A recente chegada do novo Audi R8 do fabricante
Slot.It, um modelo da Classe LMP, mereceu rasgados elogios pela inerente potencialidade a que as suas linhas parecem potenciar este modelo para as provas de slot cars. Como rival, o extraordinário Lola do mesmo fabricante. Mas vamos através de várias vertentes, analisar esta nova chegada.
Há alguns anos atrás, já a Scalextric/SCX nos havia presenteado com este belo exemplar da Audi.
Abordemos então esta matéria, um pouco através tanto da história como pelo capítulo competitivo.
Tratando-se à época de um modelo dotado dos conceitos pela qual se regia a Scalextric, não poderia tratar-se já na altura de um modelo de todo competitivo, se bem que o seu chassis largo e plano, podesse fazer dele um modelo a trer em atenção.
Comparativamente com o que de melhor se faz hoje, óbviamente que se tratam de comparações impossíveis, podendo essa restringir-se exclusivamente a questões estéticas. Mas também aí a nova criação se situa um tudo nada à frente, muito embora se possa atribuir maior correcção de alguns pormenores, à antiga versão da Scalextric. Mas não é agora esse o tema que nos apraz abordar, pelo que deixaremos esse assunto para segundas núpcias.
Mas por parte da Scalextric o resultado terá sido positivo, ao ponto de ter aproveitado este modelo para uma série bem mais competitiva, onde o equiparia de um revolucionário chassis. Dotado de um berço de motor independente do chassis, este tem a capacidade de oscilar longitudinalmente, o que permite com esse princípio tirar partido de um inovador travão, que era accionado por encosto da cremalheira a um apêndice de borracha que friccionava nesta. E se este carro chegou a brilhar pelo seu excelente desempenho e tirando partido da extrema leveza e da sua mais poderosa motorização, relativamente à anterior versão, já não se conseguiu tirar partido do seu maior poder de travagem, já que este sistema viria a ser banido pela quase totalidade dos regulamentos. Mas aproveitava a Scalextric para estrear nesta série, não só uma carroçaria mais leve, mas também do modelo a seguir.
A imagem de baixo mostra-nos que o pilar que liga a parte superior da carroçaria ao chassis, na parte posterior da roda de frente, se encontra na segunda versão bem mais alongado. Esta evolução veremos certamente dentro em breve, também na Slot.It, já que se trata de um modelo vencedor de Le Mans em anos consecutivos e onde esta, a par de algumas alterações também no aileron, serão objecto de modificação por parte do fabricante italiano, para poderem dar continuidade às edições específicas dos vencedores de Le Mans.
Mas agora, interessa-nos mais saber o que valerá este novo Audi, relativamente às mais valias para o grupo dos melhores LMP. E nesse particular, o Lola do mesmo fabricante, tem se mostrado uma referência. Servir-nos-emos então desse mesmo modelo como base comparativa, na tentativa de se tentar tirar conclusões importantes.
E comecemos pela medição das gramas que cada um deles atinge.
Embora a Slot.It nos tenha habituada a reduzir o peso dos seus modelos à medida que nos vão fazendo chegar ao mercado e apesar deste novo Audi não possuir capota e consequentemente ausência também de vidros, surpreende-nos o seu maior peso quando comparado com o Lola. 2,2 gr é a marca que se regista, com prejuízo para a nova criação, em ambos os modelo completamente montados.
E chegou o momento de repetir-mos a operação, mas apenas com as carroçarias. E aqui, já só se regista um aumento de 0.6 gr. Quer isto dizer que se reparte o aumento de peso, tanto pelo chassis como pela carroçaria, mas com maior incidência a recair no órgão mecânico. Não será alheia a maior dimensão deste modelo, na contribuição do seu maior pêso.
Curiosa é a presença de pequenos pinos no interior da carroçaria deste Audi, o que significa que está já pensada para a montagem de kit de luzes para as provas de resistência, servindo estes para encaminhamento dos fios condutores. Dispensa-se assim a utilização de colas, pois se estes forem derretidos, segurarão na perfeição os finos cabos normalmente utilizados pelas equipas.
Mas observemos ambas as carroçarias, para que se proceda a uma análise empírica da validade de cada uma delas. A ausência de capota, parece ser no imediato uma vantagem, mas o maior peso deste R8 de onde virá então? É certo que o centro de gravidade é mais baixo no Audi do que no Lola, o que permitirá à partida um melhor comportamento ao carro alemão. No entanto, o seu peso penalizador, encontra-se na pior localização, isto é, atrás do eixo posterior. Uma traseira mais alongada, aliada a um aileron largo e com maior massa, provocarão em curva uma inércia desfavorável na secção traseira do modelo.
Em cima pode observar-se o quanto maior é a traseira do Audi, enquanto no Lola um aileron muito mais estreito acaba por ser mais um factor favorável.
Em termos mecânicos, o Audi vem já equipado com o patilhão de aperto, enquanto o Lola era equipado com patilhão de clipe. Mas daqui não se colhe qualquer benefício, uma vez que se tratam de órgãos intercambiáveis, mas o chassis mais largo e completamente plano do Audi, poderá representar vantagem.
Pois bem, ainda apoiado no que se conheceu do extraordinário comportamento do Audi da Scalextric/SCX em competição, parece-nos que o excesso de carroçaria para além do eixo traseiro no Audi, poderá não representar um verdadeiro handicap. E assim sendo, o Audi parece possuir verdadeiros argumentos para revolucionar os campeonatos de modelos LMP, mas, .....o que parece, pode não ser....