sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A pente fino - Comparativo

A produção actual de modelos de Slot, atingiu um invejável patamar de perfeição, valendo-se das mais recentes tecnologias, para as mais perfeitas reproduções.
Contudo, factores existem que vão por vezes marcando inúmeras diferenças, apenas capazes de ser detectadas através de uma cuidada leitura comparativa. Factores humanos e contenção de custos, podem ser dois dos preponderantes factores a marcar algumas das mais significativas diferenças.
Analisaremos hoje, dois modelos de excelente reprodução, um com o selo da Carrera e o outro da SCX.
 O modelo, a mais recente criação da BMW para os campeonatos GT2, o M3 Evolução 92. Curiosamente, os dois fabricantes editaram exactamente o mesmo modelo da mesma e exacta participação.
E nestas duas primeiras imagens, poderemos desde já identificar algumas das subtis diferenças entre ambos e compará-los com a realidade.
Assim, verificamos que o formato dos faróis, sendo sobre o esguio, assemelham-se muito mais à reprodução espanhola. Mas este fabricante, esqueceu-se de pintar de negro o centro das grelhas, deixando-os na cor prata, pormenor onde o rival está melhor. Pode verificar-se ainda que a faixa branca do pára-brisas também se encontra menos correcta do que no modelo da Carrera. Também a simbologia do corta-corrente está contemplada no modelo alemão, ainda que incorrectamente representado, mas poderemos detectar a falha do lado esquerdo do número, do logótipo das "Le Mans Series".


 As setas indicadoras dos fechos de segurança no capôt-motor, não existem no BMW da Carrera, apesar destes demonstrarem uma representação mais cuidada. Outro aspecto muito melhor conseguido, está na pintura das faixas da marca, onde o cuidado do construtor alemão sobressai.


 As bocas de saída de ar do motor na parte superior do capôt-motor, parecem-me melhor interpretadas pela SCX, apesar de identificar incorrecções em ambos. O tejadilho, preto, surge em preto brilhante no carro espanhol e baço na produção Carrera. Este último, está incompreensivelmente incorrecto.

 Em cima, à esquerda o modelo Carrera e à direita, o SCX. As proporções dos logótipos surgidos na zona frontal, foram muito melhor conseguidos pelos nossos vizinhos. Talvez a cor azul da "NEC" e "ESCORT" se encontrem excessivamente claros, mas proporcionados e bem colocados. Também a forma das duas grelhas frontais, enontram-se demasiado separadas no modelo Carrera.
 Ao nível da reprodução das jantes, a SCX está francamente mal, isto pelo aproveitamento das mesma que equiparam já os modelos SEAT que este fabricante editou anteriormente. Aqui a Carrera prima e faz de facto uma substancialmente diferença, beneficiando ainda o conjunto através de uma razoável reprodução dos discos dos travões. Pena no entanto a reprodução dos pneus com excesso de borracha a não deixar transparecer tratar-se de um pneu de perfil baixo.

 No pormenor dos guarda-lama frontais, uma vez mais o SCX surge dotado de excelente reprodução das grelhas de arejamento, muito mais fieis e condizentes com a realidade. Mas em ambos, falta o complemento "M3" existente no friso da saída de ar superior (era pedir de mais, não era?). Também neste ângulo se nota a falta do mesmo logótipo que já faltava no capôt-motor, no modelo da Carrera. Note-se ainda que em ambos foi feita a opção da cor vermelha em detrimento do laranja, no logótipo "GT2".




 Na traseira, o que mais nos ressalta, é a largura das faixas oficiais da marca. Muito estreitas no modelo Carrera e muito largas no SCX, talvez o meio termo correspondesse mais fielmente à realidade. Se prestarmos atenção à largura do Stop suplementar existente na zona central da tampa da mala, verificamos que as faixas deveriam ser apenas um tudo nada mais largas.
Mas há um subtil pormenor nestas faixas, em que o modelo espanhol não falhou. Se atentarmos à largura de cada uma das cores, verifica-se que a faixa central em azul escuro, é mais estreita que as outras duas. A SCX não deixou passar em claro esta extraordinária subtileza. Também o Nº92 que aqui surge, está excessivamente pequeno no BMW alemão.
Também o fino Stop suplementar, está mais escalado na produção SCX.
 A pala interior para o óculo traseiro deveria ser branca, à semelhança de todo o interior, mas em ambos foi substituído pela cor preta.
 Nos dois, a pala do sol do óculo traseiro está mal representada, já que não deveria acompanhar a curvatura do limite superior do mesmo, mas sim, seguir quase uma linha recta.

