quarta-feira, 6 de julho de 2011

Volkswagen Carocha - Um pouco de história

A Volkswagen conseguiu através do modelo "carocha", atingir um patamar de notoriedade de que ainda hoje se pode gabar de usufruir.
Histórico modelo da marca, teve no entanto um difícil período de vida, onde através de inúmeras metamorfoses, acabou por servir diversos fins.
Com inicial nome de baptismo KDF, este modelo nascido da genealidade de Ferdinand Porsche sob imposição de Adolf Hitler que se munia assim de argumentos para impor o seu nacionalismo, viu-se rebaptizado como Volkswagen, pois este muito mais popular nome não mais quer mais dizer do que "carro do povo" pela junção das duas palavras germânicas, volks (povo) com wagen (carro).
 A bonita ideia de que todo o alemão iria ter um destes meios de transporte depressa se desvaneceu, pois foi imperioso que a máquina militar reconvertesse toda a linha de montagem para fins estritamente militares.
E da bonita ideia do carro do povo, nasceram modelos de todo o tipo para servir os interesses do ditador.
 A guerra no norte de África obrigou a que os modelos para ali destacados estivessem capazes de vencer as areias dos desertos, tendo sido transformados em modelos de tracção total e com uma altura ao solo substancialmente elevada. As cores eram também a condizer, de modo a que a camuflagem funcionasse.
Mas houve um período em que a Alemanha sofreu o embargo de combustível e com isso, a engenharia alemã viu-se na contingência de arranjar alternativas para que o parque automóvel não parasse. A solução passou por dotar estes modelos de uma caldeira na parte da frente, onde por queima de carvão se fazia a extracção de gás que era encaminhado directamente para o motor e que servia este, como combustível. Também aqui é possível ver-se dois desses modelos. Claro que o pneu suplente se viu obrigado a ocupar outro lugar.
 Mas muita da sua linha se viu transformada quase em absoluto. Sendo nestes modelos possível manter toda a mecânica agregada ao chassis, uma nova solução apontou para a sua transformação em verdadeiros modelos todo-o-terreno, através da junção de uma nova carroçaria muito mais apta para fins militarizados. Nascia assim o Kubelwagen, um modelo multiserviços que se viu também adaptado a inúmeras funcionalidades.
Com uma produção de 50.435 modelos, foi produzido entre 1940 e 1945. Inicialmente encontravam-se equipados com um motor de 985 cc e 23 hp e mais tarde veria este ser substituído por um de 1.131 cc e 25 hp.
 E de todas essas transformações, o Schwimmwagen foi talvez a mais curiosa, com uma produção de 15.000 unidades entre 1942 e 1944. Com 1.131cc e 25 hp às 3.000 rpm, cumpria com os objectivos para o qual havia nascido e que afinal passavam por ser um modelo amfíbio cujos cursos de água deixavam de ser obstáculo.
Mas o modelo cujas linhas fazem lembrar uma carocha, mantinha a sua existência apesar da continuidade de um percurso digno de um verdadeiro ser em permanente mutação.
Desde ambulância, a modelo dos correios (reichspost) ou transportador de material militar,através duma imensa caixa na sua traseira, lá foi servindo sempre os imperiosos interesses militares.
Através de uma grande caixa na capota que permitia aumentar o volume interior e pela perda do banco da frente ao lado do condutor, num formato muito menos radical que o anterior, permitia a introdução de uma maca e servir dessa forma também, de ambulância.
Anos mais tarde, a polícia alemã servia-se destes modelos como veículo de intervenção. Para aumento da sua funcionalidade, era usada uma versão cabriolet de produção Hebmüler em que as portas desapareceram dando lugar a lonas ou cordas. Curioso foi ver também o exército americano a adoptar este mesmo modelo nas suas fileiras.
Passado esse difícil e conturbado período da história mundial, um general inglês tomou as rédeas da marca fazendo renascer das cinzas este emblemático modelo alemão.
Nasciam modelos cabriolet pelas mãos de Redclif, Hebmüler e Karmann Ghia, vindo este último a ser o dominador destas versões dentro da marca.
Muitas evoluções ao longo dos anos se foram sucedendo, culminando com a versão 1303S que apesar de um motor de 1.600 cc e muitas transformações, mantém a sua básica configuração tanto mecânica como estética.
Pelo caminho surgiram ainda pela mão de Karmann Ghia, versões com uma carroçaria substancialmente diferente, tratando-se de um coupé ou cabriolet de linha muito baixa.
Também um jeep mais moderno e que viria a receber a designação de Volkswagen 181 foi produzido, com uma carroçaria totalmente em fibra.
De forma sucinta, aqui fica a evolução de um dos mais extraordinários modelos de sempre.

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