quarta-feira, 22 de abril de 2020

XJR-14, o carro que começou Jaguar, passou a Mazda e acabou Porsche

 Encontrávamo-nos em 1991 e Le Mans via a equipa da Jaguar inscrever cinco modelos, três deles com a designação XJR-12 e obedecendo à nova regulamentação, dois XJR-14.
Cabiam ao modelo XJR-12 os dorsais 33, 34 e 35, enquanto aos XJR-14 correspondiam os números 3 e 4. Mas as qualificações acabariam por ser madrastas tanto às novas criações da Jaguar, como também da Sauber com o seu novo C291, que não conseguiam fazer com que as motorizações 3.5L resistissem à tarefa da qualificação, vendo-se assim afastados da participação dessa edição de Le Mans.
 Registar que acabaria por ser uma excelente participação por parte da marca , numa edição histórica por ter sido vencida pela primeira vez por uma marca japonesa, a Mazda, com a Jaguar a ocupar as posições seguintes, desde a segunda, até à quarta posições, com a ordem decrescente a pertencer respectivamente aos dorsais, 35, 34 e 33. Lembrar que houve ainda um quarto modelo XJR-12 pertencente à equipa privada e inscrito pela "Suntec" com o dorsal 36, mas este, infelizmente acabaria por se vêr obrigado a desistir.
 Todos estes modelos acabaram por ser editados pela Slot.It, à excepção do modelo oficial quarto classificado que participaria com o dorsal 33.
Fomos também já presenteados por parte do mesmo fabricante, com o histórico Mazda que surpreendentemente acabaria por levar de vencida toda esta armada inglesa,a alemã da Sauber, a italiana da Lancia com o LC2 e também da francesa com os Peugeot 905 e isto para não falar nos eternos Porsche 962.
Mas o fantástico modelo XJR-14 desenvolvido pela TWR (Tom Walkinshow Racing), ainda que não conseguindo os desejados anseios levados a cabo pela Jaguar, teria um espantoso percurso que culminaria mesmo com a vitória em Le Mans, durante dois anos consecutivos.
Comprado pela Mazda, este projecto acabaria por sofrer bastantes alterações, mas num primeiro estado de desenvolvimento mantinha-se em imagem, tal como o conheceramos na Jaguar, à excepção da frente que sofrera retoques e de onde se destaca o grupo óptico marcadamente herdado da versão 787.
Em cima o Mazda e em baixo, o Jaguar.
Este projecto às mãos da Mazda sofreria imensas evoluções, até que acabaria por chegar às oficinas da Joest que assumiria o projecto TWR Porsche WSC-95, equipado de um motor da marca alemã de apenas 3.0L, resultando numa inesperada e surpreendente vitória na edição de 1996 de Le Mans.
 Por intermédio da Fly, há já muitos anos que esta réplica acabaria por chegar também ao mundo dos slot car.
 Em 1997 a receita repetir-se-ia e novamente o projecto TWR motorizado pela Porsche torna a sagrar-se vencedor da mesma prova, numa garantia de que este projecto desenvolvido pela TWR para a Jaguar, estaria bem concebido, necessitando apenas do necessário trabalho de desenvolvimento.
Também aqui a Fly deitaria mão a esta reprodução, como resultado de um modelo que não via alterações substanciais dum ano para o outro, mas com pena por parte dos praticantes, pela pouca eficácia enquanto modelo de slot.
Mas enquanto Jaguar e na sequência das edições Slot.It, poderemos alimentar esperanças relativamente à chegada da versão XJR-14?
Parece pouco plausível. A imagem que aqui se publica numa vista superior deste modelo, poderá explicar como pouco provável a sua chegada. Se repararmos na forma como afunda a sua frente imediatamente antes do "flap" ou asa frontal, isto obrigaria ao posicionamento do patilhão numa localização recuada relativamente ao eixo frontal, o que em termos dinâmicos do modelo, o penalizaria imenso. E do que conhecemos da Slot.It, trata-se de um fabricante que em cada novo modelo que edita, prima pela melhoria no particular capítulo dos seus desempenhos. Ora, este modelo representaria muito provavelmente um passo atrás, pelo que será pouco credível para pena minha, que venha a estar nos planos deste fabricante referência, esta chegada.


 É verdade que por intermédio das produções Scalextric/SCX este mesmo modelo já nos chegou há alguns anos, mas o grau de exigência não representava o mesmo a que nos dias de hoje se assiste e observando esta bonita máquina, percebemos que o conceito aqui aplicado, torna o modelo extremamente elevado perante o plano da pista. Isto, seria naturalmente algo impensável nos planos da Slot.It e das exigências actuais.
O mesmo se aplicará a outro modelo que seria bem visto com a sua entrada no mundo dos "carrinhos de pista", o Lancia LC1, exactamente pela mesma razão, sendo a probabilidade de vêr a sua chegada,  quase nenhuma.
 A grande tomada de ar frontal e recuada ao que se soma um lábio horizontal que se prolonga até essa tomada de ar, implicaria um patilhão extremamente recuado. Portanto, este tipo de obra só poderá estar nos planos de fabricantes menos ambiciosos,
Uma pena, porque tanto um como outro, seriam belíssimas máquinas para o panorama dos slot cars.

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