 A grelha de escoamento de ar situada à retaguarda dos guarda-lama traseiros, assim como as representações publicitarias que nessa zona surgem, encontram-se com incorrecto tratamento por parte da Carrera. O aspecto alongado representado pela SCX, proporciona uma interpretação quase perfeita. Os pilares de suporte do aileron no BMW espanhol, apresentam também alguma fidelidade, sobretudo quando comparado com o mesmo órgão do modelo rival. No entanto as derivas verticais do aileron no modelo Carrera, acabam por estar melhor uma vez que surge algum pormenor, aspecto profundamente descurado pelo fabricante seu rival.

 Em baixo, repare-se nos pormenores dos ailerons e dos logótipos.

 Lateralmente, outros pormenores surgem com diversa interpretação. Em cima, o modelo SCX mostra-nos um desenho dos escapes e respectiva protecção exterior, razoavelmente representada. Houve ainda o cuidado de nos mostrar um bem desenhado tampão do combustível. Mas muito mal surgem as tomadas de ar aqui existentes, em que a simulação das mesmas, surge ridícula. Também os nomes dos pilotos se encontram algo exagerados em tamanho, neste modelo.
 O pormenor da seta no puxador, falha em ambos.
 O modelo da Carrera mostra-nos uma incorrecta protecção dos escapes em que esta foi prolongada até ao limite da cava das rodas, um tampão de combustível mal desenhado, mas, pelo menos uma das tomas de ar, muito mais fiel. Mas não se compreende afinal, porque é que este fabricante nos oferece uma tomada de ar bastante próxima da realidade e a outra, o que se pode ver.
Como nota final, devo frisar que ambos se encontram com qualidade considerável e muito interessantes. Retalhados como aqui o fiz, confesso que o meu amor vai para o modelo SCX, pelo facto de na grande maioria dos pormenores, corresponder mais às minhas expectativas. Pena o pormenor das jantes, aspecto que normalmente acaba por definir as minhas opções, onde falha redondamente e ao déficite de qualidade dos seus acabamentos, onde a pintura nos mostra algumas imperfeições. Quanto ao modelo Carrera, oferece-nos um modelo de excelência no que aos acabamentos diz respeito e uma reprodução das jantes, de encantar. Pena, a quantidade de falhas que fomos conseguindo somar.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Bela reprodução

E se uns há que falham redondamente, outros existem que nos proporcionam excelência.
Assim acontece com outro 550, agora numa produção da Revell.
O modelo que protagonizou a histórica peripécia que foi a passagem inextremis pelas barreiras duma passagem de nível, onde piloto e co-piloto tiveram que se baixar dentro do carro para não serem decapitados pela barreira, na edição de 1954 da também famosa prova, "Mille Miglia", foi objecto de atenção por parte deste fabricante.
Com base no 550 da Porsche, surge esta versão muito bem conseguida, numa reprodução deste histórico modelo da marca alemã.
Na traseira deste 550, um distinto grupo óptico a marcar a diferença relativamente ao modelo editado pela Ninco, mas com a ressalva de que apresenta uma excelente reprodução, à semelhança do que acontece também na zona frontal do mesmo modelo.
Assim sim, um excelente trabalho a comemorar esta participação.

Parabéns Revell, que assim conseguem mostrar como se deve fazer, quando existe seriedade naquilo que fazemos.
Com a mesma base, ainda reproduziu este fabricante o mesmo modelo participante em Le Mans.

Perfeitos disparates - Porsche 550

Esta é uma das interessantes edições da Ninco.
Pena, a pouca correspondência entre a edição à escala e a realidade.
 Este automóvel participou na 5ª edição da mítica "Carrera Panamericana", em 1954. Trata-se de uma das versões do 550 da Porsche, numa das suas várias versões, no caso, um 550-1500 RS Spyder, um 1500 de 110cv às 6200 rpm e um peso de 590 Kg, capaz de atinguir a incrível velocidade de 220 K/h.
 Se ao nível da frente os defeitos ou as diferenças até pudesse passar despercebido aos menos atentos, onde por exemplo a posição dos faróis é muito mais vertical do que aquilo que nos surge na réplica, ou a colocação dos piscas que nada têm a ver com a realidade, ou a inexistência das tomadas de ar para os travões, ou um capôt da frente que deveria prolongar-se até à tomada de ar do radiador, ou .......


