terça-feira, 22 de março de 2011

Diferencial no Slot

 Já aqui se falou, no engenhoso e revolucionário, enquanto miniaturizado, sistema de tracção trazido pela extinta MG Vanquish, para o nosso mundo do Slot.
Este sistema foi integrado na totalidade dos seus modelos e terá sido porventura, a grande causa do fracasso e até da falência de todo um ambicioso projecto.
 Um dos inconvenientes, mas de menor monta, é que apesar da miniaturização de tamanho engenho, mesmo assim, tomava proporções nada desejáveis para modelos à escala 1/32. Talvez daí, nenhum dos modelos editados, ter correspondido à citada escala, mostrando-se algo exagerados em dimensões, uma vez que tiveram que crescer à mesma medida da largura necessária.
Mas tal como nos modelos à escala 1/1, o sistema corresponde exactamente a um verdadeiro diferencial. Por dentro da grande cremalheira, um grande vazia acomodava dois pinhões cónicos que faziam o ataque a mais dois pinhões igualmente cónicos e solidários a cada um dos dois semi-eixos.
 Contrariamente ao sistema convencional, aqui, o veio do motor não pode penetrar na ranhura existente nas convencionais cremalheiras para que o ajuste entre pinhão e cremalheira seja estável. E tal como se pode neste desenho esquemático observar, o pinhão fica com muito pouca tolerância para atacar na cremalheira. Esta por sua vez (surge na imagem da baixo em corte), apresenta uma parte dentada com muito pouca superfície. O ajuste entre estes dois órgãos era então feito pela precisão das folgas permitidas entre os bronzes que fixam o conjunto ao chassis e o próprio bloco da cremalheira. Mas mesmo assim, isto nunca foi um sistema verdadeiramente perfeito, vindo a originar folgas, que rapidamente rompiam com a parte dentada externa.
Por dentro, tudo permanecia são, mas a zona exterior, chegava a ralar completamente, inviabilizando de todo a praticabilidade do conjunto motorizado.
Passaria talvez a solução pela aplicação de materiais mais nobres em durabilidade, o que nunca foi conseguido pelo fabricante.
 Para quem teve a oportunidade de usufruir em pista destas preciosidades, teve o privilégio de conduzir um modelo de Slot de extrema agradabilidade, pois o sistema funcionava verdadeiramente. As derrapagens ficavam mais suaves e a pilotagem mais macia, pois os modelos assim o proporcionavam.
E foi assim que se fechou um ciclo de desenvolvimento, que quase não passava do projecto, mas felizmente algumas unidades vieram ainda para o mercado e fazem hoje parte de colecções.

Porsche 911 GT2 - Carrera

 De todos os Porsche 911 GT2 que se têm feito, não poderão restar dúvidas de que as melhores reproduções, são mesmo as da Carrera.
Já sei, são pesados e pouco performantes, mas a verdade é que em termos de reprodução do modelo, encontra-se bastante fiel.
Os erros, poderemos apontar aos comuns neste fabricante, isto é, sobretudo umas rodas da frente exageradamente grandes, porque de facto, pouco conseguiremos descobrir para esticar o dedo indicador.
E foram já editados dois dos mais significativos protagonistas desta classe GT2. São eles os modelos da Flying Lizard e da Felbermayr. Como modelos de estante ou para brincadeiras mais calmas, tratam-se de excepcionais opções.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Porsche 959 - MSC

