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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Porsche 917K - NSR

 A NSR editou mais um Porsche 917, o que vem engrossar uma já muito longa lista destes modelos que nos fez chegar. Trata-se agora da versão oficial participante nos 1000 Km da Austria, um modelo que se poderá confundir com a versão também oficial que venceu Le Mans no mesmo ano.
Apesar de uma decoração que recorre a um estilo diferente, os mais distraídos poderão ser levados pelo mesmo patrocínio sobre predominância do branco.
 É mais uma bonita versão que se vem juntar a tantas outras igualmente bonitas, como são os casos das decorações sob o patrocínio da "Lucky Strike" e "Team Gunston", ambas oriundas da África do Sul e participantes no circuito de Kyalami, uma em 1971 e a outra em 1970


 Mas o agora chegado estreia o novo berço para os modelos clássicos e que surgiu pela primeira vez no Porsche 908/3, onde os bronzes deixaram de ser aplicados por pressão, passando antes a ser de encaixe lateral. Mas existe uma outra vantagem ainda, proporcionada também pela adopção igualmente em estreia nos 917, do novo motor Shark 21.5 de 21.500 rpm, em que para além do acréscimo de rotações relativamente à versão Shark 20 anteriormente adoptada, permite também que este se fixe à bancada através de encaixe e parafuso. Trata-se de um pormenor que representa enorme avanço, já que deixamos de ter de recorrer a motorizações de outra origem para que se conseguisse deste modo anular as tão indesejáveis vibrações e com o também natural ganho de potência.
Pode ser que se consiga agora entrar com eles no lote das boas máquinas nos campeonatos de Sport Protótipos Clássicos.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

O Porsche 917 que faltava - Le Mans Miniatures

 Surpreendeu a Le Mans Miniatures com a edição do Porsche 917 adaptado à novas regras dos Grupo C. Embora se trate de um modelo com pouco êxito desportivo e com pouca actividade no seu historial, esta versão desenvolvida pela Kremer acabaria por se tornar num ícone da marca germânica.
Em boa hora este fabricante o fez chegar até nós.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

E da BRM e à escala 1/24, o 917...

 Desta vez, a BRM aposta num grande clássico dos Sport Protótipos. O incrível Porsche 917, chega agora às pistas de Slot, à escala 1/24
 E ao que é dado conhecer, para além do primeiro vencedor de Le Mans da marca Porsche, é também editado o vencedor de Daytona do mesmo ano, em 1970. Pena neste último terem falhado no pequeno pormenor característico deste vencedor e que é uma pequena janela na parte superior da capota.
Mas estão muito bons......

quarta-feira, 9 de maio de 2012

John Wyer - Porsche

Falar de John Wyer, é falar de um icónico nome associado tanto à Gulf como à Porsche como até à Ford, esta última durante os anos de 1968 e 1969 e com a Porsche, de 1970 a 1971.

Se com o construtor Norte Americano conseguiu vitoriosas presenças em Le Mans, já com a marca germânica foi em território Norte Americano com atingiu os seus intentos em Daytona.
Em 1970, John Wyer inscrevia três modelos 917 da Porsche nas 24 Horas de Le Mans, sob as distintas cores da petrolífera Gulf. Embora equipados de desenvolvimentos técnicos relativamente às máquinas de série, a sua presença nesta clássica  das resistências, acabou num verdadeiro fracasso. Dois dos seus modelos, o 21 e o 22, foram os dois primeiros modelos da marca a abandonarem a prova, com o modelo Nº21 a renunciar ao fim de 4 horas quando era segundo classificado e o Nº 22 a ter o mesmo fim na hora seguinte por acidente, quando era 20º classificado. A melhor presença coube ao Nº20, apesar de ter resultado igualmente numa desistência a sua participação. Ao fim de 12 horas, o motor acabou por ceder, quando ocupava a 4ª posição.
Já a sua participação em Daytona nesse mesmo ano, culminou com o festejo da vitória. Coube ao modelo Nº2 esse êxito, à esquerda na imagem de cima.

