Rosso o bianco? - Famiglia italiana

Martini e Lancia, representam uma longa ligação que marcou tanto o mundo dos ralis como da velocidade, tanto ao nível do DTM com os Alfa Romeo 155, como dos Grupo C através das inúmeras participações dos Lancia LC1 e LC2.

Mas foi no Mundial de ralis que mais se estreitou esta ligação através dos 037, dos Deltona e dos Delta S4. Mas a característica que mais ficou gravada para a história, foi a extraordinária combinação da côr branca com as faixas em tons de azul e vermelho. Mas as excepções existem e foi pela substituição da côr base branca dos modelos pelo vermelho, que se fez a maior distinção.

E através dos fabricantes Slot.It e Fly, conseguimos parte desses registos da história do desporto motorizado mundial, com o primeiro a trazer-nos os Alfa Romeo 155 V6 Ti à ribalta e o segundo, esses fantásticos Lancia Rally 037.

Modelos/Versões, menos vistos

O fabricante Gom teve um percurso relativamente curto, mas suficiente para nos ter deixado um legado de inegável valôr.

O seu Alfa GTV terá por ventura sido, das suas mais interessantes criações, tanto pela novidade, como pelas suas caracteristicas dinâmicas depois de trabalhado, tendo em consideração que se trata de um modelo clássico. 

O Porsche Kremer CK5, modelo criado para ser integrado no novo regulamento de "Grupo C", não terá sido aproveitado pelos fabricantes de slot car, à excepção da Fly, que deitou mão a esta pouco vista criação. 

E curiosamente, é uma destas versões que nos proporciona uma rara decoração "Gulf" sem que se tivesse recorrido às vulgares côres azul e laranja.

Também foi a Fly que nos trouxe o invulgar Lancia 037 da "Martini", mas com uma base vermelha. Habitualmente brancos, esta invulgar versão mostra-nos parte da historia da evolução do modelo, quando em testes.

A Avant Slot, reproduziu o Subaru de Ken Block, um modelo que rapidamente desapareceu do mercado, razão pela qual pouco o teremos visto na prática da modalidade, muito provavelmente por ter assumido lugar especial por entre as estantes de coleccionadores.

Da Slot.It, dou preferência a duas versões do seu Alfa Romeo 33/3, dado cada um deles possuir caracteristicas que os distinguem das demais edições. 

A primeira, referente ao capô traseiro da versão participante no campeonato Can-Am, que contempla as grelhas unicas na secção traseira, com o capo a proporcionar a sua integração. 

A segunda caracteristica distintiva, prende-se com a utilizacao de faróis,  algo pouco comum neste modelo.

Da Falcon, outro dos fabricantes de efémera existência, trago os bonitos Porsche 944 participantes em Le Mans sob o patrocinio da "Boss" e que muito provavelmente terão visto raramente as pistas no capítulo da competição. Outro dos casos que não estranharei, se tiverem maioritariamente integrado as estantes dos coleccionadores.

Uma preciosidade para o mundo dos Slot Cars - Alfa Romeo Giulia GT

O Alfa Romeo Giulia GT 1300, deu origem ao mais extraordinário modelo de turismo de grupo 2, que nas suas sucessivas evoluções acabaria por chegar ao seu topo de competição com a designação de Alfa Romeo 2000 GTAmérica. Acumulou sucessos e também desaires, sobretudo com os seus rivais tanto da Ford como da BMW, mas a sua história ficou marcada por esta singular linha de fluidez da sua carroçaria, que jamais nos poderíamos esquecer.

Os fabricantes de modelos de slot não desperdiçaram a oportunidade para marcar terreno com a sua edição. E foram vários os que apostaram nesta gloriosa máquina que encheu circuitos com imagens de fazer sonhar para a eternidade.

A Team Slot terá sido das primeiras a fazer recair a sua atenção sobre esta verdadeira preciosidade do desporto motorizado automóvel. No entanto, muito infiel às suas linhas, proporções e escala, teve o condão de proporcionar agradáveis desempenhos em pista, a par se ter tornado no primeiro destes exemplares com o qual se pôde brincar a sério.

A decoração escolhida não poderia ter sido melhor, mas erros grosseiros, onde se inclui por exemplo a infiel reprodução das jantes, muito deitaram a perder.

A AutoArt mostrou-nos como é possível oferecer aos clientes extraordinárias peças. Não fosse o tampão do depósito de gasolina ter sido incluído na côr preta e estaríamos certamente a lidar com o modelo exemplarmente perfeito. Dotado de um sistema mecânico também ele perfeito no que concerne ao extraordinário desempenho de todos os órgãos, peca pela aposta num conceito que acaba por deitar tudo a perder. Pouco eficaz no seu dinamismo quando comparado com criações de outros fabricantes, acaba por deixar um ténue amargo de boca quando posto em pista.

Muito recentemente, também esta preciosidade não escaparia às criações da Revoslot. Estamos já a lidar com "vinho de outra pipa". Representando verdadeiramente a carroçaria da primeira geração, onde constam os piscas verticais na extremidade da sua grelha frontal, neste caso poderemos apontar alguns detalhes menos agradáveis existentes na carroçaria ou rodas, mas que ficam absolutamente obscurecidos pela opção do seu conceito mecânico muito mais vanguardista. Recorrendo a um conjunto de duas peças metálicas, o seu chassis conta ainda com a opção de um motor de caixa pequena posicionado de forma angular. Uma receita para o sucesso, aliada a uma carroçaria que não desmerece também ela, alguns elogios.