O modelo 959 da Porsche, acabou por ser uma das referências da marca, durante alguns anos.
Provido das maiores tecnologias da indústria automóvel aquando do seu lançamento, vinha equipado com duplo Turbo e tracção às quatro rodas, situação nada comum na época, em modelos de alta performance.
Desde logo considerado pela marca como um polo tecnológico, procedeu-se ao seu aproveitamento para fins desportivos, tendo a marca apostado nas mais carismáticas e exigentes provas mundiais, apostando em participações tanto em Le Mans como no Paris-Dakar.
O modelo base em versão protótipo foi apresentada ao mundo, com este aspecto.
 Pela imagem que cima se observa, pode ver-se que o modelo protótipo era tão baixo, que a seu lado o Porsche Carrera GT, parece alto.
Em baixo, o mesmo modelo que manteve as principais características, mas já na sua definitiva versão cliente.
 E da versão cliente para os modelos desenvolvidos para a maratona africana, pode reparar-se no extremo desenvolvimento que o 959 sofreu.
E 1985 vê pela primeira vez o 959 na edição do Paris-Dakar, obviamente munido dos recentes ensinamentos adquiridos pela vitória da Porsche nesta prova em 1984, mas através do modelo 911. Mas todos os ensinamentos adquiridos não foram suficientes para levar de vencida pela segunda vez e primeira com este modelo, nesta exigente maratona.
Em 1986 apostam nas 24 Horas de Le Mans onde recebeu a designação de Porsche 961 e foi inscrito na Classe GTX, vindo a vencê-la e a classificar-se numa extraordinária 7ª posição da geral. O êxito foi suficientemente animador, para a Porsche fazer nova investida e novo desenvolvimento sobre este prometedor modelo, apesar das dificuldades de que os pilotos se queixaram quanto às exigências de condução, provocadas sobretudo pela tracção integral.
 E assim, para 1987 nova aposta no 961, apresentando um modelo sob as cores oficiais da Rothmans, mais largo e mais potente.
Mas contrariamente ao anterior desenvolvimento, problemas de vária ordem acabaram por ditar o abandono deste aliciante e prometedor modelo e que veio mesmo a ditar o abandono definitivo do mundo da competição.
Mas o êxito maior esteve reservado para o Paris-Dakar de 1986, onde pela segunda vez na sua história, o nome Porsche é gravado na lista dos vencedores, mas agora com o modelo 959.
E embora o modelo 959 tenha já sido trazido para as pistas de Slot numa produção SCX, em modelos que incorporavam a tracção integral, acabaram por ser reproduções do modelo de série, mascarados através de decorações, em modelos de competição.
Agora, o fabricante MSC propõe-se trazer também até ao nosso mundo, este símbolo da competição automóvel. As opções recaem tanto no modelo de série, como na versão vencedora da maratona africana. Para tal, adiantou já na última feira mundial de Nurembergue, imagens dos seus protótipos já em fase bastante desenvolvida.
Mas quanto à carroçaria mostrada, podemos adiantar que se refere apenas à do modelo de série em versão cliente, não tendo apresentado qualquer imagem relativa ao modelo de competição, já que a realidade nos diz que são imensas as divergências entre ambos. Assim, esperemos que para a realização do modelo de competição, não cometam o erro do aproveitamento da mesma carroçaria. Caso venha essa hipótese a prevalecer, estaremos perante um grosseiro e inqualificável erro.
Foi-nos então também mostrado o protótipo do chassis que equipará estes 959. Mas várias questões se tornam aqui pertinentes levantar.
Tal como foi mostrado, o modelo em versão base, é bastante baixo. Mas se reparmos na construção do chassis projectado, será de todo impossível encaixar esta carroçaria neste chassis, não permitindo esse visual de modelo de baixa altura ao solo, provocado pelo exagero dos apoios superiores dos amortecedores, já que se encontram demasiado elevados e bateriam na parte interior dos guarda-lama. Por essa razão, imagino que para a versão civil, este venha a ser equipado com um chassis Monte-Carlo por exemplo, para não falar na possibilidade de um chassis desenvolvido à sua medida.
Engenhoso e de bela concepção, este sistema de suspensão, permite tanto a regulação da altura do modelo, como o aumento da dureza dos amortecedores. Assim, é perceptível o verdadeiro efeito e proveito que deste conceito se pode tirar partido.
Mas pelo diferencial perceptível a olho nu entre a altura do pneu e o limite superior do topo dos amortecedores, parece algo continuar errado, pois a elevação a que o modelo 959, réplica do Dakar, será obrigado a ter, levará a que concluamos rapidamente que daqui resultará sempre em algo exageradamente irreal, pela elevada altura com que este ficará, sobretudo na diferença entre o limite superior do pneu e a cava da roda.
Poderemos ainda afinar o ângulo de absorção do impacto da roda relativamente aos obstáculos. As vantagens parecem imensas quando comparadas com todos os anteriores desenvolvimentos nesta matéria, não fossem estar em causa as questões aqui mencionadas.
Podem observar-se as furações nos amortecedores, de forma a permitir a compressão ou descompressão da mola que compõe o conjunto das suspensões.
Apesar de tudo o que de positivos possamos tirar de todo este projecto, parece-me que sobretudo, nada ficará direito. A menos que nos consigam surpreender, com mais alguma cartada tirada da manga.
E já agora, uma cartada bem tirada, era produzirem também o 911, que afinal foi o primeiro Porsche a atingir o ponto de chegada na primeira posição, no ano de 1984 ........