Para o ano de 1971, John Wyer adquire dois novos modelos cauda longa que Stutgard desenvolveu especificamente para Le Mans e repete a presença, completando a trilogia com a também mais recente versão 917KH, que sobressaía das anteriores versões pela inclusão de duas derivas verticais no capôt traseiro. Apesar de arredado da vitória, completou a mesma na segunda posição final, atrás de modelo idêntico inscrito pela "Martini Racing". Quanto às versões cauda longa, ambos desistiram, com o modelo Nº18 a fazê-lo à  14ª hora quando era sexto e o modelo Nº17 a sucumbir à 18ª hora quando ocupava também nessa altura a sexta posição da geral.
Mas Daytona viu John Wyer repetir a proeza do ano transacto e igualmente através do modelo com o dorsal 2. Se este preparador brilhou na Europa com os Ford GT40, com os Porsche viu o seu esforço recompensado na América do Norte.

Os dois vitoriosos de Daytona, não mostram grandes diferenças entre si, apesar de existirem algumas. No imediato, a existência de um aerofólio traseiro no centro do capôt, indica-nos que se trata da versão de 1971, apêndice esse já usado em Le Mans no ano transacto por esta mesma equipa.
A versão de 1971, contempla ainda no mesmo capôt duas tomadas de ar inexistentes na versão de 1970. Característico das versões de Daytona, é a curiosa janela criada na capota e mesmo a seguir ao pára-brisas, que ajudava os pilotos a olhar para os característicos banking's daquela pista.
A posição dos tampões dos depósitos é a terceira e última das diferenças existentes entre eles. No primeiro, no de 1970, estes encontravam-se a seguir às grelhas dos guarda-lama frontais, enquanto na versão de 1971, estes desapareceram tendo sido incluído apenas um, do lado direito e entre a porta e o capôt traseiro.
A decoração, é outra questão, apesar de muito pouco ter variado.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

1/43 ou 1/32?

O modelismo e coleccionismo, encontra-se agregado a escalas pelo qual se fazem as réplicas de modo a haver uma correspondência de proporções entre o real e o que se pretende reproduzir.

 Costuma-se dizer que 1/43 é a escala rainha, aquela que marca a maioria dos coleccionadores de miniaturas automóvel. Hoje em dia tem se vindo a reparar num crescendo de outras escalas que têm estado a ganhar terreno. São os casos da escala 1/18 por exemplo, pelo grau de pormenor e realismo que se consegue dar às miniaturas. Porém, a escala 1/43 tem grandes vantagens. O espaço de exposição será talvez o maior dos argumentos, ganhando ainda maior força se lhe juntarmos a questão dos preços que normalmente são de menor monta.
 Mas a rainha das escalas quando entramos no nosso mundo do Slot, será então a 1/32. Convencionou-se à já longos anos que se tratava da melhor aposta para o domínio desta matéria. E apesar de réplicas também se tratarem, por vezes a questão de fidelidade de reprodução passa para segundo plano, por várias ordens de razão. Rentabilização de moldes e sobretudo, porque a fadiga dos acidentes acontecidos por estes modelos dinâmicos não justifica grande apuro de formas e pormenor, serão as principais razões. No entanto e porque hoje esta modalidade começou também a chamar a atenção de coleccionadores, cada vez mais vemos os fabricantes preocupados com essas questões de refinamento de linhas e pormenores.
 Mas de quando em vez assistimos a reproduções de Slot de bradar aos céus. Uma dessas passagens aconteceu com o reconhecido fabricante "Fly", aquando da edição do Porsche 917 LH, modelo que representa o participante nas 24 Horas e Le Mans em 1971. Na imagem de cima e à escala 1/43, surge esse modelo (Nº21) ao lado do seu irmão de linhagem e de participação, o Porsche 917 KH (Nº22). Absolutamente distintas, as frentes deste modelos nada têm em comum, para além do pára-brisas.
Em baixo, os mesmos dois modelos mas agora de produção Fly. Tal como se pode observar, os grupos ópticos são rigorosamente iguais. Incompreensível. Atendendo a que corrigiram a parte central do modelo onde surge um pequeno capôt, porque não corrigiram os faróis?
 Como se podem comparar em baixo, entre os modelos à escala 1/43 e 1/32 existem bastantes divergências. Embora de correcto capôt central, o modelo Fly falha em absoluto na interpretação e execução do posicionamento dos faróis e da forma das campânulas exteriores.
 Mas a miniatura de Slot regista ainda outras falhas na secção traseira. Aqui já serão mais facilmente entendíveis, uma vez que existiu um aproveitamento do molde do modelo de 1970, para depois editar as versões de 1971.
E como em cima se verifica, na miniatura à escala 1/43, as rodas traseiras surgem tapadas na sua metade superior, surgindo nessa zona um grande logótipo da Martini. No modelo de Slot, a roda encontra-se totalmente a descoberto, enquanto na parte superior desse mesmo capôt existem ainda duas grandes tomadas de ar, na realidade inexistentes. 
 Nestas duas imagens, confirma-se que entre ambos os modelos nada existe em comum, para além das portas e pára-brisas.
Atenção às reproduções caro leitor, se for daqueles que apreciam as boas reproduções. Mas se para si o importante é o bom desempenho do seu modelo de Slot, então bote lá para trás das costas essa mania dos pormenorzinhos....

