqueles em que lhes reconhecemos essa competência. Mas fica sempre bem na estante e como mais uma das grandes curiosidades do mundo dos slot cars de que tanto gostamos.
Outro dos fabricantes que não contou com muitos anos de existência, sobretudo por falta de inovações e de desempenhos que deslumbrassem os praticantes.

MSC foi sinónimo e garantia de qualidade, tanto mecânica como estética.
Das suas recriações, poderemos referir o MG Metro 6R4 e o Ford RS 200, como aqueles que mais terão feito brilhar os olhos dos aficionados, isto no campo dos ralis, a que poderemos juntar ainda, o Subaru WRC de 1997.

Iniciaram também a interessante linhagem dos TT's, através de carroçarias em resina, mas dotados de chassis plásticos universais.
Mas questões de política económica acabariam por fazer desaparecer este nome, por troca com o já nosso conhecido, Scaleauto, que sob este segundo nome, terá dado continuidade a grande parte destes projectos.

Proteus foi mais um dos efémeros fabricantes que pagou a factura dos seus revolucionários conceitos e da fraca qualidade dos seus elementos mecânicos, onde as engrenagens bem denotam a fragilidades dos materiais utilizados. No caso do Lamborghini Murcielago, a cremalheira não casa convenientemente e no primeiro modelo deste fabricante, o Heuliez Pregunta, utiliza por substituição da convencional cremalheira, uma roda de borracha que tracciona no eixo. Na verdade, nem um sistema nem o outro se mostram à altura da eficácia desejada.

Fabricantes de um modelo só
Existiram três fabricantes que me recorde, que se ficaram pela edição de um só modelo. Uma grande referência mundial à escala 1/43 atreveu-se à aventura de tentar imiscuir-se neste pequeno e específico mundo. Terá sido a BBR, mas o atrevimento não correu bem. O modelo poderia até ter sido bem escolhido, mas os conceitos adoptados e a incorrecta escala, acabaram por se tornar num binómio não funcional.

Este Ferrari F430 Challenge, não colheu a simpatia dos praticantes, apesar de terem ainda editado uma segunda versão associada a esse grande ídolo da Formula 1, Ayrton Senna da Silva.

O segundo fabricante a tentar a sua sorte mas tendo marcado o seu percurso apenas com a unidade, já não era um estranho neste mundinho. A qualidade dos acessórios que a Sloting Plus nos ía dosponibilizando, levavam a crer que dali nascesse algo revolucionário e que podesse vir a ser temído pelos seus concorrentes. Um inovador chassis cujo berço do motor se encontrava parcialmente solto, era a aposta que Miquel Miret levava para o capítulo das inovações e das competições.
Na realidade o modelo funciona bem, mas quando em confronto directo, percebeu-se que faltava algo que não seria possível elevá-lo ao patamar desejado, por mais desenvolvido que estivesse. E essa percepção terá precipitado a sua ruptura enquanto fabricante de modelos. E para além de modelo único, este bonito Reynard 2KQ editado, acabaria mesmo por ser também, a única versão.

Mas existiu também a MB Slot que nascera no pico do surgimento crescente de fabricantes. Pareceu uma aposta ganha, mas a verdade é que acabou por não vingar, apesar de se terem visto algumas tentativas de fazer do Pagani, um puro ganhador. Apesar da existência do mesmo em kit e que permitisse de forma mais económica chegar-se a um patamar de preparação mais evoluído, os resultados acabaram por desmotivar quem neles apostou.

Os seis mais competentes fabricantes da actualidade.
As seis melhores referências de modelos que reúnem características de elevada performance, conjugando com isso outros factores como a estética (maqueta/decoraçao/escala) e preço, são na minha análise a Scaleauto, SRC, Sideways, NSR, Thunder Slot, e Slot.It/Policar, sendo os dois primeiros espanhóis, o terceiro francês e os restantes três,  italianos.
Além disso, SRC, Sideways, Thunder Slot, e Slot.It primam ainda pela reprodução de mini-modelos que se mostram verdadeiras réplicas, nalguns casos capazes de ombrear com peças de colecção estáticas de outras escalas.

