Os Mc'Laren F1 que chegaram ao mercado

A Mr Slot Car teve como seu segundo modelo a entrar no mercado, o Mc'Laren F1 GTR, dos quais destaco como de maior importância, o vencedor das 24 Horas de Le Mans.

 Certamente o menos apelativo dos vários que chegou a ser editado, muito por culpa das suas côres demasiado escuras e que por essa razão, acabam por não destacar devidamente as suas atraentes linhas. Mas ser vencedor da clássica francesa, é um verdadeiro pedegree.

 Como nota distintiva, a existência de dois pequenos faróis extra que acabariam por ser únicos neste modelo. Apenas esta versão os ostenta, o que será também um dos pormenores a valorizar esta versão.

 Mas foi a Ninco que terá sido o primeiro fabricante a editar este modelo. Destaque aqui para a versão dos armazéns "Harrods", sobretudo pela imposição do próprio patrocinador  de ter proibido a continuidade da sua comercialização, após o fatídico acidente de Dodi Al Fayed, filho do proprietário do famoso armazém londrino.

 Foi um belo exemplar que chegou na época ao mundo dos slot car, mas naturalmente, quando comparado hoje com outras criações, percebe-se a notória diferença qualitativa encontrada.

 Mas ocuparia um lugar de destaque nas competições da época, pois mostrava um comportamento dinâmico muito bom, tendo sido a aposta de um grande número de praticantes.

 Alguns anos depois, serviu-se a Ninco deste modelo para a sua reedição e integração na sua série "Vintage", com uma inédita decoração.

Mais recentemente, a revolução aconteceria através das edições da Slot.It, quando editou o mesmo modelo, mas na sua evolução cauda longa.

 Perfeito, bonito e uma máquina. Foi de facto um modelo bem nascido e onde as soluções mecânicas já boas de série, podem ainda ser potenciadas através de variadas opções possíveis e disponibilizadas por acessórios do próprio fabricante.

 Foram também já várias as versões que nos fizeram chegar e todas elas de imenso interesse.

Mas tal como é apanágio deste fabricante, também este F1 GTR acabaria por ser alvo de uma evolução, à semelhança do que aconteceu na realidade.

 A sua frente receberia um reestyling aerodinâmico de onde surgiriam pequenos apêndices aerodinâmicos, além de pequenos túneis de escoamento aerodinâmico para as laterais e o aileron acabaria por receber também derivas verticais que se prolongam quase até tocar na carroçaria.

 E este modelo da Mc'Laren encontra-se hoje muito bem representado no seio dos slor car através das várias edições de cada fabricante, sendo alguns deles dotados ainda hoje de excelentes performances.

Ninco - Por onde andas?

Bom dia Ninco. O que te fizeram?
Representa para nós esta nova linha deste fabricante, o seu fim-de-linha....

Apostando para a escala 1/32 numa mecânica única à qual se acoplam carroçarias "clear", ou seja, de plástico leve e flexível, tendo resultado em linhas disformes e sem qualquer valôr estético ao que se junta uma produção à escala 1/43 cujo interesse diminui mais ainda, acabam por afastar todos os amantes daquele fabricante, no que resulta num verdadeiro e definitivo divórcio entre praticantes e esta marca.

 Fica clara a aposta da Ninco num consumo caseiro. O alvo tipo serão agora e definitivamente as mais baixas classes etárias.

 Mas é com muita tristeza que assistimos a este desfecho e sobretudo logo numa altura em que não parecem também ser nada animadoras as novidades por parte da Scalextric/SCX.

Fecha-se um ciclo....

Ninco VS Slot.It - Comparativo

Seria injusto, depois de ter escrito já alguns artigos tendo como cerne da questão um senhor chamado Alfa Romeo 155 V6 Ti do fabricante Slot.It e não versar o primeiro destes modelos chegado ao nosso mundo.

 Mais de duas décadas, é o espaço temporal que separa estas duas embalagens, ou melhor, estes dois Alfa 155 V6 Ti, que militaram no campeonato alemão DTM. Na verdade, são 22 anos que separam duas reproduções deste mesmo modelo, uma de origem Ninco e a mais recente, Slot.It

 No ano de 1994, a promissora Ninco fazia-nos chegar este bonito Alfa que constituía o segundo modelo editado, depois de ter cabido ao Renault Clio a honra de lançamento desta marca. Fornecido numa embalagem de cartão e acompanhado de um folheto onde se mostravam mais duas referências, permitiu-nos abrilhantar belas tardes de competição, onde chegou a ser a verdadeira coqueluche.