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Porsche 917 em Le Mans


É do conhecimento generalizado, que a sigla 917 tem para a Porsche um muito significado especial. Tão só e apenas, porque foi um destes modelos que deu à marca germânica a sua ambicionada primeira vitória naquela clássica.
No entanto, patamares houve que tiveram que ser percorridos até se chegar ao momento da glória. E a primeira aparição em Le Mans de um destes modelos, ocorreu em 1969, numa adaptação do modelo 917 KH, um modelo quase sem traseira. Mas para que melhor partido se tirasse, os homens da marca alemã, adaptaram uma traseira que proporcionava um melhor escoamento do ar, permitindo dessa forma um ganho de velocidade pura resultando um enorme proveito da longa recta das Hunodiéres.
 Foram inscritos 4 modelos, mas participaram apenas três. A traseira não escondia um puro acrescento ao existente 917 cauda curta, mas era-lhe acrescentado na extremidade, o aileron dinâmico, isto é, um aileron que através de uns tirantes fazia a sua ligação aos braços da suspensão. À medida que a velocidade do carro aumentava, a posição do aileron tornava-se cada vez mais horizontal, fazendo desaparecer a sua resistência à passagem do ar. Dessa maneira, ganhava-se apoio em curva e velocidade em recta.


 A Porsche Salzburgo, uma parente muito próxima da Porsche alemã, inscrevia no ano de 1970 dois modelos. Radicais no conceito, repartiam pouco mais do que o chassis e a parte mecânica. Eram o 917 KH  (curto) e o 917 LH (cauda longa). Qualquer deles bem distinto no entanto da versão apresentada e vista no ano anterior. Era mantido o cokpit e tudo o resta que se mantinha, tinha mesmo a ver com a mecânica e chassis. Até o posicionamento dos escapes deixou de ser lateral para surgirem na traseira.
 O mais básico de todos os 917 presentes nesta edição de Le Mans, acabou mesmo por ser o grande herói. Menos potente e com uma carroçaria que não recorria a qualquer tipo de alteração à sua originalidade, brilhou ao ser o modelo a cumprir mais voltas na edição de 1970, ano do primeiro de muitos brilharetes que a marca foi conseguindo naquele traçado francês.
 Mas, se este Team conseguiu a vitória absoluta com o 917 KH, já havia brilhado nos treinos com 917 LH ao estabelecer a melhor volta dos treinas conseguindo assim a pole position. A sua velocidade era de facto a sua mais forte arma, mas a sua resistência acabou por ser atraiçoada pelo aumento de potência dos seu motor.
 Mas este Team ficou para a história com estes dois registos. E fica para a história também, que apesar da série 917 KH ter sido desenvolvida para as longas rectas de Le Mans, nunca um modelo da marca nesta configuração levou a melhor sobre os cauda curta.
 Mas as linhas do KH foram mesmo desenvolvidas para uma extraorninária redução ao atrito atmosférica, como se mostra através da silhueta do modelo na imagem de baixo. Uma frente em cunha e uma traseira muito alongada, permitiam-lhe um extraordinário coeficiente de penetração.
 Participou ainda outro 917 KH inscrito pela Martini Racing (psicadélico). Embora menos potente que este, conseguiu atingir a meta na segunda posição absoluta.
 Mas esta edição viu uma série de modelos 917 KH inscritos, com o Team de John Wyre a trazer 3 modelos sob as cores da Gulf e um importante lote de experimentados pilotos.
 Mas também o privado David Piper surgiu com um destes Porsche onde a marca de vinhos do Porto "Sandeman" fez a sua aparição como patrocinador do modelo Nº18. Numa configuração básica deste modelo, poderemos apontar algumas modificações relativamente aos restantes participantes.
 Na extremidade traseira e na parte central do capôt-motor, surge um apêndice aerodinâmico transparente, nunca mais visto em modelo nenhum. Curiosos também são a colocação dos depósitos situados entre os guarda-lama da frente e as portas. Ainda referir que o retrovisor toma o seu lugar no exterior da capota, surgindo uma abertura na mesma para que o piloto conseguisse fazer chegar a este elemento o seu olhar.