Scaleauto - É hoje um dos gigantes que se dedicam ao fabrico de modelos e acessórios da especialidade para a prática da modalidade, tanto com fins de lazer como mais sériamente, com o verdadeiro espírito da competição. Com um percurso de altos e baixos e em que acabou por aglutinar alguns pequenos fabricantes e tendo mesmo durante o seu percurso assumido outros nomes, MSC é um desses exemplos, a sua forte aposta na escala 1/24, parece ter funcionado também como alavanca por forma a impulsionar a escala 1/32, onde hoje acabam por se mostrar como uma verdadeira referência. 
O surgimento do Mercedes SLS AMG GT3 e todo o trabalho efectuado tendo-o como base, terá para mim sido o ponto charneira, a partir do qual um novo rumo terá despuletado, na escala abordada, para este fabricante. Toda o anterior aposta serviu de alicerce para a implementaçao duma nova filosofia, com projectos que mantinham a competição no seu horizonte.
Foram arrastados para a produção de modelos de TT que ocupavam capital importância, visto encontrarem-se na moda e arrastarem para a modalidade considerável número de adeptos, para além da vertente dos ralis e variadas categorias da velocidade, no que terão sido determinantes para a afirmação da marca.

Modelos da moda na época, os Mini e Porsche 959, marcaram parte do panorama das competições TT.
O mesmo modelo, assumiu duas marcas distintas, MSC e Scaleauto, como o comprovam o De Tomaso Pantera e o Peugeot 205 T16 Grand Raid.

O Mercedes SLS AMG GT3 ver-se-ía reconhecido como capaz de alta performance, acabando por receber variadas decorações, equanto outros modelos de outras marcas foram preenchendo a categoria GT3, como o BMW Z3 por exemplo.
Os Grupo 5 trazidos para a competição pela concorrente Sideways, motivaria este fabricante à sua exploração também,  onde sobretudo os BMW M1 acabariam por atingir um patamar competitivo surpreendente.

Mas o seu mais alto patamar está a ser presentemente atingido, onde as suas máquinas da categoria LMP Hyper Car se têm feito notar pelas suas elevadas performances, muito embora haja necessidade de recorrer a outros chassis também da sua origem, mas de fabrico 3D.
Competitivamente, são as máquinas da Scaleauto que mais têm marcado o panorama ao mais alto nível.

NSR - Vocacionados para a competição pura e dura, destas miniaturas podem esperar-se elevadas performances, desde o momento em que se pousam na pista pela primeira vez.
Equipados de eixos calibrado e jantes de aperto por pernos tanto à frente como atrás e em que em todas as mais recentes criações o eixo frontal apresenta a apossibilidade da sua regulação em altura, visam indubitavelmente, a competição. Com esse aspecto debaixo de mira, comprovam na prática que se tratam de boas apostas por parte dos praticantes, quando estes fazem parte das suas opções. 
Tudo terá começado com o Mosler MT900R
O seu desenvolvimente competitivo faz deles nalguns casos, modelos deformados, pela procura por parte da NSR das melhores cotas para a competição. Assim, apesar da excelência dos seus acabamentos, as maquetas deixam nalguns casos, muito a desejar, como é o caso da sua mais recente criação, o Porsche 917/10 Can-Am. 

O Audi R18 terá sido o único exemplar da categoria LMP, em que este fabricante apostou. Com ele surgia a única evolução significativa que a NSR terá implementado no seio da modalidade. Dotado de um braço de patilhão basculante, este sistema viria mais tarde a equipar mais algumas das suas criações, sem que contudo viesse a mostrar-se uma aposta ganha e totalmente eficaz, em virtude desta opção se aplicar a modelos de velocidade e não de ralis, de onde provavelmente se poderiam ter colhido maiores vantagens. Talvez se possa dele tirar partido em pistas com piso bastante irregular, coisa que felizmente, cada vez menos se vê pelos clubes. No entanto, existe sempre a possibilidade de o poder tornar fixo através do aperto previsto através de parafuso, perdendo assim a sua capacidade de basculação.

