O Jaguar E Type, é daqueles modelos que exibe um ímpar esplendor. Linhas esbeltas e detentor dum requinte que só os britânicos nos sabem proporcionar, marcou a minha juventude e continua ainda hoje a encantar os mais jovens apreciadores da arte sobre rodas.
Este modelo completou este ano, o seu 50º aniversário. A Ninco não quis deixar passar em claro o acontecimento, inserindo-o na sua linha de referências, o que nós, amantes do mundo automóvel e sobretudo do mundo do Slot, muito agradecemos.
E é justamente numa edição comemorativa dos seus 50 anos, que é editada a primeira referência deste Jaguar E Type, na bonita cor vermelha.
De linha muito bem reproduzida, onde desta vez este fabricante não olhou tanto às melhores cotas para a pista à escala 1/32, acabando dessa forma por deformar as proporções dos modelos, conseguindo dessa maneira exibir este belo Jaguar, pleno de bom gosto.
Louva-se também a continuidade na aposta dos cromados, que embora não sendo tantos quantos os desejáveis, pelo menos contempla um bom par que se considera fundamentais. Pára-choques, retrovisores, escapes, limpa-pára-brisas na quantidade de 3, tal como o original e jantes raiadas, detentores daquele brilho só possível pela cromagem, transmitem uma imagem de verdadeira agradabilidade.
Pena foi a não inclusão do aro exterior dos faróis, recorrendo-se aqui, tal como nos frisos das janelas e pára-brisas, à menos agradável cor prateada. O que não faz mesmo sentido, é a inclusão de um piloto equipado de capacete, já que tratando-se de um coupé civil, acaba por se transformar num verdadeiro contra censo.
Embora de ponteiras de escape capazes de ofuscar, o óculo traseiro viu-se privado até da simulação do seu friso cromado. Mas se não me engano, a matrícula, é portuguesa......
Mas olhado pelos seus diversos ângulos, não restam dúvidas de que estamos perante um modelo muito bem conseguido e difícil de lhe resistirmos.
Mecânicamente, será talvez a parte menos convincente de todo o conjunto. Já em anteriores artigos, tivemos oportunidade de ir alertando para uma qualquer transformação pela qual a Ninco estará a passar. Uma delas já aqui se mencionou pela positiva, ao alinharem pela aposta numa boa reprodução da carroçaria, fugindo das proporções que desfiguram os modelos, sob pretexto de aumento de rendimento dinâmico das máquinas. A segunda e que me parece de vantagem muito duvidosa, passa pela posição do motor na zona frontal do modelo, vendo-se para além duma desfavorável distribuição de pesos, obrigados a recorrer à solução de "cardan" que permite a transmissão ao eixo de trás.
A reprodução do farol frontal, parece também de solução pouco conseguida, pois passa por plástico cromado, com uma espécie de espiral a proporcionar vários níveis.
E a Ninco encontra apenas um rival, se bem que pouco.
A Scalextric/SCX, em devido tempo fez a produção deste mesmo modelo no ano de 1968, chegando uns anos mais tarde, já em 1994 a fazer a sua reedição na sua série "Vintage", fazendo-se acompanhar de um certificado comprovativo.
De linha menos nobre do que o do agora chegado, é contudo de realçar a época em que este tomou lugar no mundo do Slot.
Assim comparados, parece até que as diferenças se ficam por pequenos pormenores, como a reprodução das jantes e mais uns quantos pormenores. No entanto, é de facto bem mais vasta.
Assim observados, somos tentados a manter a opinião de que poucas diferenças haverão.
Assim, já verificamos uma abertura da grelha frontal algo desproporcionada no modelo da SCX e uma traseira mais estreita e alta no mesmo modelo, o que de algum modo, descaracteriza a pureza destas magníficas linhas. O requinte com que são abordados os pormenores como piscas, escapes, os próprios pára-choques, os retrovisores e limpa-pára-brisas, vão marcando também significativamente, a diferença entre ambos.
O Jaguar verde correspondente à produção SCX que embora cumpra quase na perfeição o comprimento, mostra-se significativamente mais estreito.
Quanto às cotas relativas à distância entre eixos, aqui existe uma igualdade.
Mas a Ninco em paralelo com esta versão comemorativa dos 50 anos deste modelo, edita também um segundo, este de competição, ao qual atribuem como correspondendo a uma participação em Sebring. Dotado de jantes que equiparam já o Porsche 356 e às quais acrescentaram a porca central em formato de estrela, conseguem de certa forma, ludibriar-nos. Contudo, o que me parece verdadeiramente errado, é não encontrar qualquer correspondência entre esta edição e a realidade, para além da aposta na mesma decoração. O modelo real, é um cabriolet equipado de hardtop, verdadeiramente desprovido de tudo quanto são apêndices. Nem retrovisores, nem pára-choques, nem, ..... enfim, erros pegados....até o Nº23 passou a chamar-se agora, ....32.....
Esta, sinceramente, não percebo.........
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