A Fly foi também dos primeiros a fazer-nos chegar esta máquina transalpina, com a mais valia de recriarem além deste primoroso Grupo 2, a mais civilizada versão de Grupo 1, desprovida de alargamentos e enriquecida com a inclusão de pára-choques. Duas surpreendentes peças de colecção conseguidas pela finura de representação de todos os pormenores, mas que para além de se encontrarem fora de escala, contam também com opções dinâmicas de bradar aos céus. Com a finalidade de os aproximar o mais possível da realidade, optar-se-ía pela inclusão do motor frontalmente, com recurso a um veio de transmissão para a cremalheira que se encontra no eixo traseiro. A sua duvidosa eficácia padece ainda, de equipamento de maior qualidade tanto ao nível do seu pinhão como da sua cremalheira.

Duas preciosas referências do fabricante espanhol, mas que em nada servem os intentos da modalidade.

Na imagem de cima observa-se mais à esquerda a criação da Team Slot, onde se torna notório o exagero das suas dimensões, tanto no que concerne à sua largura como comprimento, o mesmo acontecendo com as versões da Fly. Já os dois mais à sua direita, da AutoArt e Revoslot respectivamente, encontram-se bastante próximos entre si e da realidade.

Abaixo são mostrados os chassis destas três máquinas, onde se percebem substanciais diferenças entre os seus conceitos mecânicos.

AutoArt e Revoslot acabam por superiorizar-se pelo meu ponto de vista, por obedecerem sobretudo à escala, mas também o primeiro pela qualidade da sua reprodução e o segundo pela capacidade dinâmica que o sobrepõe aos demais.

Carroçarias que representam anos diferentes, acabam por favorecer a natural evolução a que os modelos se encontram sempre sujeitos. E nós amantes destas pérolas, maravilhamo-nos com isso.

Sobretudo na secção dianteira, fica marcada a distinta representação entre as primeiras e as últimas séries deste fantástico Alfa Romeo, onde a versão "scalino ", no caso do da Revoslot, se encontra marcada pelo "degrau" existente entre o capô e a frente.

E para a pista, comprova-se não só pela aposta que a Revoslot fez nos seus chassis, mas também na menor altura de todo o conjunto, que este se torna uma máquina imbatível entre todos os representantes do modelo.

Umas jantes mais pequenas e mais pneu, também não lhe teriam ficado nada mal...

O gigante acordou - Fly

O gigante, acordou.

Recuperando o espírito que chegou a ter, a Fly prepara-se para retomar o espírito competitivo, através de uma nova linha de modelos especificamente desenvolvidos com o fim competitivo.

Para tal, divulga uma nota nesse sentido e que passamos a transcrever.

"Trabalhando na gama Sport. Iniciaremos em breve campeonatos FLY PROCAR SPORT em diversos países e apoiaremos quaisquer iniciativas que queiram realizar relativamente a campeonatos mono-marca com material sport e igualdade mecânica. Procuramos que a diversão seja o principal motivo para a competição, com custos contidos e sem regulamentos complexos. Continuaremos a dar informações"

E cria-se assim uma luz ao fundo do túnel, apesar de se encontrar em clara perda a aposta dos praticantes, nesta escala 1/32.

Hesketh 308 "Warsteiner" - Fly

Pelas produções Fly, chegou já ao mercado mais uma versão do bonito Formula 1, o Hesketh 308 pilotado por Harald Ertl no Grande Prémio da Alemanha no ano de 1975.

Patrocinado e vestido pelas côres das cervejas "Warsteiner", não passará despercebido certamente, pela natural beleza que emana, associado há esbelta linha que ostenta.

Trata-se no fundo, de mais uma obra-de-arte a juntar às anteriores criações deste fabricante, no que respeita à escolha feita da edição dos modelos que representam as melhores épocas do mundial de Formula 1, quando nos referimos a belos modelos dessa categoria do desporto motorizado.

Mantendo a mesma filosofia mecânica dos anteriores modelos, Lotus 78, Williams FW07, March 761 e Brabham BT 44, não poderemos pois contar com eles enquanto modelos absolutamente competitivos, reservando-se-lhes um papel mais domingueiro e para uns entretens mais caseiros.

E há imagem do acontecido anteriormente com o Brabham BT 44, também o chassis deste Hesketh foi herdado do March 761, mas que curiosamente acabou por se vêr modificado de forma a não interferir com o formato arredondado dos pontões laterais. assumindo uma forma mais triangular.

Mas existe algo mais em comum, entre estas duas preciosidades da década de 70 do passado século. Aqui também, tanto as jantes traseiras como as frontais, acabariam por chegar através do mesmo March, o que acaba por constituir um erro, apesar da extrema semelhança entre ambas, no mundo real.

A existência de um curioso apêndice frontal, será talvez um dos aspectos mais identificativos deste modelo.

Quanto aos chassis, o March serve de base a três modelos, tendo o Williams e o Lotus ficado de fora desta opção.

Mas se o Hesketh retoma o nome da marca original deste fabricante, a Fly, os restantes vão repartindo os nomes de Flyslot e Slotwings, no que parece ser uma baralhada que em nada agradará aos coleccionadores, na hora de catalogar os modelos deste fabricante.