Mas se há categoria em que a NSR se sente mais como peixe na água, é nos modelos clássicos. Aqui serão várias as suas criações em que os desempenhos são prometedores.
O Ford P68 3 Litros e sobretudo os Porsche 908/3 conseguem grandes desempenhos, sobretudo sobre pistas do tipo Ninco, com superficies abrasivas. No entanto, no caso do Porsche 908/3, as pistas de piso liso têem-se mostrado terrenos não menos favoráveis.


Os Ford GT40 fazem parte do seu catálogo, mas não com o mesmo nível de performances dos anteriormente versados. Os Porsche 917 KH poderão também ser considerados no lote das melhores apostas.
Para finalizar, referir que atendendo ao elevado custo de aquisição, quase ao mesmo nível das restantes boas máquinas da actualidade, será talvez melhor considerar o que existe no mercado e para que fins os pretendemos utilizar, na hora da aquisição. A sua pilotagem é bastante agradável, transmitindo-nos a sensação de grande segurança.
No caso dos Porsche 911, Chevrolet Corvette e Aston Martin, são tantas as decorações já editadas, que será sempre bom para as organizações, ponderar a criação de troféus. A sua eficiência dinâmica não vai deixar ninguém indiferente nem desagradado.

Sideways - A Sideways era a segunda marca do fabricante Racer, fabricante este que se dedicava à criação de modelos em resina. Apesar de bonitos, encontravam-se fora de escala e sem competência dinâmica. 
Talvez percebendo que não conseguiriam por esses motivos competir com os restantes fabricantes, eram caros e não utilizados, nasceria a marca Sideways, em plástico, inicialmente com os modelos DP (Daytona Prototype), e mais tarde, numa forte aposta muito bem conseguida, com os gloriosos de Grupo 5. Conta-se actualmente com oito marcas e catorze modelos distintos, ao que se somam também as decorações para cada modelo. Transformar-se ía assim a Sideways na primeira marca deste grupo, fazendo mesmo desaparecer o nome Racer, enquanto criador de modelos.


Viria mais tarde a surgir a aposta na categoria GT3, onde se conta já hoje com o Lamborghini Huracan, o BMW B6 e B8, Ford GT, Aston Martin e Lexus e se trabalha presentemente para nos fazerem chegar o Ford Mustang.



Mas da gama dos Grupo 5, a sua eficácia melhora quando equipados com berços da concorrência, no caso, da Slot.It e também motorização de outras origens. Poderemos ainda dividir a sua eficiência dinâmica em dois grupos, com os BMW M1, BMW 3.20, Ford Mustang, Ford Capri e Nissan Skyline no lote dos melhores e Lancia Beta e Stratos, Toyota Celica, Ford Escort, Ferrari 512 BB e Porsche 935/78 Moby Dick, 935 e 935 K2, no segundo lote, dos modelos menos capazes de ombrear com os primeiros.


Tratam-se de modelos fantásticos de pilotar, mas que necessitam de grande evolução para deles se conseguir a optimização satisfatória. Tudo isto implica acréscimo de custos, já que invariavelmente se assumem as despesas de novos eixos, jantes, berço de motor, motor, suspensões e patilhão. Dependendo do tipo de pista, poderá ser obrigatória a aquisição de um novo chassis. Ou seja, do modelo original poderemos infelizmente limitar-nos ao aproveitamento das suas carroçarias e cabos eléctricos.




Assim sendo, para quem gostar desta categoria e com vista a baixar custos, aconselha-se a aquisição dos mesmos em kit.
O mesmo diremos para a categoria GT3, onde tudo terá igualmente de ser melhorado. Ou seja, trata-se de um fabricante cujas suas máquinas nos proporcionam imenso prazer, mas apenas depois de duplicar custos.
Quanto às suas reproduções,  acrescento que se tratam de verdadeiras delícias. Lindamente bem reproduzidos, bem acabados e bem decorados. Excelentes peças de colecção e excelentes bases para campeonatos extremamente competitivos e com a concorrência directa de outros fabricantes, a chegar sobretudo por parte da Scaleauto.