 Hoje chegou o mesmo carrito, mas para além de se tratar de uma réplica muito mais próxima da versão verdadeira que lhe dá origem, é capaz de prestações verdadeiramente notáveis. Mas os 22 anos que os separam, bem justificam as imprecisões da versão da Ninco, muito saudado na época em que nos chegou às mãos, pois de uma maravilha se tratava.

 O modelo dos dois fabricantes, visto a partir de um mesmo ângulo. São perceptíveis as diferenças entre ambos.

 

 A Ninco arriscou num modelo mais baixo e largo, na tentativa de criar um bom mini-modelo de competição. Hoje, a Slot.It apostou numa recriação o mais fiel possível e muito mais capaz de prestações verdadeiramente brilhantes. Grande parte do seu êxito, deve-se ao avanço tecnológico que permite um excelente trabalho de emagrecimento das novas carroçarias.

 As imagens de cima e de baixo, bem demonstram um modelo da Ninco substancialmente mais largo, mas também mais baixo. Além disso, a questão dos pormenores foi também um pouco descorada, quando comparado com a reprodução italiana.

 Curioso é o conceito mecânico não divergir, já que ambos se socorrem de berço de motor independente, dotando-o de motorização de caixa pequena e posição inline. Mas os resultados em pista são verdadeiramente díspares, graças também aqui, aos enormes avanços evolutivos que estes órgãos foram sofrendo.

 Belo conjunto, bem demonstrativo da passagem dos anos pelo nosso hobby

Será de bom senso juntar os actuais DTM de fabricantes reconhecidos, com opções dotadas de chassis 3D?

 É pertinente a questão, numa época em que são já inúmeros os interessados no comércio de chassis 3D, proporcionando que belas carroçarias possam rivalizar com fabricantes de créditos mais do que firmados.
E a propósito da chegado do Alfa Romeo 155 da Slot.It e ao qual se lhe seguirá no início do próximo ano o Opel Calibra, seria importante saber-se se se tornará possível incluir nessas batalhas, outros modelos com chassis 3D. Tendo a Olifer, um fabricante português de chassis 3D editado já um específico para o Ford Sierra da Ninco, mas que em simultâneo serve igualmente o BMW M3 da Fly, resolvi tentar chegar a alguma conclusão, no que a essa questão diz respeito.

Dotei então o Ford Sierra Cosworth da Ninco de um chassis daquele fabricante, ao qual lhe associei uma bancada Slot.It mara motor para caixa pequena, devidamente recortada para poder entrar folgado no seu novo chassis. Para que de algum modo se equiparassem, ambos ficaram desprovidos de suspensão. O interior do Sierra foi mantido, o que faz com que a diferença de pesos entre ambas as carroçarias se tenha situado nas 10,5g, com natural vantagem para o Alfa Romeo.

A favôr do Sierra, estava o motor, já que na ausência de uma motorização de cabeça negra, optava-se pelo mais comum de cabeça laranja. Entre ambos existe um diferencial de 500rpm e uma atracção magnética favorável ao motor que equiparia o Ford Sierra.

 No que se refere a cotas, os modelos apresentam-se com alturas e larguras totais, muito próximas. A distância entre eixos é maior no Ford Sierra, mas a medida entre eixo traseiro/patilhão, é maior no Alfa Romeo, algo que o beneficiará nas curvas rápidas, mas penalizará nos ganchos.

Partia-se agora para a pista, na tentativa de perceber se alguma equiparação faria sentido.

 Depois de algumas tentativas com ambos, onde os ajustes de aperto de carroçaria e berço de motor se íam fazendo, os cronómetros parariam nos 12,88" para o Ford Sierra e nos 12,77" no Alfa Romeo. Enquanto o Sierra se mostrava mais peitudo em termos de motor, era o Alfa que se destacava em estabilidade.
Mas se estes registos se encontram muito próximos e poderão não ser decisivos na hora de uma opção, a verdade é que o comportamento do Sierra se mostra muito mais delicado e onde as saídas de calha se mostraram em muito maior número relativamente às saídas do Alfa Romeo.
Atendendo a que um interior dos modelos comuns rondará as 8 a 10g e se este pudesse ser retirado e substituído por um em lexan no Ford Sierra, os pêsos das carroçarias equiparar-se-íam. E nesse caso, talvez os equilíbrios no que a comportamento em pista diz respeito, se aproximasse verdadeiramente, com um natural ganho de estabilidade no Ford. E se no mesmo se substituísse o motor pelo de cabeça negra, as velocidades passariam também a ser equivalentes.

Em conclusão, poderei dizer que talvez faça sentido juntar estas distintas raças, pois com algum jogo de cintura dos regulamentos, poderemos ter novos campeonatos com interesse aí à porta.