 ...... na sua traseira, entre uma coisa e a outra, vão se lá descobrir as semelhanças....
Uma traseira onde as extremidades dos guarda-lama surgem muito mergulhantes no mini-modelo, subverte na totalidade a semelhança com o original modelo. Aqui surge a representação da comum carroçaria do 550 alemão, mas o modelo participante na famosa corrida era muito diferente. Desaparecem os pilotos redondos traseiros, para dar lugar a dois rectangulares de cada lado, acima da matrícula existem duas grelhas simétricas e as duas mais acima encontram-se integradas num pequeno capôt-motor, independente da totalidade do capôt traseiro, como acontece na representação da Ninco. As grelhas existentes lateralmente e  de acordo com o inicial 550, não têm lugar.
 Enfim, mais uma das indesejadas reproduções, que nunca deveriam ter tido lugar em catálogos de fabricantes.
 Bonito e inicialmente interessante, acaba por tornar-se mais um Flop do nosso mundo dos carrinhos de pista.......

Um Speedster do coração

 A Ninco editou à já alguns anos um curioso Speedster, a versão racing cabriolet do convencional 356-A da marca Porsche. Atribuiu-lhe a referência 50237.
 Nesta sua versão civil, a única de que tenho conhecimento, a curiosidade provém uma vez mais da matrícula.
 Felizmente esta e neste caso, não arrasta atrás de si qualquer tipo de depreciação, bem pelo contrário, deixa-nos um certo orgulho, pois afinal trata-se de uma identificação bem nacional.
 Uma matrícula portuguesa num modelo civil, não deixa de ser uma curiosidade engraçada .....

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Uma obra de arte, .... desvalorizada...

A Audi veio revolucionar o Mundial de Ralis, com a introdução do seu "Tank" Audi Quattro.
A este modelo se deve o declíneo de fantásticos modelos que militavam nesse mesmo campeonato, como são os casos do Renault 5 Turbo e o Lancia 037. Todas as tecnologias até então exploradas pela concorrência caíram por terra, através do novo conceito introduzido pela Audi e que consistia na introdução da tracção integral associada a uma extraordinária potência que o seu fantástico motor debitava.



 Por intermédio do fabricante Fly, tivemos o privilégio de poder usufruir dessa extraordinária réplica para o nosso hobby.
No caso, o modelo conduzido por Hannu Mikola e secundado por Arne Hertz no rali dos 1000 Lagos.
De soberba maqueta, acaba por surpreender pelo todo.
Tendo o fabricante recorrido a um posicionamento central do seu motor de caixa curta e em posição longitudinal e recorrendo ao acrescento do veio para a frente através de mola, conseguiram criar sem grande custo a respectiva tracção ao eixo anterior, dotando-o assim à característica tracção total, à imagem do modelo inspirador.
No seu interior, um detalhe impressionante apesar da colocação do motor eléctrico. Mesmo depois do modelo desmontado, custa perceber como foi possível a criação detalhada de todo o conjunto.
Alguns pormenores não são de estranhar neste fabricante, mas fica a certeza de que a adaptação de todos os pormenores, é mesmo obra de grande engenharia.
Como se não bastasse, proporcionam-nos ainda a existência de um patilhão basculante, em mais uma prova de grande empenho e desenvolvimento desta autêntica preciosidade.
E se quanto à criação de um extraordinário modelo de colecção estamos conversados, já no capítulo da funcionalidade para que é destinado, talvez tenha marcado em absoluto o seu descalabro o fraco desempenho definido pelos materiais de que foi equipado. Pinhões de plástico e um conjunto sem flexibilidade ao nível dos eixos, talvez tenha marcado o abandono por parte dos praticantes.
E num modelo que parecia ter tudo para o êxito, surge um modelo de todo, desvalorizado.....

M3 - E30 - Autoart

Depois do artigo aqui postado e que versava os "M3 no Slot", eis que através do nosso praticante Pedro Correia, nos chega a notícia de que também a "Autoart" deitou mãos-à-obra e reproduziu este belo exemplar do E30 do M3.

Que dizer?
Parece simplesmente fantástico.
 Estará ao nível do Fly?
Talvez em alguns aspectos até o supere e onde não restarão grandes dúvidas, será no capítulo dinâmico.

Trata-se do modelo de 1991 guiado por J. Cecotto e....... estou ansioso pela sua chegada.....