Thunder Slot - Trata-se de um dos mais recentes e brilhantes exemplos da actualidade, de como se pode entrar no mercado pela porta grande. Este projecto nascido da ambição de Armando Bizzotto mostrou-se de tal forma competente, que as suas criações acabariam por ser banidas na quase totalidade dos clubes sob o pretexto de se tratarem de modelos Can-Am e por isso, não se enquadrarem no espírito dos Sport Protótipos Clássicos. 
A sua eficiência demonstrada foi tanta, que comprometia a quase totalidade dos anteriores investimentos, por parte dos praticantes. 
Todos esses argumentos poderiam ter ruído, pois alguns desses modelos Can-Am participaram noutro tipo de provas de resistência, mas não, acabaram mesmo excluídos dos campeonatos. E por essa injustiça criada, parece-me aceitável que se repense ou na integração dos mesmos, ou na criação de campeonatos específicos, onde poderão participar os Mc'Laren e Chaparral da Slot.It, modelos aliás, admitidos até então nos citados campeonatos.
Os seus modelos enquadram-se verdadeiramente no espírito "Ready To Run", mostrando-se imediatamente duma agradabilidade desconcertante. Sentimo-nos bem na sua pilotagem, pela macieza e segurança que sentimos e de que se faz notar de imediato.
Os Lola T70 MK III Spyder em variadas versões 
As carroçarias apresentam também qualidade excepcional, tanto ao nivel dos acabamentos como de proporções, o que acaba por ser outro motivo cativante. Embora com mecânicas que não poderão ser trocadas por outras de outras origens, para além das motorizações e engrenagens e alguns elementos básicos, não faltam dentro da Thunder Slot os acessórios necessários para a respectiva evolução para as competições.

Slot Racing Company - É hoje tida como um dos fabricantes referência. Acabaria por casar com outro fabricante, a OSC (Original Slot Cars), de onde se partiu para projectos mais ambiciosos e tendo já por base, o extraordinário Peugeot 205 Turbo 16.

É curto o seu actual leque de ofertas, mas continua a apostar em alta tecnologia, preterindo os caminhos iniciais em que se regia. Apoiada inicialmente em projectos que deixavam mecânicamente a desejar, rumou por um percurso que é hoje de alto gabarito.

Eram de início os seus modelos, pouco mais do que excelentes maquetas, onde vimos com bons olhos o surgimento dos Matra-Simca, Alfa Romeo 33TT12, Ford Capri e Porsche 914. Mas as suas mecânicas não convenciam, a fazer lembrar em tudo o que de mau tem a Fly. 


Mecânicas básicas e sem sustentação, terão levado a SRC a perceber que não seria por ali, o caminho.

Revistos os conceitos e aproveitando-se nalguns casos de modelos que já possuíam em linha, começaram a surgir projectos interessantes, tanto para os Ford Capri como para o Porsche 914/6. O êxito desta nova filosofia terá proporcionado o alento necessário para aventuras mais ambiciosas.


Se para os ralis criavam uma verdadeira pérola quando nos presentearam com a chegada do Peugeot 205 Turbo 16 e posteriormente com o mais magnífico ainda, Lancia Delta S4, dariam também lugar à entrada no mundo dos LMP com a criação do Toyota TS050 Hybrid e onde mais tarde introduziriam também o Porsche 919 Hybrid e mais tecentemente ainda, tanto o Cadillac como o Peugeot.


Apostas claramente ganhas, sem que tivessem ainda deixado pelo caminho uma pretenciosa criação no campo da Formula 1, com a edição do Mc'Laren M23, mas que não passaria disso mesmo, um pretenciosismo que não daria frutos, a não ser no repouso pelas estantes de exibição.
A sua elevada qualidade geral, tanto em termos de maqueta como mecânica, posiciona-os no patamar maior, mas isso traz também o inconveniente de se terem tornado nas mais dispendiosas peças para que possamos brincar. Mas uma coisa é certa, não haverá necessidade de gastos extra, tal é de ponta cada acessório de que se compõe cada uma destas suas obras-de-arte.

