terça-feira, 14 de abril de 2020

Em tempo de regresso da Formula 1?

 A Flyslot disponibilizou já uma interessante gama de modelos de Formula 1 da década de 70/80, mas que pouco tem interessado, para além daqueles que vêem estes como puros objectos coleccionáveis. E da marca Williams foram já três as variantes chegadas, apesar de dois deles serem o mesmo modelo mas de anos diferentes. Foram editados o modelo FW07 em duas variantes e o FW08C.
Do modelo FW07, o referente à época de 1979 contempla umas derivas verticais nos seus flancos que sobressaem bastante já perto das rodas traseiras, enquanto a versão de 1980, acabaria por dispensar estas derivas, mostrando uns flancos muito mais aligeirados. Mecânicamente, optou-se nestes modelos por um micro-motor em posição angulada, fazendo-se depois a tracção ao eixo posterior por intermédio de desmultiplicações feitas por cremalheiras de pequena dimensão, de que se colhe a vantagem de não deformar as carroçarias com as vulgares e habituais cremalheiras de grande dimensão, mas que se perde pela fragilidade desta concepção. Um sistema muito parecido com a opção assumida pela Policar também para os seus Formula 1, mas ao invés, aqui mostra-se duma fragilidade extrema, razão, presumo eu, pela qual acabariam por não vingar enquanto modelos dinâmicos.

 Quanto à versão FW08C aqui mostrada, trata-se da versão dos testes com que Ayrton Senna se estreou na marca, ainda que nesta época não tivesse passado disso mesmo, um teste sem que viesse a assentar arraiais na Williams.
 E como em toda a gama de F1 deste fabricante, também aqui houve direito a ter-se umas rodas direccionais, através do movimento do patilhão.
Pena esta categoria ter assistido na longínqua década de 70 aos seus tempos áureos dentro da modalidade slot car e nunca mais terem os modelos de F1 conseguido atrair tantas emoções.
 Não eram muitos os modelos existentes, mas graças à Scalextric/SCX e aos seus F1, as emoções eram vividas com a mesma intensidade com que hoje vivemos a melhor das categorias dos slot car.
 As motorizações disponíveis eram apenas uma e embora nem fossem sequer gritantemente velozes, eram capazes de nos oferecer emoções à flor da pele, em disputadíssimas lutas entre os Brabham, Ferrari, Tyrrell, Ligier ou Lotus.
 A variedade ficava-se por aqui e as decorações eram sempre as mesmas, variando as côres das carroçarias apenas.
 O mesmo se dirá das relações, pois acessórios de substituição eram escassos e quando havia, eram as mesmas que equipavam os modelos de série.
 Os pneus duravam uma vida e os motores também. A diferença fazia-se num ou noutro pormenor de afinação, quantas vezes recorrendo-se a pequenas batotas e a restante diferença era feita pelo dedo de cada um, já que nem dos punhos se colhia vantagem.
   Mas deixaram imensa saudade aquelas corridas em pistas que nos pareciam imensas, mas que cairiam certamente hoje no ridículo quando comparadas com  muitas pistas caseiras que se vão hoje vendo um pouco por todo o lado.
Mas ficam esses tempos para a história, enquanto continuamos a perceber a imensa dificuldade com que esta categoria consegue fazer o seu regresso em pleno.
A NSR tem agora nas mãos uma flor que poderá dentro em breve dar os seus frutos, mas existe um segundo projecto assumido pela Slot.It. Vamos ver se será desta que assistiremos ao regresso dos saudosos Formula 1, já que o projecto Policar parece incompreensivel e assumidamente falhado.

Sem comentários:

Enviar um comentário