Resistência - Reynard Sloting Plus

No Clube Slot de Braga, decorreu mais uma mini resistência que compreendia turnos de 20 minutos em cada uma das 6 calhas.
Os modelos desta vez seleccionados foram os Reynard do fabricante Sloting Plus, que tão boas provas deram aquando das 24 Horas Slot do Porto. E partindo das mesmas bases e optando pelo sorteio dos motores e dos pneus, partiram então as quatro equipas presentes, para a maratona. 
A equipa formada por Paulo Mendes e Pedro Mota, acabou por ser a equipa sensação por acabar por vencer a prova, apesar da longa ausência de Pedro Mota e depois deste ter partido sem sequer ter chegado a treinar. Apesar disso, foi muito renhida a prova entre estes e José Eduardo e António Maia, onde ao longo da grande maioria do tempo de prova, a diferença máxima entre elas se cifrou numa volta apenas. Esse equilíbrio veio a desfazer-se apenas na última calha, quando o modelo da equipa segundo classificada começou a dar sinal de alguma falha de contactos.
A segunda luta dentro da pista foi também interessante, se bem que longe das duas primeiras. Por um lado, Pedro Correia, Hugo Figueiredo e Carlos Alvim adiantavam-se de início relativamente a Luís Pedro e Augusto Amorim, para numa segunda fase as posições virem a inverter-se. Contudo, uma última calha mais poderosa por parte de Carlos Alvim, acaba por impor a sua equipa e levá-la à terceira posição.

 Uma vez mais, um modelo com a decoração da "Art", a impor-se.

Mais uma prova onde parte dos habituais protagonistas não se fizeram representar, mas onde o ambiente de luta se manteve de altíssimo nível.

Parabéns a todos os participantes presentes, sobretudo a Paulo Mendes e Pedro Mota.
Transcreve-se na íntegra, este comunicado do "Slot Madeira".


Caros Slotistas e Amigos

Mais um  campeonato que está a acabar e cá continuamos em força, crescendo e mantendo a qualidade que sempre nos foi reconhecida.

2010/11 foi um ano intenso, com percalços, vitórias e um crescimento total superior a 32% a números de participantes nas nossas provas. 
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.Tudo isto só foi possível devido à confiança que os nossos participantes continuamente depositaram  em nós ..
-2011/12 todos sabem que irá ser um ano difícil, com um agravamento das desigualdades sociais, aumentos dos custos de vida e infelizmente, um aumento da pobreza em Portugal.
No entanto, devemos lutar por mais e melhor e por esse motivo, continuaremos a investir no nosso “vosso” Campeonato.
E é assim que continuamos a inovar e a fornecer novas categorias e um atraente Campeonato a todos os participantes, sempre a pensar no Futuro!
Depois de consultarmos algumas entidades Nacionais e Internacionais com alguns participantes Regionais resolvemos dar um Nome correcto e Merecido ao campeonato que mais tem tido nota positiva tanto cá como fora da Região Autónoma da Madeira.