Slot.It/Policar - Terá tido um início similar ao da Sloting Plus. Iniciou-se como produtor de acessórios que se mostraram à época, de grande qualidade frente aos acessórios existentes no mercado. Rapidamente se aventuravam num projecto de outra dimensão. O passo em frente dado por esta sociedade ancabeçada por dois homens de apelido Ferrari, foi mesmo avançarem para a produção do seu próprio carrinho. O Audi R8 terá sido o projecto abraçado, visto Maurizio nutrir especial apreço por aquela máquina germânica.
Embora de pequena monta, este modelo sofreria algumas evoluções, o que pressagiava o ADN que a Slot.It viria a demarcar nas restantes gamas da sua autoria. Mas ficava para mais tarde a chegada do modelo que viria definitivamente a referenciar este tremendo fabricante.
O surgimento do Porsche 956 LH em duas referências simultâneas, viria a ser a chave de um inesperado futuro verdadeiramente auspicioso. Aceite de imediato no seio dos praticantes, como resultado das surpreendentes performances, abriria caminho a uma quase épica linhagem de versões e ainda ao alargamento dos modelos de Grupo C, onde a evolução passava por progressos dinâmicos, mas também correspondentes ás evoluções tidas pelos modelos, na realidade.
Com esta aposta ganha, havia então motivo sobejo para novos projectos, ao mesmo tempo que as evoluções sobre as gamas existentes se mostravam invariavelmente mais eficazes que as anteriores, no capítulo da competição. E que melhor aposta poderia ter sido, se não trazer até nós os saudosos e gloriosos Sport Protótipos Clássicos?
Coube ao Ferrari 312 PB a honra de abrir mais uma página mundial dos slot cars.


As criações deste fabricante foram-se sucedendo, bem como as constantes evoluções e o aparecimento de novas gamas como os LMP's, DTM, os GTR's, GT3, GT's, GT One's, tendo mesmo mais tarde chegado a reintroduzir a marca Policar no seu grupo, numa associação com a Carrera, o único detentor dos direitos de produção de miniaturas Ferrari, ao mesmo tempo que recriava a Formula 1 da década de 70, num abicioso projecto brilhantemente conseguido.

É claro que umas mais do que outras, mas quase todas as categorias viram alguma glória no seio competitivo dos clubes um pouco por todo o mundo, mas no geral, trata-se de um fabricante referência em inúmeros aspectos.

Mas sem dúvida que a linhagem dos Porsche 956/962 daria origem à mais bem sucedida evolução de um modelo dentro desta modalidade, ao mesmo tempo que proporcionaria a oportunidade de nascer uma das categorias de maior êxito no seio da modalidade. Os Grupo C acabaram por ser por vários anos consecutivos a categoria dominante na grande maioria dos clubes, um verdadeiro privilégio de que poucos fabricantes se poderão gabar.
Mas abriram também caminho a campeonatos de enorme importância, com a chegada já de inúmeras variantes surgidas sobre a temática DTM. Iniciada com o Alfa Romeo 155 V6 Ti, alargar-se-ía aos Opel Calibra e Mercedes-Benz, tanto ao 190E como aos Class C.
A filosofia deste agrupamento não terá ido ao encontro da maioria dos apaixonados pela velocidade, uma vez que se considera por parte dum número significativo dos praticantes, fracas as prestações dos seus motores, não tendo ido ao encontro do que a malta mais gosta.
Mas contornados os regulamentos com a substituição deste órgão, as máquinas continuaram a demonstrar brilhante desempenho, ao mesmo tempo que se satisfaziam os mais apreciadores amantes das grandes velocidades.
A gama dos Alfa Romeo foi a que mais evoluções viu surgir,  apesar da grande concorrência que tanto Mercedes como Opel lhes oferecem.
E a Policar, uma marca paralela, trouxe-nos de regresso o Ferrari 312 PB, uma vez que se haviam visto impossibilitados de o continuar a produzir por questões de direitos legais, sob a anterior marca, Slot.It.
Mas a grande e revolucionária criação das últimas décadas, acabou integrada nos Formula 1 Clássicos. Ainda que a Fly se tivesse aventurado na criação duma similar solução pensada com o mesmo objectivo, acabaria por ser a Policar a trazer-nos um revolucionário sistema de engrenagens, ao mesmo tempo que se mostrou suficientemente fiável e eficaz. Através de uma desmultiplicação de cremalheiras/pinhões de reduzida dimensão,  conseguiu-se que a simulação da parte mecânica destes monolugares não sofresse aparentes deformações, ao mesmo tempo que interiormente cobrem esse conjunto de cremalheiras.
Uma guerra que parece perdida, é a dos Formula 1 generalistas, em que a Slot.It atacou a modalidade, através duma linha condizente com a realidade mais actual.
As grandes dimensões dos actuais F1, obrigaram a que tanto o bico frontal como o aileron tivessem acabado por ser acessórios independentes do corpo principal, pois de outra forma, não caberiam na caixa normalizada em que todos os seus modelos são disponibilizados. Mas estará talvez no micro-motor de que se encontram equipados, o fracasso a que parece tenham sido devotadas estas interessantes miniaturas.

