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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Um carro campeão - Braga Touring Car Championship

Quando se inicia um campeonato, uma das dúvidas que assola sempre os participantes, recai na melhor das opções possíveis sobre o modelo a utilizar. Nalguns casos porém, a receita fica facilitada por surgir um modelo que claramente  domina os melhores registos. Neste caso no entanto e sendo um campeonato à base da variada gama de modelos de turismo de origem SCX, esta situação não era clara quanto à melhor das escolhas. Dizia-se que o Seat Leon e o BMW 3.20 eram os melhores, mas a minha opção foi feita à base de algum nacionalismo, confesso. Pois claro, assim acabou por ficar facilitada a opção que recaiu no Seat Leon de Tiago Monteiro.
 Opção feita, houve que recorrer a um segundo Seat Leon, pois escafiar um modelo de um português, estava fora dos meus planos.
Adquirido este, houve que deitar mãos-à-obra, pois sendo bastante permissivo o regulamento, houve muito trabalho a fazer. A mecânica podia ser toda alterada, sendo obrigatória a utilização do motor Slot.It de caixa pequena. A cremalheira era livre, bem como os eixos, jantes e pneus. Era obrigatório manter o patilhão original, mas este podia ser trabalhado. A carroçaria era algo sagrado, onde qualquer alteração se encontrava absolutamente proibida. Embora pudesse ser desligado, era obrigatório manter-se também todo o sistema de luzes que equipa os modelos.
Modelo desmontado, aproveitava-se a carroçaria, o chassis e o berço do motor que nestes modelos integra o eixo posterior.
A opção das jantes da frente foi para as plásticas da Slot.It e para trás do mesmo fabricante mas de alumínio e de aperto. O motor necessitou de adaptadores específicos para os chassis dos modelos da SCX, tendo sido obrigatório soldar  os fios do motor às palhetas metálicas existentes no chassis do modelo original. As jantes da frente receberam capas de baixo perfil e posteriormente envernizadas, de modo a diminuir o atrito em pista já que era obrigatório que estas pousassem. Atrás, a escolha recaiu nos P1 também da Slot.It.
Obviamente, a exclusão do original íman era uma obrigatoriedade, o que em termos práticos se traduzia na redução da eficácia do modelo em curva. Houve então necessidade de compensar essa perda de outras formas. Bons pneus e um bom equilíbrio geral, era o que se começava a procurar.

 As boas performances do motor Slot.It, impunham mais ainda um óptimo equilíbrio do modelo. Os pneus P1 da Slot.It eram uma excelente opção, já que as pistas onde iria decorrer o campeonato eram duas de fabrico Carrera, uma no GT Team Slot Clube e a outra no Clube Slot de Braga. Sabe-se que este composto funciona muito bem no plástico da Carrera, mas a preocupação era dupla, pois o compromisso impunha que nem agarrasse em demasia, já que a tendência para capotar era grande por se tratarem de modelos com centro de gravidade elevado, mas também não se poderia perder muita tracção, pois isso representava perda de preciosos décimos de tempo.
 Houve então que se recorrer à excessiva utilização de lastro posicionado o mais baixo possível. Permitia-se dessa forma ganho de tracção e abaixamento do centro de gravidade do conjunto.
 O patilhão foi totalmente puxado para cima e fixado nessa posição através da utilização de anilhas. Assim, com as rodas da frente pousadas e sem qualquer basculação neste órgão, conseguia-se a maior rigidez do modelo quando esforçado ao limite nas curvas.

No interior da carroçaria, as palhetas de alimentação das luzes foram torcidas de maneira a desaparecer o contacto destas com as do chassis. Conseguia-se assim a melhoria de dois objectivos. Por um lado, a corrente eléctrica era inteiramente doisponibilizada para o motor e por outro, com a folga dada no aperto do chassis na carroçaria, conseguia-se a necessária basculação da carroçaria relativamente ao chassis.

Carro montado, era necessário ajustar a totalidade das afinações, folgas e apertos no ponto ideal. Referir ainda que as palhetas foram também as mais finas e flexíveis da Slot.It, mas montadas de forma mais convencional. Nada de palhetas duplas como estes patilhões permitem.


E a formula deu frutos. Algumas vitórias e um campeonato ganho. Mas a concorrência como habitualmente, foi feroz, com Augusto Amorim e Paulo Mendes a fazerem-me sempre a vida negra.

Em baixo, literalmente a meter o campeonato no bolso, ladeado por Paulo Mendes e Carlos Alvim (Kikas), que parece estranharem o gesto.....

Para a entrega de prémios, António Bernardino pelo Clube Slot de Braga e Augusto Amorim pelo GT Team Slot Clube.

E 2009 foi para mim um ano profícuo, pois para além deste título, havia de arrebatar ainda ex eco com José Pedro o título de modelos clássicos americanos com um Ford Mustang e na Formula 1, um segundo lugar, num campeonato ganho por Augusto Amorim.

E no final de um campeonato tão disputado quanto este foi, as marcas ficaram bem registadas em várias secções do modelo.
Lateralmente, uma grande rachadela pela carroçaria fora, desde a cava da roda da frente até ao final da porta da frente. Dá para perceber a violência dos embates a que estes modelos estiveram sujeitos.

Grandes pancadas foram marcando o modelo um pouco por toda a carroçaria.

A traseira terá sido a parte mais poupada de todo o conjunto.

Vistas frontal e traseira desta máquina que tanto gozo me deu.

Agora encontra-se religiosamente preservado tal como completou a sua última participação neste disputadíssimo campeonato. Por perto, repousa o seu sósia.....

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