O Próximo campeonato será com muito orgulho chamado.
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALLY SLOT DA MADEIRA. 
Esperamos que sejam motivos suficientes para nos visitarem , pela nossa parte  tentaremos sempre melhor que antes e sempre diferente.
Em breve mais noticias

sexta-feira, 18 de março de 2011

Históricos desaparecidos


 MG Vanquish, chegou a ser o nome de um fabricante de Slot, que pelas inovações introduzidas, trazia a esperança de um sucesso incontestável.
Modelos de bela reprodução, inéditos no mundo do Slot e dotados de um mais do que inovador sistema de tracção, parecia abrir na modalidade, uma nova era.
E abriu.
Mas para onde estavam a apontar as baterias, falharam. Mas abriu, porque deram o ponto orientador do futuro do Slot e fizeram despoletar uma série de novos construtores.
Ao seu primeiro modelo, correspondeu o Lola T260 com que Jackie Stewart enfrentou a época de 1971 da série Can-Am. A réplica diz respeito à participação em Riverside, onde obteve a 3ª posição na qualificação, mas que culminou com uma desistência, num campeonato ganho por Peter Revson e onde se viria a posicionar na 3ª posição no final do citado campeonato.
O meu gosto por modelos estranhos, encontra-se bem presente na aquisição deste estranho Lola.

A aposta da MG Vanquish recaiu sobretudo em modelos da série americana Can-Am, retratando alguns dos principais ou mais significativos actores desse palco. E nesse campo do estrelato, uma marca se destacou pela irreverência das linhas apresentadas. Foi a UOP Shadow a apresentar modelos de estranhíssimas linhas e que a par da Chaparral, conseguiu também um lugar especial nos anais do desporto motorizado.
E o modelo MKII, foi o escolhido para fazer parte dos catálogos desta fabricante.
De cor base geralmente preta e raramente de outras cores, acaba por de algum modo dificultar uma correcta visualização das linhas da miniatura, mas parece-me encontrar-se também com uma muito interessante reprodução.

Dentro ainda do mesmo campeonato, outro histórico representante que marcou durante algumas épocas os resultados americanos. Em 1969 a McLaren participava com o seu M8B de aileron elevado e a Vanquish não desperdiçou o ensejo para o editar.
Belo modelo este e também de excelente reprodução. É daqueles modelos de Slot que preservo na colecção com o maior dos carinhos.
Pilotado por Bruce McLaren, o próprio construtor neozeladêz que deu nome à marca e que nesse ano se sagrou campeão do campeonato Can-Am.

Histórico é também o Lotus 72D com o patrocínio da John Player Special com que Emerson Fittipaldi se sagrou pela primeira vez campeão do Mundo de F1 em 1972. Tendo sido a primeira e única reprodução de um Formula1 por parte deste fabricante, é claro que das quatro versões editadas, será aquela que mais significado assume.

Infelizmente não reconheço que se trate de uma boa réplica. Isto talvez, porque o próprio sistema de engrenagens utilizado se apresente com dimensões volumosas, o que obrigou com certeza a alguma ginástica e até deformação da realidade.
Na reprodução surge o Emerson de braço no ar, num manifesto reconhecimento da conquista da sua primeira glória, pormenor que se saúda.

Mas o canto do cisne deste fabricante, aconteceu com uma última tentativa desesperada da introdução dos seus modelos na competição. Pegando em modelos base mas aligeirados, onde o miolo dos mesmos foi substituído por materiais ultra-leves, pensava-se que assim se viesse a aumentar a procura dos seus modelos.
Mas nem assim, pois o grande problema estava mesma na sua revolucionária aposta no sistema de diferencial, que não aguentava as exigências competitivas que já se exigiam dos modelos. E como acabou por ser um problema sem resolução, ficou aqui ditado o inglório destino de uma ousada aposta.