quinta-feira, 23 de abril de 2020

Bater na ceguinha

 Se a Slot.It é uma marca que assumiu um esplendoroso êxito com as suas produções de modelos da categoria Grupo C, apostas tem feito que parecem não ter atingido as expectativas para que tudo poderia apontar.
A categoria dos DTM (Slot.It) e dos Formula 1 clássicos (Policar) em que se aventurou, a par da mais estranha categoria dos LMP (também Slot.It), não terão resultado no despertar do mesmo interesse por entre os adeptos praticantes da modalidade.
Segundo parece, o desinteresse advém da menor velocidade de que os modelos de cada uma destas categorias se encontra dotado. Se os modelos do DTM, uma categoria recheada já de belíssimos modelos, poderá com facilidade vêr melhorado esse "problema", pois admitem motores do mesmo formato mas mais potentes, ou pela substituição do próprio berço e da adopção de motores de caixa grande mais potentes ainda, nos Formula 1, parece um problema insolúvel. Isto porque, a opção assumida pela Policar de os dotar de "micro-motores" complica essa situação. Não havendo aqui alternativas, será obrigatória a manutenção dos motores de série, com todas as suas limitações. Mas temos ainda o paradigma dos LMP. Neste caso mais estranha a situação nos parece, pela proximidade de características que reúnem com os modelos de Grupo C. Ora bem, neste caso, estes modelos encontram-se impossibilitados de incorporar motores em posição anglewinder, muito por culpa das formas das carroçarias dos protótipos actuais. Se a isto se somar a tremenda concorrência gerada por modelos de variadíssima origem e dos regulamentos que permitem a adopção de chassis oriundos de variados fabricos, acabamos por perceber o porquê da maioria das criações da Slot.It se vêr relegada  quase em exclusividade para as colecções, em detrimento da competição.
Para mim, nenhuma das opções originais do fabricante compromete o interesse de cada um e tive já oportunidade de participar em campeonatos com exemplares de cada uma das categorias e em nenhum dos casos terão gorado as "minhas" expectativas. Se as rectas forem excessivamente grandes, poderá notar-se algum défice nesse particular, tanto nos DTM como nos F1, mas sendo um factor de igualdade entre todos, não me parece que seja um problema. E por experiência, tanto os DTM como os Formula 1 considerei-os uma delícia. É certo que os DTM se encontravam melhorados pela opção extra da montagem de suspensões, assim como os LMP, mas os F1 eram modelos totalmente de série, mostrando-se igualmente duma surpreendente agradabilidade. Notava-se alguma diferença entre os Lotus 72 e os March 701, mas a Policar teve o cuidado de rectificar uma cota que poderia ser determinante.
 Lançado o terceiro exemplar dos March, aproveitaria a Policar para aumentar a distância entre o eixo traseiro e o patilhão, tornando-a igual à do antecessor Lotus 72.
Em baixo, percebe-se o avanço conseguido entre as duas primeiras versões e as duas últimas criações do 701.

 Passaram assim, com o desaparecimento dessa diferença, a estar no mesmo patamar de igualdade ao nível de cotas, fazendo-se apenas e exclusivamente a diferença entre os dois modelos, pelas diferenças acontecidas pelas formas das duas carroçarias e respectiva distribuição de pesos.
 Estão então criadas condições para as diferenças existentes entre os dois modelos se esbaterem. Não se percebe o tremendo desinteresse e até repulsa que se tem vivido e sentido relativamente a estas preciosidades. Já com um panorama disponível de diversas versões e decorações de entre os Lotus e os March, ao que dentro em breve se acrescerá a chegada do Ferrari B2, é expectante que se encontre para breve o virar da página relativamente a estes preciosos clássicos.
O mesmo se tem constactado com os deliciosos DTM, que contando já com uma vasta gama de modelos Alfa Romeo e Opel Calibra, ao que se juntaram já duas novas versões do interessantíssimo Mercedes 190E, por birra ou teimosia, continuam amorfos em termos de competição. O que faltará a estas pérolas, para que se tornem vivos no despertar da importante adrenalina que assola os praticantes?
Difícil de perceber, pois potencialmente, reúnem todos os argumentos válidos para preencher a fórmula do êxito.
 A linhagem dos Alfa Romeo 155 encontra-se enriquecidíssima com carroçarias substancialmente modificadas e onde existem até algumas cuja largura das vias passou a ser maior, potenciando assim e naturalmente, a estabilidade em curva. Além disso, também os chassis acabaram por ser alvo de evoluções, pelo que se encontra a opção de escolha dentro deste modelo, bastante alargada.
Com os Opel, as evoluções serão pormenor de pouca monta, pois passam por alterações de carroçaria que em nada alterarão a mecânica do seu comportamento. No entanto, os Calibra mostraram-se capazes de interessantíssimo desempenho, pelo que serão máquinas com que se poderá sempre contar para a disputa pelas primeiras posições.
E agora, a chegada dos Mercedes arrasta consigo a incógnita quanto à sua mais valia. Mas dotado de uma carroçaria larga, parece encontrar-se dotado de cotas prometedoras e válidas para se encontrar inserido no lote dos melhores.
Parece pois encontrar-mo-nos perante mais uma situação similar à dos F1 clássicos da Policar, onde detêm todos os argumentos para se transformarem numa formula válida, mas acabam por se ver encostados, fruto de um desinteresse inexplicavelmente generalizado.
Alguns Lola editados pela Slot.It e votados ao desinteresse, proporcionado por regulamentos que os tornam desinteressantes.



 Também o bonito Lola Aston Martin e alguns modelos Do Audi R18 viram já chegar algumas reproduções à categoria dos modelos LMP.

Afinal, o que será necessário este fabricante fazer, para despertar definitivamente a motivação dos seus clientes praticantes? Da minha parte, irei continuar a "bater na ceguinha".

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