 E o Team de John Wyre inscreveu três 917 KH e onde a maior diferença para os restantes KH se encontra na modificação da largura do capôt-motor na zona das suas rodas. Com vias mais largas, viram-se obrigados a esta alteração. Como particularidade ainda, pode verificar-se a existência de um pequeno aileron na extremidade central do capôt traseiro. No capôt-motor onde se encontra o logótipo "Gulf Porsche" aparece também uma pequena tomada de ar que nos outros modelos não está. Deveremos referir que em cada um deles surgem pormenores que marcam a diferença, como por exemplo a colocação do corta-corrente, os pilotos iluminadores dos números, etc...
 Em baixo pode observar-se que o alargamento do capôt-motor na zona do eixo das rodas, confere-lhe uma forma inusual para este modelo.

 E 1971 traz alterações significativas aos modelos e nova vitória absoluta.
Para a versão KH o desenho do capôt-motor foi completamente revista, aparecendo mais baixa, mais larga e com dois apêndices verticais. Tanto o Team de John Wyre como o Team Martini Racing apostam neste novo KH, mas apostando também em simultâneo no remodeladíssimo LH. Mas uma vez mais o 917 KH saiu vencedor através do modelo Nº22 inscrito pela Martini Racing.
 Mas também uma vez mais, parece não haver dois modelos iguais. E mesmo dentro da mesma equipa, os elementos do corta-corrente e os pilotos iluminadores dos números, tomam lugares e formas distintas. Mas se atentarmos nas duas frentes dos 917 KH do Team Gulf, podemos reparar que no modelo com o Nº18 surgem duas pequenas entradas de ar acima dos faróis. No mesmo carro aparece também uma tomada de ar central acima do número enquanto no carro com o dorsal 17 esta encontra-se mesmo junto ao pára-brisas.

 Vejam-se as formas dos buracos onde se encontram os corta-corrente, nos dois modelos da mesma equipa.
Mas em relação ao modelo do ano anterior, o LH apresenta-se com uma frente de formas mais quadradas e o capôt-motor cobre metade das rodas traseiras ao mesmo tempo que as duas grandes tomadas de ar superiores que existiam nos modelos de 1970, agora desapareceram.
 Mas 1971 vê surgir também o 917 KH que havia participado em 1970 inscrito por David Piper. Algumas alterações são no entanto perceptíveis, tais como o novo aileron traseiro de substancial dimensão
 Também o retrovisor surge apoiado num novo suporte e não directamente na capota como acontecia e o buraco aí existente passou a ser mais comprido, permitindo uma melhor visibilidade para os pilotos.
Mas 1971 foi palco do mais estranho de todos os Porsche 917. Com nome de baptismo 917/20, este carro nasceu por desafio do próprio patrocinador, o dono de um talho. Para além duma carroçaria que fugia a toda a linha ao carro que lhe dava origem, a própria decoração foi algo que acabou por celebrizá-lo através da alcunha "cochon rose" ou "pink pig".
A par do Porsche 917 LH do Team Martini Racing, talvez tenham ficado para os anais da marca pelas suas decorações, muito embora os modelos vitoriosos tenham outro sabor.
 E 1971 teria sido o canto do cisne para este modelo, caso os irmãos Kremer não se lembrassem em 1981 de solicitar à marca os planos deste modelo para o adaptar à nova regulamentação então em vigor.
 E daí nasceu o 917/81 cujas alterações para a original versão são imensas. Desapareceram todos os arredondamentos para a parte inferir do carro e surge pela primeira vez numa versão KH, o aileron. Três retrovisores são também novidade.
 O resultado das alterações introduzidas é agradável, mas este modelo ficou longe dos brilharetes que os seus mais velhos irmãos proporcionaram à marca, culminando a edição de 1981 com uma desistência.
 É caso para dizer que não existem dois Porsche 917 iguais, tais foram as quantidades de alterações introduzidas em todos eles.

Em cima uma imagem que mostra ainda o mais extraordinário de todos os Porsche 917, o 917/30 que com os seus 1300 cv dominou em Can-Am, acabando por ser banido daquele campeonato.