Pódio dos fabricantes
Aqui nos pódios atribuirei títulos por dois aspectos importantes, sendo que no primeiro valorizarei o trinómio resistência ao impacto, custo, manutenção. No segundo, desprezarei os custos, valorizando em contrapartida, as performances dos seus modelos, capacidade evolutiva e complementos para as suas evoluções.

Pódio 1 - Fabricantes melhor compromisso
1-Scalextric/SCX - atribuo a este fabricante o degrau mais alto, pela sua polivalência relativa às várias categorias que consegue ir abrangendo, à sua quase desnecessária manutenção, à sua capacidade inovadora, pelo seu elevado grau de resistência ao impacto e também aos seus custos perfeitamente razoáveis. Um excelente compromisso geral.

2-Carrera - Sem dúvida a sua maior valia, será o binómio preço/qualidade. Se acrescentarmos ainda a sua também quase inexistente manutenção aliada a alguns acessórios extra (palhetas sobretudo) de que se fazem acompanhar e a sua férrea indestrutibilidade, teremos um cocktail quase perfeito.

3-Scalextric/Superslot - Se este fabricante se aproxima dos anteriores em quase todos os aspectos, primando até nalguns casos em excepcionais reproduções, acaba por perder pela sua menor eficiência dinãmica, dependendo em muitos casos dos ímanes no chassis, para que deles se possa desfrutar de umas boas gatilhadas. Também um excepcional compromisso.

Pódio 2 - Fabricantes, melhores performances
1-Slot.It/Policar - Não poderia ser atribuído este degrau a outro fabricante. As suas produções são boas e eficazes. Atacam várias vertentes e sempre com a eficácia necessária para se confrontar com a concorrência, apesar de que na actualidade não se lhes possa ser  atribuida vantagem clara em nenhuma das categorias, mas em quase todas elas, situar-se-ão no top 3. Os seus acessórios são com frequência a chave do êxito de outros fabricantes. Com a notável capacidade de evoluir cada modelo, conseguem também e não são poucos os exemplos, através de um modelo base, fazer evoluí-lo para acompanhar as evoluções que os modelos reais foram apresentando ao longo das suas vidas e quase sempre, conseguindo também que cada uma dessas evoluções, sobressaia relativamente à anterior. A parte menos conseguida, prende-se com a menor qualidade dos moldes das carroçarias.

2-Thunder Slot - A sua juventude não penalizou as suas pretensões. Atiraram-se aos tubarões e as performances demonstradas, comprovam que apostaram no cavalo certo. Ao nível dos modelos clássicos, parece estar claro que dificilmente surja quem lhes possa fazer frente. Pena abarcarem apenas esta categoria, já que o Mustang parece não ter encontrado ambiente onde pudesse ter brilhado também, acabando por ser uma aposta perdida. Talvez a terra do tio Sam lhes preste o merecido reconhecimento.
Excelentes réplicas, com a edição de algumas variações dentro dos mesmos modelos, mas quase sempre socorrendo-se de elementos que não obrigam a alterações das carroçarias.

3-Scaleauto - Destino a este fabricante o terceiro degrau, apenas porque na sua abrangência, apenas conseguem atingir o estrelato em poucas delas. A nova categoria dos LMP é aquela em que melhor se mostram como dominantes e mesmo assim, tendo de se recorrer aos seus chassis extra de sua produção 3D, já que com os que originalmente se fazem acompanhar os modelos de série, também não consigam manter-se no topo dos gloriosos. Mas assim equipados, percebeu-se já que não há para eles rival.

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